Até agora «Gravity Was Everywhere Back Then», do norte-americano Brent Green, foi o filme que mais gostei de ver na edição deste ano do IndieLisboa. O filme é daquelas pérolas que nós nem sequer sabíamos que existem e é uma enorme surpresa quando as vemos. Mas também é daqueles filmes que se gosta ou não se gosta. Na sessão a que assisti várias pessoas abandonaram a sala. Filmado em stop motion (o currículo de Brent Green no cinema resume-se a umas quantas experiências no universo da animação, daí o recurso a esta técnica) e no quintal do realizador, com a ajuda dos amigos, «Gravity Was Everywhere Back Then» ficciona a história verídica de Leonard Wood, que resolveu criar uma casa para tentar curar a sua esposa, quando o casal descobriu que ela tinha cancro. O filme relata a aproximação do casal, a forma como se conhecem, num dos mais estranhos acidentes de automóvel de sempre, a sua história de amor e o período da doença da esposa de Leonard.
Com cenários bastante artesanais, criados por Brent Green, o filme é simplesmente fantástico e narra uma das mais belas histórias de amor que vi nos últimos tempos no cinema. Além desta bela história de amor, o narrador do filme (uma vez mais, o próprio realizador) aproveita para fazer diversos apartes bastante emotivos e por vezes irónicos onde filosofa sobre a vida, o amor e deus. São filmes destes, que parecem tão simples, mas devem ter dado um enorme trabalho a fazer, que nos fazem acreditar que às vezes só é preciso vontade e paixão para fazer um filme, que no fundo é uma bela obra de arte e demonstra um enorme amor pela arte. E «Gravity Was Everywhere Back Then» é um daqueles objectos cheios de tudo isso. E deixa-nos sem palavras, se nos deixarmos ir.
Nota: 5/5
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