«Con Air - Fortaleza Voadora» marcou a estreia de Simon West na realização. O resultado não é um grande filme, mas acabou por se tornar, pelo menos até à data, o melhor que nos apresentou. A começar pelo elenco que conseguiu reunir, com destaque para Nicolas Cage, John Cusack, Ving Rhames, John Malkovich e Steve Buscemi. Mas este é também uma prova de que nem sempre um bom elenco dá um bom filme.
Em traços gerais o argumento de «Con Air - Fortaleza Voadora» centra-se na personagem de Cameron Poe (Nicolas Cage), um ex-ranger condenado à prisão que está prestes a entrar em liberdade condicional e terá oportunidade de ver, pela primeira vez, a filha. O azar de Poe é que para chegar a casa terá de viajar num avião cheio de prisioneiros psicopatas, liderados por Cyrus 'The Virus' Grissom, um grande vilão interpretado por John Malkovich em grande forma. O gangue acaba por tomar conta do avião e Cameron Poe vê-se obrigado a dar a volta à situação para chegar são e salvo à família.
Apesar ser uma boa história e boas personagens, sobretudo no lado dos vilões, «Con Air» tem como principal problema o facto de os intérpretes heróis não estarem à altura. Nicolas Cage tem o 'defeito' de fazer sempre o papel de coitadinho. Mesmo nas respostas que dá aos outros prisioneiros, que podiam ter grande estilo com outro actor, acabam por parecer um frete. E John Cusack como marshall também não convence muito. Restam os papéis dos maus da fita, onde só pela interpretação de Malkovich já vale a pena ver o filme. Neste campo quem também sobressai é Steve Buscemi, que interpreta um enigmático serial killer, Garland 'The Marietta Mangler' Greene, que pouco fala mas quando o faz acaba por ser demasiado assustador. Basta ver a cena com a criança, que não chegamos a saber o que se passou entre os dois.
E assim foi o último filme visto em 2010. Bom Ano Novo para todos os leitores de «A Última Sessão».
Nota: 3/5
Site do filme no IMDB
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Em Cartaz: Semana 30/12/2010
Tulpan, de Sergei Dvortsevoy
Skyline - O Alvo Somos Nós, de Colin Strause e Greg Strause
Burlesque, de Steven Antin
Skyline - O Alvo Somos Nós, de Colin Strause e Greg Strause
Burlesque, de Steven Antin
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terça-feira, 28 de dezembro de 2010
Take faz uma revisão dos últimos meses
A revista Take está de regresso. Depois de uma pausa 'forçada' iniciada no passado mês de Junho, apesar das constantes actualizações no Facebook, a revista digital volta para agradar aos fãs da Sétima Arte. Antes do regresso em plena força previsto para o próximo mês de Janeiro, a publicação surge numa edição especial onde é possível encontrar alguns dos artigos que deveriam ter saído ao longo dos últimos meses.
A 25ª edição da Take pode ser consultada e descarregada, como habitualmente, neste link.
A 25ª edição da Take pode ser consultada e descarregada, como habitualmente, neste link.
Os melhores filmes de 2010
Chegou o momento de divulgar a minha lista dos 20 melhores filmes do ano. Tal como no ano passado, a lista é composta apenas por filmes estreados em 2010 e que tive oportunidade de ver, com uma excepção: «Um Profeta», que estreou no último dia de 2009, por isso não entrou na lista do ano passado. Por essa mesma razão os filmes que estreiam na próxima quinta-feira, caso mereçam, apenas vão estar na lista dos melhores filmes de 2011.
E os melhores do ano para mim foram:
1 - Líbano, de Samuel Maoz
2 - Cópia Certificada, de Abbas Kiarostami
3 - O Escritor Fantasma, de Roman Polanski
4 - Um Lugar Para Viver, de Sam Mendes
5 - Mistérios de Lisboa, de Raúl Ruiz
6 - Tudo Pode Dar Certo, de Woody Allen
7 - Parnassus - O Homem Que Queria Enganar o Diabo, de Terry Gilliam
8 - O Laço Branco, de Michael Haneke
9 - Lola, de Brillante Mendoza
10 - Um Profeta, de Jacques Audiard
11 - Louise-Michel, de Gustave de Kervern e Benoît Delépine
12 - Nas Nuvens, de Jason Reitman
13 - A Rede Social, de David Fincher
14 - Inside Job - A Verdade da Crise, de Charles Ferguson
15 - Scott Pilgrim Contra o Mundo, de Edgar Wright
16 - O Mágico, de Sylvain Chomet
17 - Mother - Uma Força Única, de Joon-ho Bong
18 - Tony Manero, de Pablo Larraín
19 - Wendy & Lucy, de Kelly Reichardt
20 - O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella
E os melhores do ano para mim foram:
1 - Líbano, de Samuel Maoz
2 - Cópia Certificada, de Abbas Kiarostami
3 - O Escritor Fantasma, de Roman Polanski
4 - Um Lugar Para Viver, de Sam Mendes
5 - Mistérios de Lisboa, de Raúl Ruiz
6 - Tudo Pode Dar Certo, de Woody Allen
7 - Parnassus - O Homem Que Queria Enganar o Diabo, de Terry Gilliam
8 - O Laço Branco, de Michael Haneke
9 - Lola, de Brillante Mendoza
10 - Um Profeta, de Jacques Audiard
11 - Louise-Michel, de Gustave de Kervern e Benoît Delépine
12 - Nas Nuvens, de Jason Reitman
13 - A Rede Social, de David Fincher
14 - Inside Job - A Verdade da Crise, de Charles Ferguson
15 - Scott Pilgrim Contra o Mundo, de Edgar Wright
16 - O Mágico, de Sylvain Chomet
17 - Mother - Uma Força Única, de Joon-ho Bong
18 - Tony Manero, de Pablo Larraín
19 - Wendy & Lucy, de Kelly Reichardt
20 - O Segredo dos Seus Olhos, de Juan José Campanella
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
Banda Sonora: Scenic World, de Beirut
domingo, 26 de dezembro de 2010
O Mágico, de Sylvain Chomet (2010)
Apesar de muito curta (seis longas-metragens, uma para TV, e três curtas-metragens), a carreira de Jacques Tati é uma das mais memoráveis e originais do Cinema. Em jeito de homenagem o realizador do excelente «Belleville Rendez-Vous», Sylvain Chomet, fez um filme de animação baseado num argumento que Tati escreveu para a filha, que nunca chegou a ser filmado pelo realizador francês. O resultado foi «O Mágico», filme estreado na última edição do Festival de Berlim e que chegou esta semana às salas portuguesas.
O resultado é um grande filme, que mistura as obras de Tati (que é reconhecível na personagem principal do ilusionista) com a animação bastante original de Chomet, em duas dimensões, formato que por estes dias começa a rarear em prol do digital e do 3D. Ao ver este «O Mágico» parece mesmo que estamos a ver um dos filmes do cineasta francês, apesar de neste caso o filme não ser uma comédia.
É antes a história de um ilusionista francês que já teve melhores dias e atravessa o Canal da Mancha à procura de trabalho. Nesse périplo vai passando pelos mais variados palcos até chegar à Escócia, onde trava conhecimento com uma rapariga pobre que trabalha num hotel e a quem oferece um par de sapatos. Este episódio faz nascer uma amizade que prossegue quando a rapariga foge de casa para seguir o mágico, que acaba por adoptá-la.
Quase sem diálogos, como é normal nos filmes de Jacques Tati, «O Mágico» foi para mim uma das grandes surpresas deste final de ano cinematográfico. Sylvain Chomet conseguiu pegar na herança que o cineasta nos deixou (e à filha) para nos dar uma grande homenagem ao realizador-actor que aparece numa das cenas deste filme, quando o mágico entra num cinema onde está a ser projectado «O Meu Tio» e se depara com as imagens do seu criador. Este encontro deixa ambos surpreendidos: o ilusionista porque se reconhece no ecrã e o próprio Tati que foge quando se vê do outro lado.
«O Mágico» vem também provar que a animação em duas dimensões, mais tradicional, quando é bem trabalhada, ainda consegue dar bons resultados. Talvez a Disney pudesse olhar melhor para estes exemplos antes de ter acabado com este tipo de filmes.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
O resultado é um grande filme, que mistura as obras de Tati (que é reconhecível na personagem principal do ilusionista) com a animação bastante original de Chomet, em duas dimensões, formato que por estes dias começa a rarear em prol do digital e do 3D. Ao ver este «O Mágico» parece mesmo que estamos a ver um dos filmes do cineasta francês, apesar de neste caso o filme não ser uma comédia.
É antes a história de um ilusionista francês que já teve melhores dias e atravessa o Canal da Mancha à procura de trabalho. Nesse périplo vai passando pelos mais variados palcos até chegar à Escócia, onde trava conhecimento com uma rapariga pobre que trabalha num hotel e a quem oferece um par de sapatos. Este episódio faz nascer uma amizade que prossegue quando a rapariga foge de casa para seguir o mágico, que acaba por adoptá-la.
Quase sem diálogos, como é normal nos filmes de Jacques Tati, «O Mágico» foi para mim uma das grandes surpresas deste final de ano cinematográfico. Sylvain Chomet conseguiu pegar na herança que o cineasta nos deixou (e à filha) para nos dar uma grande homenagem ao realizador-actor que aparece numa das cenas deste filme, quando o mágico entra num cinema onde está a ser projectado «O Meu Tio» e se depara com as imagens do seu criador. Este encontro deixa ambos surpreendidos: o ilusionista porque se reconhece no ecrã e o próprio Tati que foge quando se vê do outro lado.
«O Mágico» vem também provar que a animação em duas dimensões, mais tradicional, quando é bem trabalhada, ainda consegue dar bons resultados. Talvez a Disney pudesse olhar melhor para estes exemplos antes de ter acabado com este tipo de filmes.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
O Grande Silêncio, de Philip Gröning (2005)
Tenho de confessar que este era um daqueles filmes que me metia medo. Não devido ao tema, mas à duração: 2h30 foi o resultado deste projecto do realizador alemão Philip Gröning, que nos apresenta o dia-a-dia dos membros da Grande Chartreuse, a 'sede', se assim se pode chamar, da Ordem dos Cartuxos, uma das ordens religiosas cristãs mais ascetas do mundo. Tal como a vida daqueles monges, dedicada à meditação e a Deus, o filme acaba por servir de meditação para quem está de fora e por vezes não compreende como é possível viver em completa reclusão, com a mente numa entidade superior. Apesar de o ter visto em DVD, acredito que vê-lo no cinema (na altura não quis vê-lo, devido ao tal medo que referi no início do post) servirá melhor o propósito de Philip Gröning.
Em «O Grande Silêncio» não há diálogos, nem narração. Apenas a câmara nos mostra o quotidiano dos membros da Ordem, com algumas citações religiosas pelo meio, no estado mais puro do documentário. Ou seja, acabamos por ficar totalmente concentrados no que os monges fazem. A única excepção é a parte final, quando um monge cego fala para a câmara. E o que ele nos diz é uma grande mensagem, pelo menos para quem acredita nos princípios da fé cristã. Além do que se passa no interior do mosteiro, as imagens do exterior são belíssimas, sobretudo as que nos mostram o passar do tempo.
No final a única explicação que o realizador nos dá é o tempo que demorou a fazer o documentário. Começou por pedir autorização para filmar em 1984, mas apenas obteve a luz verde em 2000. Desde então até 2005 passou o tempo a filmar (vivendo no mosteiro, pois foi o único autorizado a entrar lá) e o resto do tempo a montar o que conseguiu juntar. Quem gostou do filme, recomendo uma passagem pelo site oficial, pois aí estão bem explicados os meandros deste grande projecto que nos mostra o Silêncio através de um meio que privilegia o Som e a Imagem. Quase que podemos comparar «O Grande Silêncio» aos 4 minutos e 33 segundos do compositor John Cage.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
Em «O Grande Silêncio» não há diálogos, nem narração. Apenas a câmara nos mostra o quotidiano dos membros da Ordem, com algumas citações religiosas pelo meio, no estado mais puro do documentário. Ou seja, acabamos por ficar totalmente concentrados no que os monges fazem. A única excepção é a parte final, quando um monge cego fala para a câmara. E o que ele nos diz é uma grande mensagem, pelo menos para quem acredita nos princípios da fé cristã. Além do que se passa no interior do mosteiro, as imagens do exterior são belíssimas, sobretudo as que nos mostram o passar do tempo.
No final a única explicação que o realizador nos dá é o tempo que demorou a fazer o documentário. Começou por pedir autorização para filmar em 1984, mas apenas obteve a luz verde em 2000. Desde então até 2005 passou o tempo a filmar (vivendo no mosteiro, pois foi o único autorizado a entrar lá) e o resto do tempo a montar o que conseguiu juntar. Quem gostou do filme, recomendo uma passagem pelo site oficial, pois aí estão bem explicados os meandros deste grande projecto que nos mostra o Silêncio através de um meio que privilegia o Som e a Imagem. Quase que podemos comparar «O Grande Silêncio» aos 4 minutos e 33 segundos do compositor John Cage.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
sábado, 25 de dezembro de 2010
O Conde de Monte Cristo, de Kevin Reynolds (2002)
Os grandes clássicos da Literatura e o Cinema sempre andaram de mãos dadas, com bons ou maus resultados. Daí não seja de estranhar que «O Conde de Monte Cristo», de Alexandre Dumas, tenha já sido alvo de um punhado de adaptações, a última das quais realizada em 2002 por Kevin Reynolds, o realizador de «Robin Hood - Príncipe dos Ladrões» ou «Waterworld». Mas o resultado final não faz justiça à obra do escritor francês.
O conde de Monte Cristo que dá nome ao livro é Edmond Dantes (Jim Caviezel), um marinheiro prestes a casar com a bela Mercedès Iguanada (Dagmara Dominczyk), paixão do seu melhor amigo Fernand Mondego (Guy Pierce), que passa a capitão do seu navio depois de uma decisão que envolve a tentativa de salvar o antigo responsável da embarcação. Esta promoção e o noivado colocam Edmond Dantes na linha de fogo de Fernand e do homem que deveria ter ocupado o lugar de capitão do navio. Enviado para a prisão, Dantes trava conhecimento com o Abade Faria (Richard Harris) que lhe ensina vários conhecimentos e conta a história do conde de Monte Cristo e o seu tesouro procurado por muitos mas nunca encontrado. Depois de escapar da ilha-prisão Edmond Dantes regressa a França para se vingar dos inimigos.
A história é boa, um bom romance com intrigas q.b., muito ao gosto dos fãs das obras de Dumas da vertente capa e espada, como os famosos «Três Mosqueteiros». Mas nas mãos de Kevin Reynolds, o resultado é desastroso, apesar de começar bem. Logo na primeira cena, quando se dá um desembarque dos protagonistas na ilha de Elba, onde buscam ajuda para salvar a vida do capitão do navio onde se encontram, os combates estão bem filmados. Mas a partir daí tudo muda e corre mal, porque Reynolds resolve utilizar imensos planos por cena, os mais estranhos possíveis, o que perturba a concentração.
A própria interpretação dos actores não é das melhores, a maior parte do elenco parece que está a fazer um frete por estar ali e parece que ficaram muito colados a clichés (Cazievel parece o coitadinho, Pierce o vilão de nariz empinado e Dagmara Dominczyk a sonsinha que não sabe o que se passa, mas no final acaba por saber mais do que os outros todos), o que retira alguma força à história. Não é de estranhar com este (e outros) exemplos, que a carreira de Kevin Reynolds seja tão irregular.
Nota: 2/5
Site do filme no IMDB
O conde de Monte Cristo que dá nome ao livro é Edmond Dantes (Jim Caviezel), um marinheiro prestes a casar com a bela Mercedès Iguanada (Dagmara Dominczyk), paixão do seu melhor amigo Fernand Mondego (Guy Pierce), que passa a capitão do seu navio depois de uma decisão que envolve a tentativa de salvar o antigo responsável da embarcação. Esta promoção e o noivado colocam Edmond Dantes na linha de fogo de Fernand e do homem que deveria ter ocupado o lugar de capitão do navio. Enviado para a prisão, Dantes trava conhecimento com o Abade Faria (Richard Harris) que lhe ensina vários conhecimentos e conta a história do conde de Monte Cristo e o seu tesouro procurado por muitos mas nunca encontrado. Depois de escapar da ilha-prisão Edmond Dantes regressa a França para se vingar dos inimigos.
A história é boa, um bom romance com intrigas q.b., muito ao gosto dos fãs das obras de Dumas da vertente capa e espada, como os famosos «Três Mosqueteiros». Mas nas mãos de Kevin Reynolds, o resultado é desastroso, apesar de começar bem. Logo na primeira cena, quando se dá um desembarque dos protagonistas na ilha de Elba, onde buscam ajuda para salvar a vida do capitão do navio onde se encontram, os combates estão bem filmados. Mas a partir daí tudo muda e corre mal, porque Reynolds resolve utilizar imensos planos por cena, os mais estranhos possíveis, o que perturba a concentração.
A própria interpretação dos actores não é das melhores, a maior parte do elenco parece que está a fazer um frete por estar ali e parece que ficaram muito colados a clichés (Cazievel parece o coitadinho, Pierce o vilão de nariz empinado e Dagmara Dominczyk a sonsinha que não sabe o que se passa, mas no final acaba por saber mais do que os outros todos), o que retira alguma força à história. Não é de estranhar com este (e outros) exemplos, que a carreira de Kevin Reynolds seja tão irregular.
Nota: 2/5
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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
20 anos sem filmar?
O realizador iraniano Jafar Panahi foi condenado a seis anos de prisão e 20 anos sem poder sair do país, realizar filmes, escrever guiões ou falar com a imprensa. Aos 50 anos, o regime iraniano acaba de cortar as pernas a um dos poucos grandes cineastas do país, acusado de conspirar contra as políticas de Teerão.
De acordo com a advogada do realizador de «O Círculo» e «Offside», dois dos seus filmes mais conhecidos, «Panahi foi considerado culpado de participar em reuniões e de distribuir propaganda contra o sistema político». Recorde-se que Jafar Panahi tinha sido um dos nomes a criticar os resultados das últimas eleições, de resto pouco transparentes, que levaram Mahmoud Ahmadinejad de novo à presidência do Irão.
Triste mundo o nosso quando episódios destes continuam a acontecer.
De acordo com a advogada do realizador de «O Círculo» e «Offside», dois dos seus filmes mais conhecidos, «Panahi foi considerado culpado de participar em reuniões e de distribuir propaganda contra o sistema político». Recorde-se que Jafar Panahi tinha sido um dos nomes a criticar os resultados das últimas eleições, de resto pouco transparentes, que levaram Mahmoud Ahmadinejad de novo à presidência do Irão.
Triste mundo o nosso quando episódios destes continuam a acontecer.
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
10 livros que marcaram o meu 2010
1 - Beatles, de Lars Saabyie Christensen.
Passado entre 1965 e 1972, este livro conta a história de quatro miúdos e o seu crescimento na Noruega. Os amores, a droga, o álcool, os problemas na escola e as revoluções daquela época ao som dos Beatles, banda preferida dos protagonistas. Uma grande história.
2 - Febre no Estádio - Diário de um Fanático, de Nick Hornby.
Livro de crónicas escrito pelo autor de Alta Fidelidade. O futebol como religião, visto pelos olhos de um fanático do desporto-rei. Além de ser um olhar sincero sobre o mundo da bola e o Arsenal, equipa de Nick Hornby, Febre no Estádio consegue ser ao mesmo tempo uma excelente reflexão sobre o que tem vindo a mudar no futebol nos últimos anos. Foi adaptado duas vezes: em 1997, por David Evans, e em 2005, pelos irmãos Farrelly, que adaptaram o livro ao baseball.
3 - Pela Estrada Fora, de Jack Kerouac.
Este é daqueles livros que o nome fala por si. As viagens de Sal Paradise e Dean Moriaty, alter-egos do autor e de um amigo às voltas nos EUA. Inaugurou todo um estilo literário e foi um dos percursores do movimento Beat. Um clássico para espíritos livros de um dos meus autores preferidos. Mas continuo a preferir Os Vagabundos da Verdade. Cinematograficamente falando, há vários anos que se fala num filme baseado nesta obra. Parece que será em 2011, pela câmara de Walter Salles que veremos as aventuras de Sal Paradise e Dean Moriaty no grande ecrã.
4 - Só Desisto se For Eleito, de Manuel João Vieira.
O primeiro manifesto do Candidato Vieira, quando aquele que é um maiores artistas portugueses, não só na Música onde tem diversos projectos, mas também nas Artes Plásticas, se propôs candidatar pela primeira vez à Presidência da República. Numa altura em que o país está a afundar, uma boa leitura. Se é para naufragar, que seja à grande.
5 - Gulag - Uma História, de Anne Applebaum.
Um retrato do que se passou nos campos de trabalho soviéticos, que muitos comparam aos campos de extermínio do Holocausto judeu levado a cabo pelos nazis. Com passagens bastante fortes, Anne Applebaum mostra a realidade e a humanidade de quem passou pelos tormentos do regime comunista que dominou a Rússia durante grande parte do século XX.
6 - The Last Don, de Mario Puzo.
30 anos depois de ter escrito «O Padrinho», que daria origem a uma das melhores trilogias da Sétima Arte sob a direcção de Francis Ford Coppola, Mario Puzo apresenta uma nova família de mafiosos italianos a contas com o destino. Um grande livro sobre os temas que fazem parte do género: honra, traição e laços de sangue que não podem ser quebrados. A história decorre entre Las Vegas e Los Angeles, com boa parte da acção passada em Hollywood.
7 - Gomorra, de Roberto Saviano.
O retrato arrepiante da máfia italiana feito por um jornalista que nasceu e cresceu em Nápoles. Escusado será dizer que a coisa não acabou bem e hoje Roberto Saviano tem protecção da polícia 24 horas por dia. Mas o resultado final é um dos livros mais fortes sobre uma realidade que existe na Europa mas está escondida de todos. Foi levado ao cinema em 2008 por Matteo Garrone.
8 - A Sombra do que Fomos, de Luis Sepúlveda.
Uma pequena história sobre um grupo de sexagenários, antigos membros de um partido de esquerda que tiveram de fugir do regime de Pinochet, e se juntam num armazém para preparar o assalto a um banco, 35 anos depois. Lê-se num ápice e é uma história tão simples e irónica que chegamos a ter pena de ser tão pequena, apesar de nos conseguir pôr a reflectir sobre os mais variados assuntos.
9 - A Idade da Inocência, de Edith Wharton.
Escrito em 1920 por uma mulher antecipada este é um excelente retrato da Nova Iorque do final do século XIX e início do século XX, com as relações da Alta Sociedade da época, uma falsa nobreza que quase que pode ser vista como a precursora das actuais celebridades. Chegou ao cinema em 1993, por Martin Scorcese, num grande filme com Daniel Day-Lewis, Winona Ryder e Michelle Pfeiffer nos papéis principais.
10 - Munique - A Vingança, de George Jonas.
Os Jogos Olímpicos de 1972, realizados em Berlim, ficaram marcados para sempre como os mais negros da História do evento, devido ao rapto e consequente morte de um grupo de atletas israelitas por parte dos terroristas do Setembro Negro. Este livro conta a história (supostamente verídica) de um comando de Israel escolhido para vingar os atletas. Foi adaptado ao Cinema por Steven Spielberg em 2005.
Passado entre 1965 e 1972, este livro conta a história de quatro miúdos e o seu crescimento na Noruega. Os amores, a droga, o álcool, os problemas na escola e as revoluções daquela época ao som dos Beatles, banda preferida dos protagonistas. Uma grande história.
2 - Febre no Estádio - Diário de um Fanático, de Nick Hornby.
Livro de crónicas escrito pelo autor de Alta Fidelidade. O futebol como religião, visto pelos olhos de um fanático do desporto-rei. Além de ser um olhar sincero sobre o mundo da bola e o Arsenal, equipa de Nick Hornby, Febre no Estádio consegue ser ao mesmo tempo uma excelente reflexão sobre o que tem vindo a mudar no futebol nos últimos anos. Foi adaptado duas vezes: em 1997, por David Evans, e em 2005, pelos irmãos Farrelly, que adaptaram o livro ao baseball.
3 - Pela Estrada Fora, de Jack Kerouac.
Este é daqueles livros que o nome fala por si. As viagens de Sal Paradise e Dean Moriaty, alter-egos do autor e de um amigo às voltas nos EUA. Inaugurou todo um estilo literário e foi um dos percursores do movimento Beat. Um clássico para espíritos livros de um dos meus autores preferidos. Mas continuo a preferir Os Vagabundos da Verdade. Cinematograficamente falando, há vários anos que se fala num filme baseado nesta obra. Parece que será em 2011, pela câmara de Walter Salles que veremos as aventuras de Sal Paradise e Dean Moriaty no grande ecrã.
4 - Só Desisto se For Eleito, de Manuel João Vieira.
O primeiro manifesto do Candidato Vieira, quando aquele que é um maiores artistas portugueses, não só na Música onde tem diversos projectos, mas também nas Artes Plásticas, se propôs candidatar pela primeira vez à Presidência da República. Numa altura em que o país está a afundar, uma boa leitura. Se é para naufragar, que seja à grande.
5 - Gulag - Uma História, de Anne Applebaum.
Um retrato do que se passou nos campos de trabalho soviéticos, que muitos comparam aos campos de extermínio do Holocausto judeu levado a cabo pelos nazis. Com passagens bastante fortes, Anne Applebaum mostra a realidade e a humanidade de quem passou pelos tormentos do regime comunista que dominou a Rússia durante grande parte do século XX.
6 - The Last Don, de Mario Puzo.
30 anos depois de ter escrito «O Padrinho», que daria origem a uma das melhores trilogias da Sétima Arte sob a direcção de Francis Ford Coppola, Mario Puzo apresenta uma nova família de mafiosos italianos a contas com o destino. Um grande livro sobre os temas que fazem parte do género: honra, traição e laços de sangue que não podem ser quebrados. A história decorre entre Las Vegas e Los Angeles, com boa parte da acção passada em Hollywood.
7 - Gomorra, de Roberto Saviano.
O retrato arrepiante da máfia italiana feito por um jornalista que nasceu e cresceu em Nápoles. Escusado será dizer que a coisa não acabou bem e hoje Roberto Saviano tem protecção da polícia 24 horas por dia. Mas o resultado final é um dos livros mais fortes sobre uma realidade que existe na Europa mas está escondida de todos. Foi levado ao cinema em 2008 por Matteo Garrone.
8 - A Sombra do que Fomos, de Luis Sepúlveda.
Uma pequena história sobre um grupo de sexagenários, antigos membros de um partido de esquerda que tiveram de fugir do regime de Pinochet, e se juntam num armazém para preparar o assalto a um banco, 35 anos depois. Lê-se num ápice e é uma história tão simples e irónica que chegamos a ter pena de ser tão pequena, apesar de nos conseguir pôr a reflectir sobre os mais variados assuntos.
9 - A Idade da Inocência, de Edith Wharton.
Escrito em 1920 por uma mulher antecipada este é um excelente retrato da Nova Iorque do final do século XIX e início do século XX, com as relações da Alta Sociedade da época, uma falsa nobreza que quase que pode ser vista como a precursora das actuais celebridades. Chegou ao cinema em 1993, por Martin Scorcese, num grande filme com Daniel Day-Lewis, Winona Ryder e Michelle Pfeiffer nos papéis principais.
10 - Munique - A Vingança, de George Jonas.
Os Jogos Olímpicos de 1972, realizados em Berlim, ficaram marcados para sempre como os mais negros da História do evento, devido ao rapto e consequente morte de um grupo de atletas israelitas por parte dos terroristas do Setembro Negro. Este livro conta a história (supostamente verídica) de um comando de Israel escolhido para vingar os atletas. Foi adaptado ao Cinema por Steven Spielberg em 2005.
Zero em Comportamento traz Sergei Loznitsa a Lisboa
A Zero em Comportamento volta a trazer a Lisboa um nome pouco conhecido dos cinéfilos. De 13 a 16 de Janeiro o realizador russo Sergei Loznitsa vai estar presente em Lisboa, na Culturgest, para apresentar a sua obra, praticamente inédita em Portugal, composta por 12 filmes: 3 longas e 8 curtas metragens, realizadas entre 1996 e 2010 e documentais.
Na abertura do ciclo será apresentada a mais recente obra de Sergei Loznitsa, que foi o filme de encerramento da última edição do DocLisboa. Todas as sessões terão lugar no Pequeno Auditório da Culturgest com um preço único de 3,5 euros.
Mais informações neste link e neste.
Na abertura do ciclo será apresentada a mais recente obra de Sergei Loznitsa, que foi o filme de encerramento da última edição do DocLisboa. Todas as sessões terão lugar no Pequeno Auditório da Culturgest com um preço único de 3,5 euros.
Mais informações neste link e neste.
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domingo, 19 de dezembro de 2010
I'm Still Here, de Casey Affleck (2010)
Antes de chegar às salas de todo o mundo «I'm Still Here» já vinha com a aura da polémica. E não era para menos. A estreia de Casey Affleck na cadeira de realizador vinha rotulada de documentário (falso) sobre as andanças de Joaquin Phoenix, um dos grandes actores desta nossa época, que tinha anunciado depois da participação em «Duplo Amor» que iria desistir da carreira para se dedicar ao hip hop. Até aqui tudo bem.
O problema é que tudo terá sido fabricado. Ou não. «I'm Still Here» não chega a explicar o que realmente se passou ou está a passar na cabeça do irmão mais novo de River Phoenix. Por isso, na minha opinião, este é um dos maiores falhanços e flops cinematográficos do ano vindo dos lados de Hollywood. Como falso documentário (e há excelentes filmes neste género por aí fora) não pega. E como documentário a sério, sobre os dilemas de um actor em crise existencial, também não.
Por muito boa vontade que o filme aparente ter, mais parece um jogo de amigos, que por acaso são famosos, e resolveram brincar aos filmes. Mas sinceramente, já vi exemplos muito melhores de bons filmes feitos por amadores. Pena terem escolhido Joaquin Phoenix, um actor com um enorme talento, para desempenhar tantas figuras tristes. E para dar alguns exemplos, não sei qual o sentido de ter alguém a defecar na cara de outra pessoa. No Jackass talvez compreendesse. Ou porquê esticar demasiado a cena em que Phoenix vomita.
Felizmente parece que a brincadeira ficou-se mesmo por aqui. Sim, a história é mesmo mentira, descansem os fãs de Phoenix. Agora esperemos que Joaquin Phoenix regresse depressa aos filmes, de preferência em boa forma. Até porque depois de «I'm Still Here» ficou provado que no hip hop não terá tanta sorte.
Nota: 1/5
Site oficial do filme
O problema é que tudo terá sido fabricado. Ou não. «I'm Still Here» não chega a explicar o que realmente se passou ou está a passar na cabeça do irmão mais novo de River Phoenix. Por isso, na minha opinião, este é um dos maiores falhanços e flops cinematográficos do ano vindo dos lados de Hollywood. Como falso documentário (e há excelentes filmes neste género por aí fora) não pega. E como documentário a sério, sobre os dilemas de um actor em crise existencial, também não.
Por muito boa vontade que o filme aparente ter, mais parece um jogo de amigos, que por acaso são famosos, e resolveram brincar aos filmes. Mas sinceramente, já vi exemplos muito melhores de bons filmes feitos por amadores. Pena terem escolhido Joaquin Phoenix, um actor com um enorme talento, para desempenhar tantas figuras tristes. E para dar alguns exemplos, não sei qual o sentido de ter alguém a defecar na cara de outra pessoa. No Jackass talvez compreendesse. Ou porquê esticar demasiado a cena em que Phoenix vomita.
Felizmente parece que a brincadeira ficou-se mesmo por aqui. Sim, a história é mesmo mentira, descansem os fãs de Phoenix. Agora esperemos que Joaquin Phoenix regresse depressa aos filmes, de preferência em boa forma. Até porque depois de «I'm Still Here» ficou provado que no hip hop não terá tanta sorte.
Nota: 1/5
Site oficial do filme
A Rua da Vergonha, de Kenji Mizoguchi (1956)
Realizado em 1956, pouco antes da morte de Kenji Mizoguchi, «A Rua da Vergonha» seria o último filme de um dos nomes maiores do cinema nipónico. Passado no bairro de Yoshiwara, «Rua da Vergonha» conta a história de um grupo de prostitutas que trabalha num bordel, numa altura em que o Parlamento japonês debate uma lei para ilegalizar a profissão. Esta é a base do argumento, que atravessa todo o filme como pano de fundo, mas o que fica patente na derradeira obra de Mizoguchi é a história de cada uma das prostitutas e as suas dificuldades.
Todas elas têm os seus problemas e há de tudo um pouco: desde a mulher que tem de se prostituir para cuidar do marido doente e do filho recém-nascido à jovem que está a juntar dinheiro para sair da vida e abrir um negócio, não olhando a meios para atingir os seus fins. São estas histórias que fazem de «Rua da Vergonha» um grande retrato da vida nos bordéis a partir do olhar de quem lá trabalha. Mizoguchi consegue dar humanidade a estas personagens, algo que nem sempre acontece quando se fala das mulheres que devido às dificuldades da vida acabaram por ter de vender o corpo para sobreviver e ajudar as suas famílias.
As interpretações são fortíssimas e cada uma das histórias abordadas está muito bem contada, nenhum pormenor ou dilema ficou de fora. (spoiler) No final, quando a lei acaba por ser rejeitada, acabamos por ficar aliviados por aquelas mulheres poderem continuar a trabalhar. Isto porque apesar de terem aquela profissão e serem exploradas pelos donos do bordel, infelizmente é a única maneira de conseguirem ultrapassar as dificuldades das suas vidas. O plano final da jovem que acaba de entrar para a casa, ainda a medo, é belíssimo e agridoce. Vemos que está receosa, mas não tem como escapar aquela vida.
Aviso: esta última cena é a que está no vídeo de baixo. Foi a única que consegui encontrar no YouTube e infelizmente não tem legendas.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
Todas elas têm os seus problemas e há de tudo um pouco: desde a mulher que tem de se prostituir para cuidar do marido doente e do filho recém-nascido à jovem que está a juntar dinheiro para sair da vida e abrir um negócio, não olhando a meios para atingir os seus fins. São estas histórias que fazem de «Rua da Vergonha» um grande retrato da vida nos bordéis a partir do olhar de quem lá trabalha. Mizoguchi consegue dar humanidade a estas personagens, algo que nem sempre acontece quando se fala das mulheres que devido às dificuldades da vida acabaram por ter de vender o corpo para sobreviver e ajudar as suas famílias.
As interpretações são fortíssimas e cada uma das histórias abordadas está muito bem contada, nenhum pormenor ou dilema ficou de fora. (spoiler) No final, quando a lei acaba por ser rejeitada, acabamos por ficar aliviados por aquelas mulheres poderem continuar a trabalhar. Isto porque apesar de terem aquela profissão e serem exploradas pelos donos do bordel, infelizmente é a única maneira de conseguirem ultrapassar as dificuldades das suas vidas. O plano final da jovem que acaba de entrar para a casa, ainda a medo, é belíssimo e agridoce. Vemos que está receosa, mas não tem como escapar aquela vida.
Aviso: esta última cena é a que está no vídeo de baixo. Foi a única que consegui encontrar no YouTube e infelizmente não tem legendas.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
sábado, 18 de dezembro de 2010
Apollo 13, de Ron Howard (1995)
A partir do final da década de 1950, no auge da Guerra Fria, as duas super-potências começaram a competir pela conquista do espaço. A União Soviética conseguiu colocar o primeiro homem em órbita (Yuri Gagarin) no ano de 1961 e os norte-americanos foram os primeiros a andar na lua, com a missão Apollo 11. A partir daí a exploração do Espaço continuou, mas já não havia uma corrida por objectivos propriamente dita.
Foi neste contexto que surge a missão Apollo 13, em 1970. Aquela que seria a terceira missão a levar astronautas dos EUA a pisar solo lunar, mas que devido a problemas técnicos acabou por resultar numa missão arriscada que terminou com a tripulação salva depois de vários dias atribulados. O episódio histórico foi filmado por Ron Howard em 1995, com base num livro da autoria de Jeffrey Kluger e Jim Lovell, sendo este um dos três astronautas envolvidos na missão.
Com um bom elenco, composto por nomes como Tom Hanks, Ed Harris, Bill Paxton, Kevin Bacon ou Gary Sinise, «Apollo 13» foi mesmo nomeado para vários Óscares, incluindo Melhor Filme. Mas este é daqueles casos em que tantas nomeações não se justificam. Apesar dos meios envolvidos, e da própria reconstrução histórica dos acontecimentos estar bem feita, a missão lunar apresentada por Ron Howard é um pouco insossa. Tem demasiados pormenores técnicos que nos deixam um pouco atarantados a meio do filme. O excesso de nomeações talvez se deva ao facto de ser uma história ao agrado do mainstream e pelo regresso de Tom Hanks a uma personagem ligada à História dos EUA. Recorde-se que um ano antes tinha sido o ano de «Forrest Gump».
E se Tom Hanks é um bom actor, em filmes que requerem uma boa dose de ansiedade, como é o caso deste, quase que poderíamos dizer que não foi talhado para estes papéis. Talvez por isso tenham falhado as cenas de suspense, que não nos conseguem agarrar e ficar na expectativa do que vai acontecer a seguir. Isso só se nota no final, quando os astronautas estão a chegar à Terra e vamos vendo as reacções de todos os secundários, incluindo um filho de Jim Lovell que nunca tinha aparecido em todo o filme, enquanto aguardamos resposta do módulo lunar.
Um ponto positivo, ou pelo menos curioso, foi o facto de no final o realizador ter optado por colocar Tom Hanks a narrar o que aconteceu às personagens. Normalmente isso acontece com legendas. Ou seja, o resultado final é um típico filme de Howard.
Nota: 3/5
Site do filme no IMDB
Foi neste contexto que surge a missão Apollo 13, em 1970. Aquela que seria a terceira missão a levar astronautas dos EUA a pisar solo lunar, mas que devido a problemas técnicos acabou por resultar numa missão arriscada que terminou com a tripulação salva depois de vários dias atribulados. O episódio histórico foi filmado por Ron Howard em 1995, com base num livro da autoria de Jeffrey Kluger e Jim Lovell, sendo este um dos três astronautas envolvidos na missão.
Com um bom elenco, composto por nomes como Tom Hanks, Ed Harris, Bill Paxton, Kevin Bacon ou Gary Sinise, «Apollo 13» foi mesmo nomeado para vários Óscares, incluindo Melhor Filme. Mas este é daqueles casos em que tantas nomeações não se justificam. Apesar dos meios envolvidos, e da própria reconstrução histórica dos acontecimentos estar bem feita, a missão lunar apresentada por Ron Howard é um pouco insossa. Tem demasiados pormenores técnicos que nos deixam um pouco atarantados a meio do filme. O excesso de nomeações talvez se deva ao facto de ser uma história ao agrado do mainstream e pelo regresso de Tom Hanks a uma personagem ligada à História dos EUA. Recorde-se que um ano antes tinha sido o ano de «Forrest Gump».
E se Tom Hanks é um bom actor, em filmes que requerem uma boa dose de ansiedade, como é o caso deste, quase que poderíamos dizer que não foi talhado para estes papéis. Talvez por isso tenham falhado as cenas de suspense, que não nos conseguem agarrar e ficar na expectativa do que vai acontecer a seguir. Isso só se nota no final, quando os astronautas estão a chegar à Terra e vamos vendo as reacções de todos os secundários, incluindo um filho de Jim Lovell que nunca tinha aparecido em todo o filme, enquanto aguardamos resposta do módulo lunar.
Um ponto positivo, ou pelo menos curioso, foi o facto de no final o realizador ter optado por colocar Tom Hanks a narrar o que aconteceu às personagens. Normalmente isso acontece com legendas. Ou seja, o resultado final é um típico filme de Howard.
Nota: 3/5
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Tom Hanks
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Em Cartaz: Semana 16/12/2010
Mammuth, de Gustave Kervern e Benoît Delépine
Entrelaçados, de Nathan Greno e Byron Howard
Stone - Ninguém é Inocente, de John Curran
O Amor é Melhor a Dois, de Dominique Farrugia e Arnaud Lemort
I'm Still Here, de Casey Affleck
Katalin Varga, de Peter Strickland
Entrelaçados, de Nathan Greno e Byron Howard
Stone - Ninguém é Inocente, de John Curran
O Amor é Melhor a Dois, de Dominique Farrugia e Arnaud Lemort
I'm Still Here, de Casey Affleck
Katalin Varga, de Peter Strickland
Blake Edwards (1922-2010)
Morreu Blake Edwards, realizador de «Boneca de Luxo» («Breakfast at Tiffany's») e de vários filmes da série «Pantera Cor de Rosa». Ao longo de uma longa carreira, o cineasta realizou cerca de 40 produções e escreveu mais de meia centena de argumentos, para Cinema e TV. Nascido em 1922, Blake Edwards cresceu nos plateaus depois da sua mãe se casar, em segundas núpcias, com um produtor.
Antes de se sentar atrás das câmaras chegou a ser actor secundário. Começou a dar nas vistas em 1956 com a criação da série televisiva «Petter Gunn», com a qual foi nomeado para os Emmys. Foi também nessa série que travou conhecimento com o compositor Henry Mancini, o autor da célebre banda sonora da Pantera Cor de Rosa, uma das músicas mais reconhecidas de sempre.
Antes de se sentar atrás das câmaras chegou a ser actor secundário. Começou a dar nas vistas em 1956 com a criação da série televisiva «Petter Gunn», com a qual foi nomeado para os Emmys. Foi também nessa série que travou conhecimento com o compositor Henry Mancini, o autor da célebre banda sonora da Pantera Cor de Rosa, uma das músicas mais reconhecidas de sempre.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Três portugueses entre os melhores do ano para crítico da New Yorker
O crítico e blogger de cinema da revista New Yorker Richard Brody colocou três filmes portugueses na lista dos melhores do ano. «O Estranho Caso de Angélica», de Manoel de Oliveira, foi o mais bem colocado na lista, ao aparecer na 8ª posição. «Aquele Querido Mês de Agosto», de Miguel Gomes, e «Ne Change Rien», de Pedro Costa, ocuparam o 10º e o 11º lugar do ranking, respectivamente. Destaque ainda para a presença na lista da New Yorker do filme «A Religiosa Portuguesa», de Eugéne Green, uma produção filmada em Portugal.
A lista completa dos 25 melhores filmes de 2010 para Richard Brody é a seguinte (bastante ecléctica, diga-se de passagem):
1 - «Shutter Island», de Martin Scorsese
2 - «A Rede Social», de David Fincher
3 - «Somewhere», de Sofia Coppola
4 - «Greenberg», de Noah Baumbach
5 - «Cisne Negro», de Darren Aronofsky
6 - «36 Vistas do Monte Saint-Loup», de Jacques Rivette
7 - «Vão-me Buscar Alecrim», de Josh Safdie e Benny Safdie
8 - «O Estranho Caso de Angélica», de Manoel de Oliveira
9 - «Tiny Furniture», de Lena Dunham
10 - «Aquele Querido Mês de Agosto», de Miguel Gomes
11 - «Ne Change Rien», de Pedro Costa
12 - «O Pai das Minhas Filhas», de Mia Hansen-Løve
13 - «You Will Meet a Tall Dark Stranger», de Woody Allen
14 - «Hereafter - Outra Vida», de Clint Eastwood
15 - «A Religiosa Portuguesa», de Eugène Green
16 - «O Exército do Crime», de Robert Guédiguian
17 - «Outside the Law», de Rachid Bouchareb
18 - «Audrey the Trainwreck», de Frank V. Ross
19 - «Boxing Gym», de Frederick Wiseman
20 - «Catfish», de Henry Joost e Ariel Schulman
21 - «Cyrus», de Jay Duplass e Mark Duplass
22 - «Open Five», de Kentucker Audley
23 - «É Muito Rock, Meu!», de Nicholas Stoller
24 - «Spring Fever», de Lou Ye
25 - «Scott Pilgrim Contra o Mundo», de Edgar Wright
A lista completa dos 25 melhores filmes de 2010 para Richard Brody é a seguinte (bastante ecléctica, diga-se de passagem):
1 - «Shutter Island», de Martin Scorsese
2 - «A Rede Social», de David Fincher
3 - «Somewhere», de Sofia Coppola
4 - «Greenberg», de Noah Baumbach
5 - «Cisne Negro», de Darren Aronofsky
6 - «36 Vistas do Monte Saint-Loup», de Jacques Rivette
7 - «Vão-me Buscar Alecrim», de Josh Safdie e Benny Safdie
8 - «O Estranho Caso de Angélica», de Manoel de Oliveira
9 - «Tiny Furniture», de Lena Dunham
10 - «Aquele Querido Mês de Agosto», de Miguel Gomes
11 - «Ne Change Rien», de Pedro Costa
12 - «O Pai das Minhas Filhas», de Mia Hansen-Løve
13 - «You Will Meet a Tall Dark Stranger», de Woody Allen
14 - «Hereafter - Outra Vida», de Clint Eastwood
15 - «A Religiosa Portuguesa», de Eugène Green
16 - «O Exército do Crime», de Robert Guédiguian
17 - «Outside the Law», de Rachid Bouchareb
18 - «Audrey the Trainwreck», de Frank V. Ross
19 - «Boxing Gym», de Frederick Wiseman
20 - «Catfish», de Henry Joost e Ariel Schulman
21 - «Cyrus», de Jay Duplass e Mark Duplass
22 - «Open Five», de Kentucker Audley
23 - «É Muito Rock, Meu!», de Nicholas Stoller
24 - «Spring Fever», de Lou Ye
25 - «Scott Pilgrim Contra o Mundo», de Edgar Wright
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Nomeados aos Globos de Ouro 2010
Depois dos Óscares, os Globos de Ouro são talvez os mais importantes galardões da Sétima Arte. «The King's Speech», de Tom Hooper, com 7 nomeações e «The Fighter», de David O. Russell e «A Rede Social», de David Fincher, com 6 nomeações cada, são os mais nomeados
Eis os nomeados deste ano para as categorias de Cinema:
Melhor Filme Drama
«Cisne Negro», de Darren Aronofsky
«The Fighter», de David O. Russell
«A Origem», de Christopher Nolan
«The King's Speech», de Tom Hooper
«A Rede Social», de David Fincher
Melhor Actriz em Drama
Halle Berry, em «Frankie and Alice», de Geoffrey Sax
Nicole Kidman, em «Rabbit Hole», de John Cameron Mitchell
Jennifer Lawrence, em «Winter's Bone», de Debra Granik
Natalie Portman, em «Cisne Negro», de Darren Aronofsky
Michelle Williams, em «Blue Valentine», de Derek Cianfrance
Melhor Actor em Drama
Jesse Eisenberg, em «A Rede Social», de David Fincher
Colin Firth, em «The King's Speech», de Tom Hooper
James Franco, em «127 Horas», de Danny Boyle
Ryan Gosling, em «Blue Valentine», de Derek Cianfrance
Mark Wahlberg, em «The Fighter», de David O. Russell
Melhor Filme Comédia/Musical
«Alice no País das Maravilhas», de Tim Burton
«Burlesque», de Steve Antin
«Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
«Red - Perigosos», de Robert Schwentke
«O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck
Melhor Actriz em Comédia/Musical
Annete Bening, em «Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
Anne Hathaway, em «Love and Other Drugs», de Edward Zwick
Angelina Jolie, em «O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck
Julianne Moore, em «Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
Emma Stone, em «Easy A», de Will Gluck
Melhor Actor em Comédia/Musical
Johnny Depp, em «Alice no País das Maravilhas», de Tim Burton
Johnny Depp, em «O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck
Paul Giamatti, em «Barney's Version», de Richard J. Lewis
Jake Gyllenhaal, em «Love and Other Drugs», de Edward Zwick
Kevin Spacey, em «Casino Jack», de George Hickenlooper
Melhor Filme Animação
«Gru - O Maldisposto», de Pierre Coffin e Chris Renaud
«Como Treinares o Teu Dragão», de Dean DeBlois e Chris Sanders
«O Ilusionista», de Sylvain Chomet
«Entrelaçados», de Nathan Greno e Byron Howard
«Toy Story 3», de Lee Unkrich
Melhor Filme Estrangeiro
«Biutiful», de Alejandro González Iñárritu (México/Espanha)
«O Concerto», de Radu Mihaileanu (França)
«The Edge», de Aleksei Uchitel (Rússia)
«Eu Sou o Amor», de Luca Guadagnino (Itália)
«In a Better World», de Susanne Bier (Dinamarca)
Melhor Actriz Secundária
Amy Adams, em «The Fighter», de David O. Russell
Helena Bonham Carter, em «The King's Speech», de Tom Hooper
Mila Kunis, em «Cisne Negro», de Darren Aronofsky
Melissa Leo, em «The Fighter», de David O. Russell
Jacki Weaver, em «Animal Kingdom», de David Michôd
Melhor Actor Secundário
Christian Bale, em «The Fighter», de David O. Russell
Michael Douglas, em «Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme, de Oliver Stone
Andrew Garfield, em «A Rede Social», de David Fincher
Jeremy Renner, em «A Cidade», de Ben Affleck
Geoffrey Rush, em «The King's Speech», de Tom Hooper
Melhor Realizador
Darren Aronofsky, por «Cisne Negro»
David Fincher, por «A Rede Social»
Tom Hooper, por «The King's Speech»
Christopher Nolan, por «A Origem»
David O. Russell, por «The Fighter»
Melhor Argumento
Danny Boyle e Simon Beaufoy, por «127 Horas»
Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, por «Os Miúdos Estão Bem»
Christopher Nolan, por «A Origem»
David Seidler, por «The King's Speech»
Aaron Sorkin, por «A Rede Social»
Melhor Banda Sonora Original
Alexandre Desplat, por «The King's Speech»
Danny Elfman, por «Alice no País das Maravilhas»
A.R. Rahman, por «127 Horas»
Trent Reznor e Atticus Ross, por «A Rede Social»
Hanns Zimmer, por «A Origem»
Melhor Música Original
«Bound To You», em «Burlesque»
«Coming Home», em «Country Strong»
«I See The Light», em «Entrelaçados»
«There's a Place For Us», em «As Crónicas de Nárnia: A Viagem do Caminheiro da Alvorada»
«You Haven't Seen The Last Of Me», em «Burlesque»
A lista com todos os nomeados, incluindo nas categorias de televisão, podem ser consultados neste link.
Eis os nomeados deste ano para as categorias de Cinema:
Melhor Filme Drama
«Cisne Negro», de Darren Aronofsky
«The Fighter», de David O. Russell
«A Origem», de Christopher Nolan
«The King's Speech», de Tom Hooper
«A Rede Social», de David Fincher
Melhor Actriz em Drama
Halle Berry, em «Frankie and Alice», de Geoffrey Sax
Nicole Kidman, em «Rabbit Hole», de John Cameron Mitchell
Jennifer Lawrence, em «Winter's Bone», de Debra Granik
Natalie Portman, em «Cisne Negro», de Darren Aronofsky
Michelle Williams, em «Blue Valentine», de Derek Cianfrance
Melhor Actor em Drama
Jesse Eisenberg, em «A Rede Social», de David Fincher
Colin Firth, em «The King's Speech», de Tom Hooper
James Franco, em «127 Horas», de Danny Boyle
Ryan Gosling, em «Blue Valentine», de Derek Cianfrance
Mark Wahlberg, em «The Fighter», de David O. Russell
Melhor Filme Comédia/Musical
«Alice no País das Maravilhas», de Tim Burton
«Burlesque», de Steve Antin
«Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
«Red - Perigosos», de Robert Schwentke
«O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck
Melhor Actriz em Comédia/Musical
Annete Bening, em «Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
Anne Hathaway, em «Love and Other Drugs», de Edward Zwick
Angelina Jolie, em «O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck
Julianne Moore, em «Os Miúdos Estão Bem», de Lisa Cholodenko
Emma Stone, em «Easy A», de Will Gluck
Melhor Actor em Comédia/Musical
Johnny Depp, em «Alice no País das Maravilhas», de Tim Burton
Johnny Depp, em «O Turista», de Florian Henckel von Donnersmarck
Paul Giamatti, em «Barney's Version», de Richard J. Lewis
Jake Gyllenhaal, em «Love and Other Drugs», de Edward Zwick
Kevin Spacey, em «Casino Jack», de George Hickenlooper
Melhor Filme Animação
«Gru - O Maldisposto», de Pierre Coffin e Chris Renaud
«Como Treinares o Teu Dragão», de Dean DeBlois e Chris Sanders
«O Ilusionista», de Sylvain Chomet
«Entrelaçados», de Nathan Greno e Byron Howard
«Toy Story 3», de Lee Unkrich
Melhor Filme Estrangeiro
«Biutiful», de Alejandro González Iñárritu (México/Espanha)
«O Concerto», de Radu Mihaileanu (França)
«The Edge», de Aleksei Uchitel (Rússia)
«Eu Sou o Amor», de Luca Guadagnino (Itália)
«In a Better World», de Susanne Bier (Dinamarca)
Melhor Actriz Secundária
Amy Adams, em «The Fighter», de David O. Russell
Helena Bonham Carter, em «The King's Speech», de Tom Hooper
Mila Kunis, em «Cisne Negro», de Darren Aronofsky
Melissa Leo, em «The Fighter», de David O. Russell
Jacki Weaver, em «Animal Kingdom», de David Michôd
Melhor Actor Secundário
Christian Bale, em «The Fighter», de David O. Russell
Michael Douglas, em «Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme, de Oliver Stone
Andrew Garfield, em «A Rede Social», de David Fincher
Jeremy Renner, em «A Cidade», de Ben Affleck
Geoffrey Rush, em «The King's Speech», de Tom Hooper
Melhor Realizador
Darren Aronofsky, por «Cisne Negro»
David Fincher, por «A Rede Social»
Tom Hooper, por «The King's Speech»
Christopher Nolan, por «A Origem»
David O. Russell, por «The Fighter»
Melhor Argumento
Danny Boyle e Simon Beaufoy, por «127 Horas»
Lisa Cholodenko e Stuart Blumberg, por «Os Miúdos Estão Bem»
Christopher Nolan, por «A Origem»
David Seidler, por «The King's Speech»
Aaron Sorkin, por «A Rede Social»
Melhor Banda Sonora Original
Alexandre Desplat, por «The King's Speech»
Danny Elfman, por «Alice no País das Maravilhas»
A.R. Rahman, por «127 Horas»
Trent Reznor e Atticus Ross, por «A Rede Social»
Hanns Zimmer, por «A Origem»
Melhor Música Original
«Bound To You», em «Burlesque»
«Coming Home», em «Country Strong»
«I See The Light», em «Entrelaçados»
«There's a Place For Us», em «As Crónicas de Nárnia: A Viagem do Caminheiro da Alvorada»
«You Haven't Seen The Last Of Me», em «Burlesque»
A lista com todos os nomeados, incluindo nas categorias de televisão, podem ser consultados neste link.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
10 concertos que marcaram 2010 (+1)
1 - The Divine Comedy (Neil Hannon Solo), Teatro Maria Matos, Lisboa, 30 de Novembro
2 - The National, Super Bock Super Rock, Meco, 18 de Julho
3 - Gossip, Optimus Alive, Passeio Marítimo de Algés, 9 de Julho
4 - Sérgio Godinho, Final de Rascunho, Culturgest, Lisboa, 27 de Novembro
5 - Faith No More, Optimus Alive, Passeio Marítimo de Algés, 8 de Julho
6 - Legendary Tigerman, Optimus Alive, Passeio Marítimo de Algés, 10 de Julho
7 - Grizzly Bear, Super Bock Super Rock, Meco, 16 de Julho
8 - Vampire Weekend, Super Bock Super Rock, Meco, 17 de Julho
9 - Pet Shop Boys, Super Bock Super Rock, Meco, 16 de Julho
10 - Motorhead, Rock in Rio, Parque da Bela Vista, Lisboa, 30 de Maio
Menção Honrosa - LCD Soundsystem, Passeio Marítimo de Algés, 10 de Julho (pela forma como foram tratados pela organização do Optimus Alive)
Preparativos para a chegada dos melhores de 2010
A partir de amanhã começa oficialmente a temporada dos melhores de 2010 n'«A Última Sessão». Este ano além da tradicional lista dos melhores filmes vistos durante os últimos 12 meses (só contam os estreados, como aconteceu no ano passado) resolvi apresentar a lista dos melhores concertos que assisti e dos livros que mais me marcaram em 2010.
Sendo assim, amanhã será a vez dos concertos do ano. Na próxima semana, mais concretamente no dia 21, chegam os livros. Para fechar o ano, a lista dos melhores filmes de 2010 será divulgada a 28 de Dezembro. Como sempre, os comentários são bem vindos.
Sendo assim, amanhã será a vez dos concertos do ano. Na próxima semana, mais concretamente no dia 21, chegam os livros. Para fechar o ano, a lista dos melhores filmes de 2010 será divulgada a 28 de Dezembro. Como sempre, os comentários são bem vindos.
domingo, 12 de dezembro de 2010
West Side Story - Amor Sem Barreiras, de Robert Wise e Jerome Robbins (1961)
«West Side Story» é ainda hoje um dos musicais com mais Óscares no currículo. Nada mais, nada menos do que 10. Adaptado pela dupla Robert Wise e Jerome Robbins a partir de um musical homónimo da Broadway, esta é a história de amor entre dois jovens pertencentes a meios diferentes, neste caso ligados a dois gangues rivais de Nova Iorque. De um lado temos os Sharks, oriundos da comunidade porto-riquenha, do outro os Jets, filhos dos imigrantes europeus que vêem os EUA como o seu território.
É no meio deste barril de pólvora que nasce o amor entre Tony (Richard Beymer) e Maria (Natalie Wood). O primeiro é o melhor amigo de Riff (Russ Tamblyn), o líder dos Jets, e a segunda a irmã de Bernardo, o líder dos Sharks (George Chakiris). Mas West Side Story vai muito para além de uma simples história de amor, tão ao gosto dos amantes de um bom romance. Mostra-nos também, através dos dois grupos rivais, a história dos conflitos que sempre fizeram parte de Nova Iorque. Mais tarde Martin Scorcese filmou esta realidade, mas num período histórico muito anterior, em «Gangues de Nova Iorque». Não é à toa que num dos conflitos entre os dois grupos, Bernardo chama nativos aos Jets, expressão que define um dos grupos no filme de Scorcese citado.
As sequências musicais são bastante boas, muitas ainda hoje são conhecidas e fazem parte de qualquer boa antologia do género, e algumas conseguem mesmo aprofundar os temas que à partida dificilmente pensaríamos encontrar num musical, género conotado com o amor e romance. A tal rivalidade é apenas uma delas. Mas por exemplo numa das cenas mais famosas, com a música «America» (que pode ser visionada abaixo), encontramos um excelente retrato do sonho americano visto pelos olhos de quem o procura: as mulheres vêem os EUA como a terra das oportunidades, enquanto que os homens a vêem como uma terra de oportunidades. Mas no fundo ninguém quer deixar o país.
Apesar de ter já quase 50 anos, «West Side Story» é um filme que nos apresenta uma Nova Iorque que ainda permanece no ideal de quem sonha com a cidade que nunca dorme. É um bocado datado, é certo, mas aquela a Manhattan onde decorre a acção ainda hoje é possível encontrar em muitos filmes passados em Nova Iorque. (spoiler) E curiosamente, apesar do sucesso que teve na altura da estreia, é um filme que tem um final triste, o que acaba por ser de certa forma surpreendente se pensarmos que muitos realizadores são 'obrigados' a filmar um final feliz para agradar às plateias.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
É no meio deste barril de pólvora que nasce o amor entre Tony (Richard Beymer) e Maria (Natalie Wood). O primeiro é o melhor amigo de Riff (Russ Tamblyn), o líder dos Jets, e a segunda a irmã de Bernardo, o líder dos Sharks (George Chakiris). Mas West Side Story vai muito para além de uma simples história de amor, tão ao gosto dos amantes de um bom romance. Mostra-nos também, através dos dois grupos rivais, a história dos conflitos que sempre fizeram parte de Nova Iorque. Mais tarde Martin Scorcese filmou esta realidade, mas num período histórico muito anterior, em «Gangues de Nova Iorque». Não é à toa que num dos conflitos entre os dois grupos, Bernardo chama nativos aos Jets, expressão que define um dos grupos no filme de Scorcese citado.
As sequências musicais são bastante boas, muitas ainda hoje são conhecidas e fazem parte de qualquer boa antologia do género, e algumas conseguem mesmo aprofundar os temas que à partida dificilmente pensaríamos encontrar num musical, género conotado com o amor e romance. A tal rivalidade é apenas uma delas. Mas por exemplo numa das cenas mais famosas, com a música «America» (que pode ser visionada abaixo), encontramos um excelente retrato do sonho americano visto pelos olhos de quem o procura: as mulheres vêem os EUA como a terra das oportunidades, enquanto que os homens a vêem como uma terra de oportunidades. Mas no fundo ninguém quer deixar o país.
Apesar de ter já quase 50 anos, «West Side Story» é um filme que nos apresenta uma Nova Iorque que ainda permanece no ideal de quem sonha com a cidade que nunca dorme. É um bocado datado, é certo, mas aquela a Manhattan onde decorre a acção ainda hoje é possível encontrar em muitos filmes passados em Nova Iorque. (spoiler) E curiosamente, apesar do sucesso que teve na altura da estreia, é um filme que tem um final triste, o que acaba por ser de certa forma surpreendente se pensarmos que muitos realizadores são 'obrigados' a filmar um final feliz para agradar às plateias.
Nota: 4/5
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George Chakiris,
Jerome Robbins,
Natalie Wood,
Richard Beymer,
Robert Wise,
Russ Tamblyn
A Queda de Berlim, de Mikhail Tchiaurelli (1949)
Desde muito cedo que o Cinema foi aproveitado para fazer propaganda. Os EUA fizeram-no e muitos outros países também, mas nenhum o terá feito tão bem como o regime soviético. No período do mudo muitos são os exemplos de filmes de propaganda feitos na ex-URSS que ainda hoje figuram entre os melhores filmes de sempre, com destaque para a obra de Sergei Eisenstein, apenas um de vários bons cineastas nascidos na Rússia.
Mas se no período mudo a estética modernista era o que mais se notava, no período seguinte, quando Estaline sobe ao poder, o culto da personalidade domina. É o caso de «A Queda de Berlim», filme de 1949 realizado por Mikhail Tchiaurelli que retrata a tomada de Berlim por parte das tropas soviéticas durante a II Guerra Mundial. Aqui há duas histórias: a 'verdadeira', sobre o conflito e os seus protagonistas reais (aqui vemos Hitler e os seus oficiais, assim como Churchill ou Roosevelt, na Conferência de Ialta) filmado através do olhar soviético, e a história de Alexei Ivanov (Boris Andreiev), um operário de uma fábrica metalúrgica que se torna herói depois de bater o record de produção de aço num dia e se apaixona pela professora Natacha (M. Kovaliovna). Esta é depois levada pelas tropas alemãs durante a invasão e Alexei ingressa no exército para a ir buscar.
Mas o que sobressai mais de «A Queda de Berlim» é o lado kitsch e o culto da personalidade de Estaline que começa logo na primeira cena, quando Alexei é chamado pelo líder soviético para um encontro em Moscovo. Nesta primeira cena encontramos Estaline a plantar uma árvore e quando o operário refere a palavra Deus, o Chefe de Estado responde-lhe que esse é o nome do seu pai. Ficamos logo com uma ideia do que virá a seguir. Estaline é sempre filmado como um grande líder e todos os restantes chefes de Estado, de Hitler a Roosevelt (com sósias muito parecidos), são retratados de forma maniqueísta, cada um com os seus defeitos exagerados até ao último grau. Uma das melhores cenas é a da conferência de Ialta, quando Churchill propõe um brinde ao Rei e ninguém aceita. A imagem de Estaline como libertador dos povos é ainda reforçada no final de «A Queda de Berlim», quando este chega de avião para ser recebido pelas suas tropas. Aqui o casal protagonista reencontra-se com a bênção do seu líder.
Tirando a parte do exagero e do kitsch, que faz sempre parte deste tipo de filmes, «A Queda de Berlim» tem cenas de batalha muito bem filmadas, algumas das quais à altura de grandes clássicos do cinema norte-americano sobre a II Guerra Mundial. O facto de se tratar de um filme dedicado a um episódio muito caro a Estaline, que fez questão de ser o Exército Vermelho o primeiro a entrar em Berlim, talvez tenha dado carta branca a Mikhail Tchiaurelli para ter mais meios. O que é certo é que estas cenas, com o avançar dos tanques e das tropas, são a melhor parte do filme.
Nota: 3/5 (quem perceber russo, a maior parte deste filme está no YouTube, mas sem legendas. Abaixo é possível ver a cena de Estaline a plantar a árvore)
Site do filme no IMDB (1ª Parte)
Site do filme no IMDB (2ª Parte)
Mas se no período mudo a estética modernista era o que mais se notava, no período seguinte, quando Estaline sobe ao poder, o culto da personalidade domina. É o caso de «A Queda de Berlim», filme de 1949 realizado por Mikhail Tchiaurelli que retrata a tomada de Berlim por parte das tropas soviéticas durante a II Guerra Mundial. Aqui há duas histórias: a 'verdadeira', sobre o conflito e os seus protagonistas reais (aqui vemos Hitler e os seus oficiais, assim como Churchill ou Roosevelt, na Conferência de Ialta) filmado através do olhar soviético, e a história de Alexei Ivanov (Boris Andreiev), um operário de uma fábrica metalúrgica que se torna herói depois de bater o record de produção de aço num dia e se apaixona pela professora Natacha (M. Kovaliovna). Esta é depois levada pelas tropas alemãs durante a invasão e Alexei ingressa no exército para a ir buscar.
Mas o que sobressai mais de «A Queda de Berlim» é o lado kitsch e o culto da personalidade de Estaline que começa logo na primeira cena, quando Alexei é chamado pelo líder soviético para um encontro em Moscovo. Nesta primeira cena encontramos Estaline a plantar uma árvore e quando o operário refere a palavra Deus, o Chefe de Estado responde-lhe que esse é o nome do seu pai. Ficamos logo com uma ideia do que virá a seguir. Estaline é sempre filmado como um grande líder e todos os restantes chefes de Estado, de Hitler a Roosevelt (com sósias muito parecidos), são retratados de forma maniqueísta, cada um com os seus defeitos exagerados até ao último grau. Uma das melhores cenas é a da conferência de Ialta, quando Churchill propõe um brinde ao Rei e ninguém aceita. A imagem de Estaline como libertador dos povos é ainda reforçada no final de «A Queda de Berlim», quando este chega de avião para ser recebido pelas suas tropas. Aqui o casal protagonista reencontra-se com a bênção do seu líder.
Tirando a parte do exagero e do kitsch, que faz sempre parte deste tipo de filmes, «A Queda de Berlim» tem cenas de batalha muito bem filmadas, algumas das quais à altura de grandes clássicos do cinema norte-americano sobre a II Guerra Mundial. O facto de se tratar de um filme dedicado a um episódio muito caro a Estaline, que fez questão de ser o Exército Vermelho o primeiro a entrar em Berlim, talvez tenha dado carta branca a Mikhail Tchiaurelli para ter mais meios. O que é certo é que estas cenas, com o avançar dos tanques e das tropas, são a melhor parte do filme.
Nota: 3/5 (quem perceber russo, a maior parte deste filme está no YouTube, mas sem legendas. Abaixo é possível ver a cena de Estaline a plantar a árvore)
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sábado, 11 de dezembro de 2010
Sem Saída, de Frank Oz (2001)
Além de ser conhecido como a voz de Yoda, da saga Guerra das Estrelas, Frank Oz é um realizador com uma carreira que está perto de completar 30 anos. No início dos anos 2000 conseguiu a proeza de juntar no mesmo elenco três grandes actores que representam três gerações distintas: Marlon Brando, Robert De Niro e Edward Norton.
Os três são os protagonistas de «Sem Saída», um filme de assaltos que tem em Nick Wells (Robert De Niro) a figura principal. Dono de um bar de jazz em Montreal, Nick é também um assaltante de cofres em part-time contratado por Max (Marlon Brando). Este oferece-lhe uma proposta milionária, que Nick quer que seja a última, mas que irá ter infringir algumas das suas regras pessoais, sendo a primeira o facto de o assalto em causa ter de ser feito em Montreal. A segunda é a participação de um outro assaltante, Jack Teller (Edward Norton), que se vai infiltrar no edifício da Alfândega da cidade para estudar por dentro o local e fazer um plano detalhado para ajudar Nick.
Com um elenco de luxo, este seria mesmo o último papel de Brando para Cinema, Frank Oz tinha tudo para fazer um grande filme. Mas acaba por perder um bocado a mão da história sobretudo na parte final do filme, quando começa o derradeiro assalto. As cenas de suspense que podiam ser criadas não estão bem conseguidas e o final parece ter sido despachado às três pancadas. O enredo secundário também deixa algumas lacunas por preencher. Mas só o facto de podermos encontrar estes três gigantes no mesmo filme, sendo que Norton está muito bem e Brando surge pela última vez no grande ecrã, já vale a pena ver «Sem Saída».
Nota: 3/5
Site do filme no IMDB
Os três são os protagonistas de «Sem Saída», um filme de assaltos que tem em Nick Wells (Robert De Niro) a figura principal. Dono de um bar de jazz em Montreal, Nick é também um assaltante de cofres em part-time contratado por Max (Marlon Brando). Este oferece-lhe uma proposta milionária, que Nick quer que seja a última, mas que irá ter infringir algumas das suas regras pessoais, sendo a primeira o facto de o assalto em causa ter de ser feito em Montreal. A segunda é a participação de um outro assaltante, Jack Teller (Edward Norton), que se vai infiltrar no edifício da Alfândega da cidade para estudar por dentro o local e fazer um plano detalhado para ajudar Nick.
Com um elenco de luxo, este seria mesmo o último papel de Brando para Cinema, Frank Oz tinha tudo para fazer um grande filme. Mas acaba por perder um bocado a mão da história sobretudo na parte final do filme, quando começa o derradeiro assalto. As cenas de suspense que podiam ser criadas não estão bem conseguidas e o final parece ter sido despachado às três pancadas. O enredo secundário também deixa algumas lacunas por preencher. Mas só o facto de podermos encontrar estes três gigantes no mesmo filme, sendo que Norton está muito bem e Brando surge pela última vez no grande ecrã, já vale a pena ver «Sem Saída».
Nota: 3/5
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Pré-nomeados aos Óscares de Melhores Efeitos Especiais
A Academia continua a divulgar as listas de pré-nomeados. Desta vez foram os candidatos a figurar na lista dos Melhores Efeitos Especiais.
Os 15 pré-nomeados são:
«Alice no País das Maravilhas», de Tim Burton
«As Crónicas de Narnia: a Viagem do Caminheiro da Alvorada», de Michael Apted
«Confronto de Titãs», de Louis Terrier
«Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1», de David Yates
Hereafter - Outra Vida», de Clint Eastwood (estreia prevista para 20 de Janeiro de 2011)
«Inception - A Origem», de Christopher Nolan
«Homem de Ferro 2», de Jon Favreau
«O Último dos Airbender», de M. Night Shyamalan
«Percy Jackson e os Ladrões do Olimpo», de Chris Columbus
«Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo», de Mike Newell
«Scott Pilgrim Contra o Mundo», de Edgar Wright
«Shutter Island», de Martin Scorcese
«O Aprendiz de Feiticeiro», de Jon Turteltaub
«TRON: O Legado», de Joseph Kosinski
«Imparável», de Tony Scott
Os 15 pré-nomeados são:
«Alice no País das Maravilhas», de Tim Burton
«As Crónicas de Narnia: a Viagem do Caminheiro da Alvorada», de Michael Apted
«Confronto de Titãs», de Louis Terrier
«Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 1», de David Yates
Hereafter - Outra Vida», de Clint Eastwood (estreia prevista para 20 de Janeiro de 2011)
«Inception - A Origem», de Christopher Nolan
«Homem de Ferro 2», de Jon Favreau
«O Último dos Airbender», de M. Night Shyamalan
«Percy Jackson e os Ladrões do Olimpo», de Chris Columbus
«Príncipe da Pérsia: As Areias do Tempo», de Mike Newell
«Scott Pilgrim Contra o Mundo», de Edgar Wright
«Shutter Island», de Martin Scorcese
«O Aprendiz de Feiticeiro», de Jon Turteltaub
«TRON: O Legado», de Joseph Kosinski
«Imparável», de Tony Scott
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Scott Pilgrim Contra o Mundo, de Edgar Wright (2010)
Para quem nasceu e viveu nos anos 1980 e passou horas a jogar Super Mario e Street Fighter, ver o mais recente filme de Edgar Wright, «Scott Pilgrim Contra o Mundo», é um pouco como regressar ao passado. Não é um grande filme, mas de certo ficará como um dos filmes de culto deste ano. Pelo menos tem todos os ingredientes para o ser. Scott Pilgrim (Michael Cera) é um geek que tem uma banda de garagem composta por geeks a quem no início do filme revela que tem uma nova namorada.
Mas a paixão termina quando conhece Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead) e se apaixona por esta rapariga que tem um passado amoroso bastante complicado. Para a conquistar Scott Pilgrim tem de derrotar os seus 7 ex-namorados.
Aparentemente este podia ser mais um normal filme de adolescentes. E no fundo é, mas «Scott Pilgrim Contra o Mundo» assenta numa estética semelhante à dos clássicos videojogos que referi, sendo os heróis pessoas de carne e osso. As cenas de lutas são delirantes, algumas das quais têm elementos musicais que resultam em duelos entre bandas muito bem conseguidos (a banda sonora, a cargo de Nigel Godrich, produtor bastante conhecido por ter trabalhado com bandas como os Radiohead, é muito boa), e é engraçado ver os elementos como os corações que dão direito a vidas a surgirem de vez em quando para salvar Scott.
O único problema deste filme é o facto de estar tão agarrado a esta estética que não vai agradar a uma audiência maior. Mas para quem quiser regressar aos bons velhos tempos a jogar arcadas, o divertimento está garantido à partida. O ícone da Universal pixelizado, no início do genérico, está priceless.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
Mas a paixão termina quando conhece Ramona Flowers (Mary Elizabeth Winstead) e se apaixona por esta rapariga que tem um passado amoroso bastante complicado. Para a conquistar Scott Pilgrim tem de derrotar os seus 7 ex-namorados.
Aparentemente este podia ser mais um normal filme de adolescentes. E no fundo é, mas «Scott Pilgrim Contra o Mundo» assenta numa estética semelhante à dos clássicos videojogos que referi, sendo os heróis pessoas de carne e osso. As cenas de lutas são delirantes, algumas das quais têm elementos musicais que resultam em duelos entre bandas muito bem conseguidos (a banda sonora, a cargo de Nigel Godrich, produtor bastante conhecido por ter trabalhado com bandas como os Radiohead, é muito boa), e é engraçado ver os elementos como os corações que dão direito a vidas a surgirem de vez em quando para salvar Scott.
O único problema deste filme é o facto de estar tão agarrado a esta estética que não vai agradar a uma audiência maior. Mas para quem quiser regressar aos bons velhos tempos a jogar arcadas, o divertimento está garantido à partida. O ícone da Universal pixelizado, no início do genérico, está priceless.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
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Cela 211, de Daniel Monzón (2009)
Vindo de Espanha, «Cela 211» é um filme sobre prisões que aborda muito mais do que a simples vida atrás das grades. Na sua quarta longa metragem como realizador Daniel Monzón leva-nos a uma prisão onde está prestes a iniciar um motim liderado por Malamadre, um grande vilão, daqueles maus como as cobras e que ficará como um dos grandes personagens do ano, interpretado por Luis Tosar. Ao mesmo tempo a narrativa apanha pelo meio Juan Oliver (o estreante Alberto Ammann), um novo guarda prisional que resolve visitar o seu posto de trabalho na véspera de entrar ao serviço e acaba por ficar do lado errado da prisão.
O que vamos assistindo é a infiltração de Juan Oliver no meio dos presos, onde se faz passar por um deles para não sofrer as consequências de ser uma presa fácil, e a sua evolução que resulta do desespero das notícias que lhe vão chegando. E o que inicialmente parecia ser um jovem tímido ansioso por conhecer os cantos à casa começa a tornar-se outra pessoa, mais sádica, fruto do meio onde está inserido que o leva a praticar acções necessárias para a sua sobrevivência.
Mas além desta evolução, «Cela 211» foca também muitas questões relacionadas com a vida nas prisões e os problemas neste tipo de sítios, que são apontados na lista de pedidos dos amotinados. O filme aborda ainda a forma como os prisioneiros bascos são vistos no meio prisional espanhol: tanto os presos como as autoridades os desprezam, devido às suas ligações ao terrorismo da ETA, (o sentimento é igual de parte a parte) mas os três bascos acabam por ser fundamentais para as negociações.
«Cela 211» é um filme forte (a cena inicial de um prisioneiro a cortar os pulsos diz-nos logo ao que vamos) que apesar de ser passado numa prisão acaba por não cair nos clichés do género. A prisão onde decorre maior parte da acção não é um espaço claustrofóbico, pelo menos isso não se sente, e Daniel Monzón conseguiu filmar bem a história, mesmo nas cenas mais movimentadas, todo parece estar no sítio certo.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
O que vamos assistindo é a infiltração de Juan Oliver no meio dos presos, onde se faz passar por um deles para não sofrer as consequências de ser uma presa fácil, e a sua evolução que resulta do desespero das notícias que lhe vão chegando. E o que inicialmente parecia ser um jovem tímido ansioso por conhecer os cantos à casa começa a tornar-se outra pessoa, mais sádica, fruto do meio onde está inserido que o leva a praticar acções necessárias para a sua sobrevivência.
Mas além desta evolução, «Cela 211» foca também muitas questões relacionadas com a vida nas prisões e os problemas neste tipo de sítios, que são apontados na lista de pedidos dos amotinados. O filme aborda ainda a forma como os prisioneiros bascos são vistos no meio prisional espanhol: tanto os presos como as autoridades os desprezam, devido às suas ligações ao terrorismo da ETA, (o sentimento é igual de parte a parte) mas os três bascos acabam por ser fundamentais para as negociações.
«Cela 211» é um filme forte (a cena inicial de um prisioneiro a cortar os pulsos diz-nos logo ao que vamos) que apesar de ser passado numa prisão acaba por não cair nos clichés do género. A prisão onde decorre maior parte da acção não é um espaço claustrofóbico, pelo menos isso não se sente, e Daniel Monzón conseguiu filmar bem a história, mesmo nas cenas mais movimentadas, todo parece estar no sítio certo.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
Em Cartaz: Semana 08/12/2010
Aniki Bóbó, de Manoel de Oliveira
Douro, Faina Fluvial, de Manoel de Oliveira
Encontros em Nova Iorque, de Nicole Holofcener
As Aventuras de Sammy: A Passagem Secreta, de Ben Stassen
As Crónicas de Nárnia: A Viagem do Caminheiro da Alvorada, de Michael Apted
Scott Pilgrim Contra o Mundo, de Edgar Wright
A Última Estação, de Michael Hoffman
Douro, Faina Fluvial, de Manoel de Oliveira
Encontros em Nova Iorque, de Nicole Holofcener
As Aventuras de Sammy: A Passagem Secreta, de Ben Stassen
As Crónicas de Nárnia: A Viagem do Caminheiro da Alvorada, de Michael Apted
Scott Pilgrim Contra o Mundo, de Edgar Wright
A Última Estação, de Michael Hoffman
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Museu da Imagem em Movimento nasce em Leiria
Vai ser inaugurado amanhã em Leiria o m|i|mo – Museu da Imagem em Movimento, numa cerimónia que contará com a presença da ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas. A abertura do novo espaço dedicado às imagens em movimento ficará marcada pela inauguração da exposição «Negativo/Positivo», que reúne obras da Colecção de Arte da Fundação EDP, e pela projecção do documentário «Leiria Cidade de Poetas», de Fernando D'Almeida.
O museu conta com uma exposição permanente, onde os visitantes vão poder ficar a conhecer a evolução do Cinema em três vertentes - Pré-cinema, Fotografia e Cinema - e uma área dedicada a exposições temporárias complementar a primeira. De acordo com a autarquia leiriense, aqui «serão desenvolvidas as várias temáticas abordadas na exposição permanente, desenvolvendo actividades pontuais tais como, exibição de pequenos ciclos de cinema, actividades de formação, nomeadamente seminários, colóquios, workshops, conferências, exposições temporárias, ciclos de cinema e vídeo». Destaque ainda para um espaço denominado Oficina do Olhar onde se encontram objectos ligados aos primeiros tempos da Sétima Arte à disposição dos visitantes para experimentar.
A inauguração do M|i|mo – Museu da Imagem em Movimento terá lugar amanhã, dia 8 de Dezembro, às 16 horas.
O museu conta com uma exposição permanente, onde os visitantes vão poder ficar a conhecer a evolução do Cinema em três vertentes - Pré-cinema, Fotografia e Cinema - e uma área dedicada a exposições temporárias complementar a primeira. De acordo com a autarquia leiriense, aqui «serão desenvolvidas as várias temáticas abordadas na exposição permanente, desenvolvendo actividades pontuais tais como, exibição de pequenos ciclos de cinema, actividades de formação, nomeadamente seminários, colóquios, workshops, conferências, exposições temporárias, ciclos de cinema e vídeo». Destaque ainda para um espaço denominado Oficina do Olhar onde se encontram objectos ligados aos primeiros tempos da Sétima Arte à disposição dos visitantes para experimentar.
A inauguração do M|i|mo – Museu da Imagem em Movimento terá lugar amanhã, dia 8 de Dezembro, às 16 horas.
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Virgílio Teixeira (1917-2010)
Morreu o actor Virgílio Teixeira, aos 93 anos, actor madeirense que participou em 92 produções e é considerado por muitos como o mais internacional dos actores nascidos na Madeira. Um dos seus papéis mais conhecidos foi Júlio, o guitarrista de «Fado - História de uma Cantadeira» por quem a personagem de Amália Rodrigues se apaixona no filme. Também participou em alguns filmes nos EUA, entre os quais «O Regresso dos Sete Magníficos», a sequela de «Os Sete Magníficos», realizada por Burt Kennedy, ou «Doutor Jivago», de David Lean. Faleceu ontem, no Hospital João de Almada, no Funchal.
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Virgílio Teixeira
Resultados oficiais dos TCN Blog Awards 2010
Depois da cerimónia de atribuição dos prémios, foram divulgados os resultados oficiais das votações dos TCN Blog Awards 2010. Como seria de esperar, «A Última Sessão» levou uma valente tareia, ficando num honroso sexto lugar, com 24 votos, apenas à frente do blogue «Ordet». O resultado não foi o melhor, mas fiquei contente por estar entre os nomeados, o que para mim já foi uma grande vitoria. A todos os que votaram no meu blogue os meus sinceros agradecimentos. Para o ano vencemos!!!
Os resultados finais podem ser consultados neste link.
domingo, 5 de dezembro de 2010
Vencedores dos Prémios Europeus do Cinema 2010
Foram ontem conhecidos os vencedores dos Prémios Europeus do Cinema. Como seria de esperar «O Escritor Fantasma», de Roman Polanski, foi o grande vencedor da noite, ao conquistar seis galardões, incluindo Melhor Filme Europeu, Melhor Realizador e Melhor Actor. «Líbano», do israelita Samuel Maoz conquistou dois prémios: Melhor Descoberta e o Carlo Di Palma European Cinematographer Award 2010.
A lista completa dos vencedores é a seguinte:
European Co-Production - Prix Eurimages
Zeynep Özbatur Atakan
Melhor Compositor Europeu 2010
Alexandre Desplat por THE GHOST WRITER (O Escritor Fantasma)
Carlo Di Palma European Cinematographer Award 2010
Giora Bejach por LEBANON (Líbano)
Melhor Longa Metragem de Animação Europeia
THE ILLUSIONIST (O Ilusionista), de Sylvain Chomet
Melhor Argumentista Europeu
Robert Harris e Roman Polanski por THE GHOST WRITER (O Escritor Fantasma)
Melhor Realizador Europeu
Roman Polanski por THE GHOST WRITER (O Escritor Fantasma)
Melhor Editor Europeu
Luc Barnier e Marion Monnier por CARLOS
European Production Designer 2010
Albrecht Konrad por THE GHOST WRITER (O Escritor Fantasma)
Prémio do Público, escolhido pelos espectadores europeus
MR. NOBODY, de Jaco van Dormael
European Achievement in World Cinema
Gabriel Yared
Melhor Documentário Europeu - Prix Arte
NOSTALGIA DE LA LUZ, de Patricio Guzmán
Melhor Curta Metragem Europeia
HANOI - WARSZAWA, de Katarzyna Klimkiewicz
Melhor Actriz Europeia
Sylvie Testud, por LOURDES
Melhor Descoberta Europeia – Prix Fipresci
LEBANON (Líbano), de Samuel Maoz
Melhor Actor Europeu
Ewan McGregor, por THE GHOST WRITER (Escritor Fantasma)
European Film Academy Lifetime Achievement Award
Bruno Ganz
Melhor Filme Europeu
THE GHOST WRITER (Escritor Fantasma), de Roman Polanski
A lista completa dos vencedores é a seguinte:
European Co-Production - Prix Eurimages
Zeynep Özbatur Atakan
Melhor Compositor Europeu 2010
Alexandre Desplat por THE GHOST WRITER (O Escritor Fantasma)
Carlo Di Palma European Cinematographer Award 2010
Giora Bejach por LEBANON (Líbano)
Melhor Longa Metragem de Animação Europeia
THE ILLUSIONIST (O Ilusionista), de Sylvain Chomet
Melhor Argumentista Europeu
Robert Harris e Roman Polanski por THE GHOST WRITER (O Escritor Fantasma)
Melhor Realizador Europeu
Roman Polanski por THE GHOST WRITER (O Escritor Fantasma)
Melhor Editor Europeu
Luc Barnier e Marion Monnier por CARLOS
European Production Designer 2010
Albrecht Konrad por THE GHOST WRITER (O Escritor Fantasma)
Prémio do Público, escolhido pelos espectadores europeus
MR. NOBODY, de Jaco van Dormael
European Achievement in World Cinema
Gabriel Yared
Melhor Documentário Europeu - Prix Arte
NOSTALGIA DE LA LUZ, de Patricio Guzmán
Melhor Curta Metragem Europeia
HANOI - WARSZAWA, de Katarzyna Klimkiewicz
Melhor Actriz Europeia
Sylvie Testud, por LOURDES
Melhor Descoberta Europeia – Prix Fipresci
LEBANON (Líbano), de Samuel Maoz
Melhor Actor Europeu
Ewan McGregor, por THE GHOST WRITER (Escritor Fantasma)
European Film Academy Lifetime Achievement Award
Bruno Ganz
Melhor Filme Europeu
THE GHOST WRITER (Escritor Fantasma), de Roman Polanski
Vencedores dos TCN Blog Awards
Foram ontem atribuídos os galardões da primeira edição dos TCN Blog Awards, uma iniciativa promovida pelo blogue Cinema Notebook, em parceria com a revista Take e com a Magazine.HD com o objectivo de distinguir o que de melhor se faz na blogosfera de cinema e televisão em Portugal. Numa cerimónia realizada no Teatro Turim, em Lisboa, dezenas de bloggers de todo o país participaram na cerimónia que premiou os melhores bloggers dos últimos meses.
A Última Sessão estava nomeado para Melhor Novo Blogue, tendo perdido (justamente, na minha opinião), para a dupla responsável pelo Dial P for Popcorn. Nuno Reis foi o grande vencedor da tarde, ao levar para casa os prémios de Melhor Blogger e Melhor Iniciativa, pelo Encontro de Blogues no Fantasporto. Para o ano ficou prometida nova cerimónia.
A lista completa dos vencedores é esta:
A todos os vencedores os meus parabéns e espero que para o ano nos encontremos todos de novo para uma nova cerimónia.
A Última Sessão estava nomeado para Melhor Novo Blogue, tendo perdido (justamente, na minha opinião), para a dupla responsável pelo Dial P for Popcorn. Nuno Reis foi o grande vencedor da tarde, ao levar para casa os prémios de Melhor Blogger e Melhor Iniciativa, pelo Encontro de Blogues no Fantasporto. Para o ano ficou prometida nova cerimónia.
A lista completa dos vencedores é esta:
Melhor Blogue Individual: Cineblog (JB Martins, o autor do blogue não esteve presente na cerimónia)
Melhor Novo Blogue: Dial P for Popcorn (Jorge Rodrigues e João Samuel Neves)
Melhor Iniciativa: Encontro de Bloggers no Fantasporto (Nuno Reis)
Prémio dos Bloggers: Ante-Cinema
Melhor Blogue Colectivo: TV Dependente
Blogger do Ano: Nuno Reis (Antestreia)
A todos os vencedores os meus parabéns e espero que para o ano nos encontremos todos de novo para uma nova cerimónia.
sábado, 4 de dezembro de 2010
D. Quixote, de Georg Wilhelm Pabst (1933)
A história de Dom Quixote, escrita por Miguel de Cervantes y Saavedra, é das mais maravilhosas que nos chegou do início do século XVII. Ao longo da história do Cinema foram várias as tentativas de levar as aventuras do Cavaleiro da Triste Figura e do seu companheiro Sancho Pança ao grande ecrã. A tarefa tem-se tornado um épico semelhante às narrativas que Dom Quixote tanto gostava de ler e que o levam a partir estrada fora.
Condensar as centenas de páginas que têm os dois volumes da obra de Cervantes não é pêra doce. Um dos primeiros a tentá-lo foi o alemão Georg Wilhelm Pabst em 1933 e com relativo sucesso, atendendo à dificuldade do projecto, pois são inúmeros os episódios que Dom Quixote nos conta.
Em termos muito gerais, o livro conta a história de um velho meio senil que gosta de romances de cavalaria. A sua paixão por este género literário leva-o a querer tornar-se um cavaleiro andante e parte estrada fora, com o seu 'escudeiro' Sancho Pança, a quem promete alguns dos domínios conquistados.
Como não podia deixar de ser, em pouco menos de hora e meia o filme não consegue retratar tudo o que se passa no livro de Cervantes. Mas mesmo condensada, a história proposta por Pabst é bastante coesa e são relatados alguns episódios que dão bastante coesão à narrativa, entre os quais o dos famosos moinhos de vento. E ainda houve tempo para algumas canções cantadas a meio do filme, aproveitando o facto de o papel de Dom Quixote ter sido interpretado por Feodor Chaliapin Sr., um cantor de ópera russo muito famoso à época.
Nota: 3/5 (a nota podia ser melhor, pois a cópia exibida na Cinemateca era do tempo da censura e como era apanágio da altura, muitas das legendas ficaram de fora. E o facto de ter passado a versão francesa do filme - também existe uma versão em inglês do mesmo filme e é essa que se pode ver no vídeo em baixo -, língua que não domino muito bem, acabou por afectar a compreensão de alguns diálogos. Mas como conhecia a história, tornou-se mais fácil de acompanhar a narrativa)
Site do filme no IMDB
Condensar as centenas de páginas que têm os dois volumes da obra de Cervantes não é pêra doce. Um dos primeiros a tentá-lo foi o alemão Georg Wilhelm Pabst em 1933 e com relativo sucesso, atendendo à dificuldade do projecto, pois são inúmeros os episódios que Dom Quixote nos conta.
Em termos muito gerais, o livro conta a história de um velho meio senil que gosta de romances de cavalaria. A sua paixão por este género literário leva-o a querer tornar-se um cavaleiro andante e parte estrada fora, com o seu 'escudeiro' Sancho Pança, a quem promete alguns dos domínios conquistados.
Como não podia deixar de ser, em pouco menos de hora e meia o filme não consegue retratar tudo o que se passa no livro de Cervantes. Mas mesmo condensada, a história proposta por Pabst é bastante coesa e são relatados alguns episódios que dão bastante coesão à narrativa, entre os quais o dos famosos moinhos de vento. E ainda houve tempo para algumas canções cantadas a meio do filme, aproveitando o facto de o papel de Dom Quixote ter sido interpretado por Feodor Chaliapin Sr., um cantor de ópera russo muito famoso à época.
Nota: 3/5 (a nota podia ser melhor, pois a cópia exibida na Cinemateca era do tempo da censura e como era apanágio da altura, muitas das legendas ficaram de fora. E o facto de ter passado a versão francesa do filme - também existe uma versão em inglês do mesmo filme e é essa que se pode ver no vídeo em baixo -, língua que não domino muito bem, acabou por afectar a compreensão de alguns diálogos. Mas como conhecia a história, tornou-se mais fácil de acompanhar a narrativa)
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Georg Wilhelm Pabst
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
O Concerto, de Radu Mihaileanu (2009)
Nos últimos anos o cinema romeno tem-se mostrado ao mundo e com bons resultados. «O Concerto», não sendo uma produção exclusivamente romena, dado que Radu Mihaileanu tem feito carreira sobretudo em França, é um bom exemplo da vitalidade dos realizadores daquele país da Europa de Leste. Uma comédia simples, conta a história de Andrey Simonovich Filipov (Aleksey Guskov), um antigo maestro do mítico Teatro Bolshoi que foi expulso durante o regime comunista e é agora um empregado de limpeza no mesmo local onde sonha voltar a liderar uma orquestra.
Essa oportunidade surge quando está a limpar o escritório do novo responsável pelo teatro e começa a chegar um fax. Esse fax é um convite para a orquestra russa ir tocar a Paris para substituir a sua congénere de Los Angeles que cancelou um espectáculo na capital francesa. Mas em vez de Andrey Filipov entregar o fax a quem de direito resolve guardá-lo e fica com a missão de se passar pela orquestra do Bolshoi. Para tal vai procurar os antigos membros da sua orquestra e outras personagens que pouco ou nada têm a ver com o mundo da música clássica, mas que tocam bem. É o caso dos vários ciganos que compõem esta original orquestra.
«O Concerto» é uma óptima comédia que aproveita para espetar várias alfinetadas sempre que pode. Poucos escapam: um antigo dirigente comunista que ainda acredita na utopia, um velho judeu que vai a Paris para fazer negócio e toca melhor o seu instrumento quando está com asma ou um magnata do gás são apenas alguns exemplos da variedade de caricaturas. Paralelamente o filme tem como pano de fundo a história de uma rapariga que Andrey Filipov pretende ter no concerto: a violinista Anne-Marie Jacquet (Mélanie Laurent), que tem um segredo relacionado com o concerto.
Capaz de nos deixar com um sorriso nos lábios quando saímos do cinema, mesmo quando algumas daquelas histórias podem ser mais tristes do que aparentam, «O Concerto» mostra-nos que vale sempre a pena perseguir os nossos sonhos.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
Essa oportunidade surge quando está a limpar o escritório do novo responsável pelo teatro e começa a chegar um fax. Esse fax é um convite para a orquestra russa ir tocar a Paris para substituir a sua congénere de Los Angeles que cancelou um espectáculo na capital francesa. Mas em vez de Andrey Filipov entregar o fax a quem de direito resolve guardá-lo e fica com a missão de se passar pela orquestra do Bolshoi. Para tal vai procurar os antigos membros da sua orquestra e outras personagens que pouco ou nada têm a ver com o mundo da música clássica, mas que tocam bem. É o caso dos vários ciganos que compõem esta original orquestra.
«O Concerto» é uma óptima comédia que aproveita para espetar várias alfinetadas sempre que pode. Poucos escapam: um antigo dirigente comunista que ainda acredita na utopia, um velho judeu que vai a Paris para fazer negócio e toca melhor o seu instrumento quando está com asma ou um magnata do gás são apenas alguns exemplos da variedade de caricaturas. Paralelamente o filme tem como pano de fundo a história de uma rapariga que Andrey Filipov pretende ter no concerto: a violinista Anne-Marie Jacquet (Mélanie Laurent), que tem um segredo relacionado com o concerto.
Capaz de nos deixar com um sorriso nos lábios quando saímos do cinema, mesmo quando algumas daquelas histórias podem ser mais tristes do que aparentam, «O Concerto» mostra-nos que vale sempre a pena perseguir os nossos sonhos.
Nota: 4/5
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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Jogo Limpo, de Doug Liman (2010)
Baseado na história verídica de Valerie Plame, uma antiga agente da CIA cuja identidade foi divulgada na imprensa por um alto responsável da Casa Branca, «Jogo Limpo» chega às salas portuguesas num timing quase perfeito, pois esta história tem alguns pontos de contacto com a publicação de documentos 'secretos' no WikiLeaks. Naomi Watts interpreta Valerie Plame e Sean Penn o seu marido, o antigo embaixador norte-americano Joe Wilson, e ambos têm uma excelente prestação.
Começando como um filme de espiões, com Valerie a participar em missões por vários pontos do mundo árabe e Joe Wilson numa missão semi-secreta ao Níger, «Jogo Limpo» torna-se a meio um thriller político que apenas difere de filmes semelhantes realizados nos anos 1970, época de ouro do género, por se tratar de uma história que aconteceu de facto. Em causa está a Guerra do Iraque, que começou a ser preparada com base em diversas ´provas', entre as quais um relatório que saiu da tal viagem de Joe Wilson ao país africano. Este foi citado num dos discursos do Estado da Nação de George W. Bush como pertencendo aos serviços secretos britânicos.
O antigo embaixador resolveu tirar a questão a limpo e publica um artigo num jornal. Pouco depois um outro artigo revela pormenores da visita de Wilson ao Níger onde é revelada a sua relação com a agente da CIA, que de imediato se vê afastada do seu trabalho. Praticamente sem cenas de acção, «Jogo Limpo» conta apenas a história de um casal que se vê envolvido nas tricas de poder e os seus objectivos obscuros. Doug Liman tem uma boa realização, que na minha opinião apenas falha por abusar demasiado da câmara na mão, pois penso que neste caso não se justifica.
O par de protagonistas foi muito bem escolhido, sobretudo Naomi Watts que se aguenta muito bem no papel de agente que se deixa abater depois de ter provado que era uma autêntica mulher de armas. Sean Penn está ao seu melhor nível.
Nota: 4/5
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Começando como um filme de espiões, com Valerie a participar em missões por vários pontos do mundo árabe e Joe Wilson numa missão semi-secreta ao Níger, «Jogo Limpo» torna-se a meio um thriller político que apenas difere de filmes semelhantes realizados nos anos 1970, época de ouro do género, por se tratar de uma história que aconteceu de facto. Em causa está a Guerra do Iraque, que começou a ser preparada com base em diversas ´provas', entre as quais um relatório que saiu da tal viagem de Joe Wilson ao país africano. Este foi citado num dos discursos do Estado da Nação de George W. Bush como pertencendo aos serviços secretos britânicos.
O antigo embaixador resolveu tirar a questão a limpo e publica um artigo num jornal. Pouco depois um outro artigo revela pormenores da visita de Wilson ao Níger onde é revelada a sua relação com a agente da CIA, que de imediato se vê afastada do seu trabalho. Praticamente sem cenas de acção, «Jogo Limpo» conta apenas a história de um casal que se vê envolvido nas tricas de poder e os seus objectivos obscuros. Doug Liman tem uma boa realização, que na minha opinião apenas falha por abusar demasiado da câmara na mão, pois penso que neste caso não se justifica.
O par de protagonistas foi muito bem escolhido, sobretudo Naomi Watts que se aguenta muito bem no papel de agente que se deixa abater depois de ter provado que era uma autêntica mulher de armas. Sean Penn está ao seu melhor nível.
Nota: 4/5
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