Outro dos filmes que também me despertava algum interesse na edição deste ano do Indie era «Post Mortem», filme do chileno Pablo Larraín que sucede ao arrepiante «Tony Manero». Mas ao contrário de «Neds», que confirmou as expectativas em relação a Peter Mullan, «Post Mortem» acabou por ser uma das desilusões do festival. Tal como em «Tony Manero», o novo filme de Larraín volta a tocar nas feridas da ditadura de Pinochet e conta com o mesmo actor principal, Alfredo Castro, que interpreta o papel de Mario, o funcionário de uma morgue cujo trabalho consiste em transcrever os relatórios ditados pelo médico legista.
A acção decorre durante os dias anteriores e posteriores à morte de Salvador Allende e relata a descida do Chile aos infernos naquele período. Uma vez mais a personagem interpretada por Alfredo Castro é o espelho desse tempo, numa sociedade sem grande esperança, onde a violência da ditadura não faz reféns. O amontoar de corpos na morgue onde Mario trabalha é bem sinal disso.
Apesar de uma boa reconstituição de época e de ter como personagem principal alguém com problemas em adaptar-se à sociedade, como já acontecia em «Tony Manero», este filme não consegue cativar tanto como o anterior. O grande problema é a história paralela com a vizinha de Mario, que aparentemente morreu, mas volta para falar com ele, que não pega. O facto de ser um filme mais lento e desesperante do que a anterior obra de Larraín, também não ajuda. Mesmo assim, penso que é um filme a precisar de um segundo visionamento, pois tem vários níveis de leitura que podem ter escapado desta vez.
Nota: 3/5
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