Como diz a cantiga, tudo o que tem um fim teve um começo. Há cerca de dois anos e meio resolvi criar este blogue para complementar duas paixões minhas: a escrita e o Cinema. Neste espaço partilhei textos sobre filmes que gostei de ver, outros nem por isso, imagens, vídeos e tudo o mais sobre a Sétima Arte. Através deste blogue conheci pessoas que me marcaram pela positiva (algumas sei que são pessoas com quem irei continuar a falar e partilhar esta minha paixão, pelo menos uma sei que será para sempre uma das minhas melhores amigas) outras que bem podiam ter ficado no buraco de onde saíram (lamento a franqueza, mas também ninguém disse que as despedidas eram agradáveis). Tive a oportunidade de ver o meu trabalho reconhecido (apesar de ainda hoje continuar sem perceber muito bem porquê) por duas vezes nos TCN.
Ultimamente, como devem ter reparado, este espaço andou vazio, como se fosse um fantasma. A paixão pelo Cinema não morreu, mas a falta de tempo e motivação para manter este blogue tomaram de assalto o seu autor. E estes dois factores foram essenciais para tomar esta decisão de encerrar de vez, ao contrário do que aconteceu nos últimos abandonos, «A Última Sessão». Foi bom enquanto durou e agradeço a todos os que passaram por aqui nos últimos dois anos e meio, comentaram, me convidaram para participar em iniciativas com os seus blogues e interagiram com o blogue através da conta no Facebook. Essa conta irá continuar activa, pelo menos durante mais algum tempo. Ainda não decidi se vai durar muito tempo, pois também tenho uma certa pena de desistir dos visitantes que me acompanharam por aí. O mesmo vai acontecer com o endereço de e-mail (oprojeccionista@gmail.com) que vai continuar activo para quem pretender entrar em contacto comigo para participar em iniciativas ou outros projectos onde eventualmente possa contribuir com algo.
Para já é tempo de partir para novas aventuras e pensar noutros projectos. Podem apagar as luzes da sala, o projeccionista abandonou de vez a cabine de projecção. A todos (e neste caso não excluo ninguém, pois não sou de guardar rancores) um muito obrigado.
terça-feira, 8 de maio de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Em Cartaz: Semana 25/04/2012
Este é o meu Lugar, de Paolo Sorrentino
O Nosso Paraíso, de Gaël Morel
Os Piratas!, de Jeff Newitt e Peter Lord
Os Vingadores, de Joss Whedon
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segunda-feira, 23 de abril de 2012
Banda Sonora: Tonight the Streets Are Ours, de Richard Hawley
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Recordações do IndieLisboa: 2005

As restantes memórias desta segunda edição do Indie, organizada um pouco em cima do joelho dado o curto espaço temporal entre as duas primeiras edições, vão para o outro herói independente, o chinês Jia Zhangke, que foi alvo de um ciclo integral durante o festival, e para um dos filmes que continua a ser um dos meus preferidos de todas as edições do certame: «Aaltra», a genial estreia da dupla Gustave de Kervern e Benoît Delépine.
Infiltrados e Infernal Affairs II, de Wai-keung Lau e Alan Mak - o meu primeiro contacto com esta magnífica trilogia, que Martin Scorsese mais tarde iria utilizar como base para «Entre Inimigos», não se deu no Indie, pois o primeiro (e melhor) capítulo teve estreia comercial. A ideia da organização do Indie era, a propósito da suposta distribuição em sala, fazer uma antestreia da trilogia, passando-a no festival em três sessões seguidas. A trilogia nunca chegou ao circuito comercial e porque a logística de um espectador de festival não é tarefa fácil, tive de deixar cair o terceiro episódio, que apenas veria mais tarde em DVD. Em substituição foi ver um outro filme, que acabaria por estrear, quando quase ninguém pensava que tal acontecesse. Mas a experiência de ver estes dois episódios em sala compensou.
Aaltra, de Gustave de Kervern e Benoît Delépine - quando referi ali em cima que tinha trocado o terceiro episódio da trilogia «Infernal Affairs» por um outro filme, os grandes responsáveis foram dois senhores belgas. Gustave de Kervern e Benoît Delépine trouxeram à segunda edição do Indie aquele que é para mim, ainda hoje, um dos meus filmes preferidos de todos os que tive oportunidade de conhecer no festival. Uma comédia negra, com toques de Kaurismaki (o realizador finlandês tem um pequeno e delicioso cameo no final), que pode muito bem ser definido como um road movie em cadeiras de rodas, como foi apresentado na altura. Com uma descrição destas, dificilmente seria de esperar ver Aaltra a chegar às salas. Acabou por chegar.
Plataforma, de Jia Zhangke - apesar de ser um dos homenageados e mesmo tendo sido alvo de uma retrospectiva integral no festival, foi difícil acompanhar o ciclo dedicado a Jia Zhangke. Tive a sorte de assistir a «Plataforma», filme que acabou por servir de porta de entrada para a obra deste cineasta chinês, cujas mais recentes longas metragens tenho vindo a acompanhar, pois é dos raros casos em que a distribuição portuguesa se lembra de estrear filmes de realizadores deste país.
Em Cartaz: Semana 19/04/2012
Capitães da Areia, de Cecília Amado e Guy Gonçalves
Batalha Naval, de Peter Berg
O Exótico Hotel Marigold, de John Madden
Terraferma, de Emanuele Crialese
Assim Assim, de Sérgio Graciano
Batalha Naval, de Peter Berg
O Exótico Hotel Marigold, de John Madden
Terraferma, de Emanuele Crialese
Assim Assim, de Sérgio Graciano
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quarta-feira, 18 de abril de 2012
Recordações do IndieLisboa: 2004

Depois de uma experiência bastante agradável no Cine-Estúdio 222, pelo menos para quem teve oportunidade de assistir aos excelentes ciclos que por lá passaram no início deste século, a associação Zero em Comportamento resolveu avançar para um festival de cinema independente. Nascia assim o IndieLisboa, cuja primeira edição teve lugar entre 24 de Setembro e 2 de Outubro. Organizada um pouco à pressa, a estreia do festival passou apenas pelo Cinema São Jorge. Nesse ano apenas tivemos direito a duas secções (Observatório e Competição) e um herói independente, nem mais, nem menos do que o 'Pai' dos festivais de cinema independente: Sundance.
Foi nesta edição que travei conhecimento com um dos meus realizadores favoritos (Johnnie To) e com obras de outras latitudes, como o uruguaio Whisky, de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll, que mais tarde se iria tornar num daqueles casos surreais que aparentemente só acontecem na distribuição de filmes em Portugal: teve estreia comercial em 2010, seis anos depois de ter sido lançado e com uma passagem pelo IndieLisboa. Outro dos grandes destaques nesta primeira edição foi o filme «The Fog of War: Eleven Lessons from the Life of Robert S. McNamara», uma grande lição de História que me permitiu conhecer um excelente realizador na área do documentário: Errol Morris.
«Breaking News», de Johnnie To - foi com este filme que travei conhecimento com a obra de Johnnie To, realizador que passou a ser presença frequente no IndieLisboa nas edições seguintes do festival e chegou a ser Herói Independente. Esta magnífica sequência inicial é assombrosa e ainda hoje, quando a revejo, não deixa de me surpreender. Incrivelmente, apesar da enorme quantidade de obras que realizou, é um cineasta que nunca teve direito a estreia comercial em Portugal, apesar de alguns dos seus filmes terem sido comprados.
«Whisky», de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll - Uma obra simples, através da qual comecei a olhar com outros olhos o Cinema que se faz na América Latina.
«The Fog of War: Eleven Lessons from the Life of Robert S. McNamara», de Errol Morris - São raros os documentários que me captam a atenção. Este é um deles. Realizado por Errol Morris, nome grande dentro do género, dá voz a uma das personalidades norte-americanas mais fascinantes do século XX, Robert S. McNamara, para nos dar uma enorme lição de História que nos ajuda a compreender alguns acontecimentos marcantes dos EUA no século passado. Uma daquelas obras obrigatórias para quem quer conhecer aquele período. Se procurarem, encontram-no inteiro no YouTube. E vale bem a pena
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segunda-feira, 16 de abril de 2012
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Em Cartaz: Semana 12/04/2012
Linha Vermelha, de José Filipe Costa
E Agora, Onde Vamos?, de Nadine Labaki
Três, de Tom Tykwer
Espelho Meu, Espelho Meu! Há Alguém mais Gira do que Eu?, de Tarsem Singh
12 Horas para Viver, de Heitor Dhalia
Project X - Fora de Controlo, de Nima Nourizadeh
E Agora, Onde Vamos?, de Nadine Labaki
Três, de Tom Tykwer
Espelho Meu, Espelho Meu! Há Alguém mais Gira do que Eu?, de Tarsem Singh
12 Horas para Viver, de Heitor Dhalia
Project X - Fora de Controlo, de Nima Nourizadeh
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segunda-feira, 9 de abril de 2012
sexta-feira, 6 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Em Cartaz: Semana 05/04/2012
Titanic 3D, de James Cameron
American Pie: O Reencontro, de Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg
Tabu, de Miguel Gomes
Na Terra de Sangue e Mel, de Angelina Jolie
ETs In da Bairro, de Joe Cornish
American Pie: O Reencontro, de Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg
Tabu, de Miguel Gomes
Na Terra de Sangue e Mel, de Angelina Jolie
ETs In da Bairro, de Joe Cornish
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terça-feira, 3 de abril de 2012
A Última Sessão fora de portas

segunda-feira, 2 de abril de 2012
Duetos cinéfilos: Radiohead + Wes Anderson
Mais uma nova rubrica do blogue. De vez em quando vão surgir por aqui alguns vídeos onde a Música e o Cinema andam de mãos dadas. Alguns existiram de facto na Sétima Arte, outros nem por isso. Este é um exemplo de um que não aconteceu, mas podia ter acontecido, fazendo uma pequena adaptação do slogan do Inimigo Público.
sábado, 31 de março de 2012
quinta-feira, 29 de março de 2012
Em Cartaz: Semana 29/03/2012
Comprámos um Zoo!, de Cameron Crowe
Amigos Improváveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano
Fúria de Titãs, de Jonathan Liebesman
A Vingança de Uma Mulher, de Rita Azevedo Gomes
É Na Terra Não é Na Lua, de Gonçalo Tocha
Amigos Improváveis, de Olivier Nakache e Eric Toledano
Fúria de Titãs, de Jonathan Liebesman
A Vingança de Uma Mulher, de Rita Azevedo Gomes
É Na Terra Não é Na Lua, de Gonçalo Tocha
segunda-feira, 26 de março de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
Em Cartaz: Semana 22/03/2012
Swans, de Hugo Vieira da Silva e Heidi Wilm
Coriolano, de Ralph Fiennes
Amor ao Acaso, de Bart Freundlich
Lorax, de Chris Renaud e Kyle Balda
Os Jogos da Fome, de Gary Ross
Um Amor de Juventude, de Mia Hansen-Løve
Coriolano, de Ralph Fiennes
Amor ao Acaso, de Bart Freundlich
Lorax, de Chris Renaud e Kyle Balda
Os Jogos da Fome, de Gary Ross
Um Amor de Juventude, de Mia Hansen-Løve
quarta-feira, 21 de março de 2012
Zelig, de Woody Allen (1983)

O filme de Woody Allen tenta descobrir um pouco mais sobre esta personagem misteriosa, aparentemente descoberta por Scott Fitzgerald, um dos primeiros a encontrá-lo numa festa de alta sociedade nos idos anos 1920, através de filmagens de arquivo que traçam a sua história. E esta inclui não só a sua história familiar como uma investigação científica desenvolvida pela psiquiatra Eudora Nesbitt Fletcher (Mia Farrow), que tenta descobrir porque razão Zelig tem o problema que tem.
Não sendo o primeiro falso documentário realizador por Allen, território que já tinha sido abordado pelo realizador no início da carreira em «O Inimigo Público», esta não é contudo uma das melhores obras do nova-iorquino, apesar de conter alguns bons achados humorísticos, sobretudo nas poucas cenas em que há diálogos, como é o caso das sessões entre Zelig e Eudora, ou na recriação de um suposto filme sobre a vida de Leonard Zelig. «Zelig» apenas falha na parte narrada, que apesar de contar bem a história da personagem peca por ser demasiado abreviada e em partes parece que o argumento está um pouco desequilibrado. O que acaba por prejudicar a obra de um cineasta cujos filmes vivem sobretudo do argumento.
Nota: 3/5
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segunda-feira, 19 de março de 2012
Banda Sonora: DVNO, de Justice featuring Mehdi Faveris-Essadi

«DVNO», de Justice featuring Mehdi Faveris-Essadi - Banda Sonora de «Hitman - Agente 47», de Xavier Gens
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domingo, 18 de março de 2012
Viagem Alucinante, de Gaspar Noé (2009)

O resultado final é «Viagem Alucinante», uma enorme trip passada em Tóquio onde a personagem principal, o traficante de droga e toxicodependente Oscar (Nathaniel Brown), vive e acaba por morrer com um tiro. A viagem de Oscar surge quando o jovem morre e o seu espírito sai do corpo e começa a deambular pelos céus da capital japonesa para acompanhar as restantes personagens, nomeadamente a sua irmã mais nova Linda (Paz de la Huerta), com quem tem uma ligação bastante peculiar. Pelo meio deste percurso, com base numa teoria budista da reencarnação, Oscar recupera os principais momentos do seu passado e procura um novo corpo para prosseguir a sua vida terrena.
Não sendo tão violento como «Irreversível», apesar de uma ou outra cena poder provocar algum aperto no estômago dos mais sensíveis, «Viagem Alucinante» vinca o estilo de filmar que Gaspar Noé tinha proposto no seu filme mais conhecido e que lhe deu nome e fama, sobretudo numa certa forma de utilizar movimentos de câmara bastante bruscos. Outra das características deste filme é o facto de a câmara mostrar apenas e só o que Oscar vê, o que faz de «Viagem Alucinante» uma experiência da qual não é possível sair do ponto de vista da personagem principal.
E, tal como «Irreversível», ver este filme em sala é uma verdadeira experiência, sobretudo graças aos efeitos e luzes que atravessam o ecrã ao longo do filme. Peca contudo pela história, que não é nada de especial e apenas parece que lá está para ajudar Noé a mostrar um certo virtuosismo no manejo da câmara, o que até certo ponto acaba por enjoar, pois a mistura de luzes psicadélicas e movimentos bruscos não é de todo a melhor combinação para duas horas e meia de filme sem parar. É este o grande ponto fraco de «Viagem Alucinante», filme que irá de certo dividir opiniões mas não deixa de ser uma experiência curiosa.
Nota: 3/5
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sexta-feira, 16 de março de 2012
Vergonha, de Steve McQueen (2011)

Tal como em «Fome» o realizador volta a trabalhar com Michael Fassbender, cimentando o que já tinha sido uma dupla de sucesso no filme anterior. Neste caso o filme retrata a história de Brandon Sullivan (Michael Fassbender), um homem bem sucedido que vive em Nova Iorque mas tem problemas por ser viciado em sexo. Algo que acaba por influenciar tudo o que o rodeia, sobretudo quando a sua irmã Sissy Sullivan (Carey Mulligan) resolve aparecer de surpresa para passar uns dias em sua casa.
«Vergonha» é um filme sobre a forma como alguém vive com os seus vícios, reconhecendo os seus problemas, mas sabendo que ao mesmo tempo não consegue fazer nada para fugir deles, por mais que tente. Esses problemas acabam por tornar Brandon cada vez mais centrado em si e afastado dos outros. E é isso que nos mostra também McQueen, ao tornar «Vergonha», tal como «Fome», em mais uma boa experiência cinematográfica que não se vê de ânimo leve e nos leva a questionar vários aspectos da natureza humana. Algo que o realizador consegue com a ajuda de uma banda sonora de excepção e de uma fotografia bastante sóbria, que apenas ganha tons mais pesados em algumas das sequências de sexo finais, quando pensamos que Brandon se apercebe verdadeiramente dos seus problemas. Mas o final é demasiado ambíguo para sabermos se realmente a personagem conseguiu ou não ultrapassar o problema. Mais um ponto favorável nesta segunda obra de McQueen.
Nota: 4/5
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quinta-feira, 15 de março de 2012
Em Cartaz: Semana 15/03/2012
O Outro Mundo, de Gilles Marchand
A Presa, de Joe Carnahan
Amor e Outras Cenas, de David Wain
Viagem Alucinante, de Gaspar Noé
John Carter, de Andrew Stanton
A Presa, de Joe Carnahan
Amor e Outras Cenas, de David Wain
Viagem Alucinante, de Gaspar Noé
John Carter, de Andrew Stanton
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terça-feira, 13 de março de 2012
A Mulher de Negro, de James Watkins (2012)

Nesta sua segunda longa-metragem James Watkins leva-nos ao típico filme da casa assombrada e o resultado é bastante bom, com bons sustos que nos fazem saltar da cadeira sem terem de nos chocar necessariamente com cenas gore. Que, aliás, praticamente não existem, pois «A Mulher de Negro» é daqueles filmes de terror que joga bastante bem com a poder da sugestão, o que faz dele uma boa surpresa no campo do cinema de terror da actualidade. O filme apenas peca um pouco por um final mais fraquinho, mas que ao mesmo tempo não desilude.
O que também não desilude é a interpretação de Daniel Raddcliffe, que apesar de não ser nada de extraordinária, mostra que o jovem actor tem muito para dar à Sétima Arte se conseguir libertar-se do passado enquanto Harry Potter. E a primeira grande prova de ferro foi passada com distinção.
Nota: 4/5
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segunda-feira, 12 de março de 2012
sábado, 10 de março de 2012
Caçadores de Vampiras Lésbicas, de Phil Claydon (2009)

Com um título daqueles só poderíamos esperar duas coisas. Ou Phil Claydon quis fazer um filme de terror ou uma paródia a esse género. O resultado final parece ser uma paródia ao género de terror mas acaba por não ser uma coisa nem outra, pois falha a todos os níveis e mais algum. E acaba também por ser um dos piores filmes vistos nos últimos tempos aqui por estes lados. Um argumento sem ponta por onde se lhe pegue, interpretações de bradar aos céus, enfim, um rol de coisas que poderiam colocar «Os Caçadores de Vampiras Lésbicas» num manual sobre como não fazer um filme. E esperar que Phil Claydon tão depressa não volte a tentar realizar um filme.
Nota: 1/5
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sexta-feira, 9 de março de 2012
Declaração de Guerra, de Valérie Donzelli (2011)

E é esta a história de «Declaração de Guerra», filme que retrata a vida daquele casal baseado na experiência dos dois actores principais, que em tempos formaram um casal e também tiveram de lutar contra uma doença semelhante que afectou o seu filho. Além de serem os protagonistas, os dois acumulam a posição de realizador (ela) e de argumentistas (ambos), tarefas que executam bastante bem, pois este filme é uma agradável surpresa, que apesar de um certo sufoco que nos leva a entrar nesta guerra ao lado do casal nunca deixa de mostrar uma certa esperança. E é uma daquelas provas de ferro de como nos conseguimos adaptar a certas situações que o destino nos coloca no caminho.
Um dos grandes destaques de «Declaração de Guerra» é o facto de não ser um daqueles grandes dramalhões sobre um acontecimento tão trágico como a forma como um casal lida com a doença do filho, potencialmente fatal, e que bem poderia ter sido um desses filmes. «Declaração de Guerra» é um filme simples que não segue por vias demasiado complicadas para mostrar a montanha russa de emoções que o casal tem de enfrentar. E a juntar a duas grandes interpretações, não podia deixar passar em claro a excelente banda sonora que encaixa na perfeição à realização de Valérie Donzelli.
Nota: 4/5
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quinta-feira, 8 de março de 2012
Em Cartaz: Semana 08/03/2012
Uma Lista a Abater, de Ben Wheatley
O Dia Antes do Fim, de J.C. Chandor
A Mulher de Negro, de James Watkins
Florbela, de Vicente Alves do Ó
Viagem ao Centro da Terra 2: A Ilha Misteriosa, de Brad Peyton
O Despertar das Trevas, de William Brent Bell
Uma Doce Mentira, de Pierre Salvadori
Em Câmara Lenta, de Fernando Lopes
O Dia Mais Feliz da Tua Vida, de Adriano Luz
O Dia Antes do Fim, de J.C. Chandor
A Mulher de Negro, de James Watkins
Florbela, de Vicente Alves do Ó
Viagem ao Centro da Terra 2: A Ilha Misteriosa, de Brad Peyton
O Despertar das Trevas, de William Brent Bell
Uma Doce Mentira, de Pierre Salvadori
Em Câmara Lenta, de Fernando Lopes
O Dia Mais Feliz da Tua Vida, de Adriano Luz
quarta-feira, 7 de março de 2012
A Invenção de Hugo, de Martin Scorsese (2011)

Baseado num livro de Brian Selznick, «A Invenção de Hugo» narra as aventuras de Hugo Cabret (Asa Butterfield), uma criança órfã que vive numa estação de comboios de Paris nos anos 1930, onde trata da manutenção dos relógios, métier que lhe foi ensinado pelo tio alcoólico. Durante as suas divagações diárias trava conhecimento com o dono de uma loja de brinquedos, a quem rouba peças para reconstruir um autómato que o pai de Hugo tinha encontrado antes de morrer. É durante esta tentativa de reconstrução do autómato que Hugo conhece Isabelle (Chloë Grace Moretz), filha do dono do loja, que mais tarde as duas crianças descobrem ser George Mélies (Ben Kingsley).
Este filme não podia ser mais diferente das obras anteriores de Martin Scorsese. Aqui não há gangsters nem mafiosos (o mais próximo que temos disso é um Sacha Baron Cohen a fazer de guarda da estação, mau como as cobras, mas mesmo assim, longe de ser um grande vilão), apenas uma história simples que nos leva a conhecer um pouco mais a magia da Sétima Arte, com a ajuda de um dos pioneiros dos efeitos especiais. E a descoberta do Cinema pelos dois jovens protagonistas é das mais belas sequências de «A Invenção de Hugo». Talvez seja precisamente devido à presença de Mélies (e alguns dos seus filmes e a sua filmagem são recriados no filme de Scorsese) que este filme tenha sido feito em 3D, actualmente a técnica que mais aproximará a Sétima Arte da magia. Não tive oportunidade de ver esta versão, mas diz quem viu que está bastante bem conseguida e Scorsese já admitiu ter ficado fascinado com as potencialidades da tecnologia.
Apesar de alguns bons momentos, o grande defeito de «A Invenção de Hugo» é que não parece ser um filme realizado por Martin Scorsese, mas antes por Steven Spielberg. Que por acaso até tem um filme novo nas salas por estes dias e recentemente lançou uma adaptação de Tintim em 3D. O fascínio da descoberta do Cinema está lá, mas aparentemente falta ali um rasgo de génio do realizador nova-iorquino. O que não significa que «A Invenção de Hugo» não deixa de ser um belo filme, apesar de ser uma 'carta fora do baralho' no conjunto da obra de Martin Scorsese.
Nota: 3/5
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segunda-feira, 5 de março de 2012
quinta-feira, 1 de março de 2012
Em Cartaz: Semana 01/03/2012
Extremamente Alto, Incrivelmente Perto, de Stephen Daldry
Ghost Rider: Espírito de Vingança, de Mark Neveldine e Brian Taylor
Contrabando, de Baltasar Kormákur
Vergonha, de Steve McQueen
Ghost Rider: Espírito de Vingança, de Mark Neveldine e Brian Taylor
Contrabando, de Baltasar Kormákur
Vergonha, de Steve McQueen
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
Nada de novo debaixo do Sol de Hollywood. Eis a lista dos vencedores dos Óscares

Melhor Filme:
O Artista
Os Descendentes
Extremamente Alto, Incrivelmente Perto
As Serviçais
A Invenção de Hugo
Meia-Noite em Paris
Moneyball - Jogada de Risco
A Árvore da Vida
Cavalo de Guerra
Melhor Realizador:
Michel Hazanavicius por O Artista
Woody Allen por Meia-Noite em Paris
Terrence Malick por A Árvore da Vida
Alexander Payne por Os Descendentes
Martin Scorsese por A Invenção de Hugo
Melhor Actriz:
Meryl Streep por A Dama de Ferro
Glenn Close por Albert Nobbs
Viola Davis por As Serviçais
Rooney Mara por Millennium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres
Michelle Williams por A Minha Semana Com Marilyn
Melhor Actor:
Jean Dujardin por O Artista
Demián Bichir por A Better Life
George Clooney por Os Descendentes
Gary Oldman por A Toupeira
Brad Pitt por Moneyball - Jogada de Risco
Melhor Actriz Secundária:
Octavia Spencer por As Serviçais
Bérénice Bejo por O Artista
Jessica Chastain por As Serviçais
Melissa McCarthy por A Melhor Despedida de Solteira
Janet McTeer por Albert Nobbs
Melhor Actor Secundário:
Christopher Plummer por Assim é o Amor
Kenneth Branagh por A Minha Semana Com Marilyn
Jonah Hill por Moneyball - Jogada de Risco
Nick Nolte por Warrior - Combate Entre Irmãos
Max von Sydow por Extremamente Alto, Incrivelmente Perto
Melhor Argumento Original:
Meia-Noite em Paris
O Artista
A Melhor Despedida de Solteira
O Dia Antes do Fim
Uma Separação
Melhor Argumento Adaptado:
Os Descendentes
A Invenção de Hugo
Nos Idos de Março
Moneyball - Jogada de Risco
A Toupeira
Melhor Filme de Animação:
Rango
Une vie de chat
Chico & Rita
O Panda do Kung Fu 2
O Gato das Botas
Melhor Filme Estrangeiro:
Uma Separação
Rundskop
Hearat Shulayim
In Darkness
Monsieur Lazhar
Melhor Fotografia:
A Invenção de Hugo
O Artista
Millennium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres
A Árvore da Vida
Cavalo de Guerra
Melhor Montagem:
Millennium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres
O Artista
Os Descendentes
A Invenção de Hugo
Moneyball - Jogada de Risco
Melhor Direcção Artística:
A Invenção de Hugo
O Artista
Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 2
Meia-Noite em Paris
Cavalo de Guerra
Melhor Guarda-Roupa:
O Artista
Anónimo
A Invenção de Hugo
Jane Eyre
W.E.
Melhor Caracterização:
A Dama de Ferro
Albert Nobbs
Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 2
Melhor Banda-Sonora:
O Artista
As Aventuras de Tintin - O Segredo do Licorne
A Invenção de Hugo
A Toupeira
Cavalo de Guerra
Melhor Canção Original:
"Man or Muppet" - Os Marretas
"Real in Rio" - Rio
Melhores Efeitos Sonoros:
A Invenção de Hugo
Millennium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres
Moneyball - Jogada de Risco
Transformers 3
Cavalo de Guerra
Melhor Montagem Sonora:
A Invenção de Hugo
Drive - Risco Duplo
Millennium 1 - Os Homens Que Odeiam as Mulheres
Transformers 3
Cavalo de Guerra
Melhores Efeitos Especiais:
A Invenção de Hugo
Harry Potter e os Talismãs da Morte: Parte 2
Puro Aço
Planeta dos Macacos: A Origem
Transformers 3
Melhor Documentário:
Undefeated
Hell and Back Again
If a Tree Falls: A Story of the Earth Liberation Front
Paradise Lost 3: Purgatory
Pina
Melhor Documentário (curta-metragem):
Saving Face
The Barber of Birmingham: Foot Soldier of the Civil Rights Movement
God Is the Bigger Elvis
Incident in New Baghdad
The Tsunami and the Cherry Blossom
Melhor Curta-metragem (Animação):
The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore
Dimanche/Sunday
La Luna
A Morning Stroll
Wild Life
Melhor Curta-Metragem:
The Shore
Pentecost
Raju
Time Freak
Tuba Atlantic
Banda Sonora: Please, Please, Please, Let Me Get What I Want, de The Smiths
domingo, 26 de fevereiro de 2012
A Última Sessão fora de portas: CCOP e Pecadilhos das Horas Vagas

A outra iniciativa é promovida por Tiago Ramos, criador do blogue «Split Screen», que resolveu adaptar a iniciativa brasileira Liga dos Blogues Cinematográficos à blogosfera cinéfila portuguesa e convidou um conjunto de bloggers de cinema para o arranque do Círculo de Críticos Online Portugueses (CCOP), entre os quais o autor deste blogue. Além de mim e do Tiago Ramos, o CCOP conta com a participação de Pedro Ponte e Gonçalo Trindade (Ante-Cinema), Nuno Reis (Antestreia), Samuel Andrade (Keyzer Soze's Place), Catarina D'Oliveira (Close-Up), Inês Moreira Santos (Espalha Factos), João Pinto (Portal Cinema), Jorge Rodrigues e João Samuel Neves (Dial P For Popcorn). Mais informações sobre esta iniciativa podem ser encontradas no site oficial do CCOP.
Hoje há Óscares, mas como nem todos ganham...há que prestar homenagem aos vencidos
E como o autor deste blogue nunca teve jeito para previsões, sobretudo quando nem sempre são os melhores a ganhar, deixo-vos uma lista dedicada aos filmes que deveriam ter ganho o galardão máximo da Academia na primeira década deste século. Pelo menos na minha modesta opinião. Nota: os filmes escolhidos partiram da lista de nomeados no ano em que perderam.


«Traffic», de Steven Soderbergh
perdeu o Óscar para
«Gladiador», de Ridley Scott
perdeu o Óscar para
«Uma Mente Brilhante», de Ron Howard
perdeu o Óscar para
«Chicago», de Rob Marshall
perdeu o Óscar para
«O Senhor dos Anéis: O Regresso do Rei», de Peter Jackson
perdeu o Óscar para
«Million Dollar Baby - Sonhos Vencidos», de Clint Eastwood
perdeu o Óscar para
«Colisão», de Paul Haggis
perdeu o Óscar para
«The Departed - Entre Inimigos», de Martin Scorsese
perdeu o Óscar para
«Este País Não É Para Velhos», de Ethan e Joel Coen
perdeu o Óscar para
«Quem Quer Ser Bilionário?», de Danny Boyle
perdeu o Óscar para
«Estado de Guerra», de Kathryn Bigelow
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
Em Cartaz: Semana 23/02/2012
Declaração de Guerra, de Valérie Donzelli
Guerra é Guerra, de McG
Bel Ami, de Declan Donnellan e Nick Ormerod
Cavalo de Guerra, de Steven Spielberg
Albert Nobbs, de Rodrigo García
Guerra é Guerra, de McG
Bel Ami, de Declan Donnellan e Nick Ormerod
Cavalo de Guerra, de Steven Spielberg
Albert Nobbs, de Rodrigo García
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
(500) Dias com Summer, de Marc Webb (2009)

Esta relação um pouco confusa deixa Tom meio abananado com tanta mudança e sentimentos contraditórios, que vamos conhecendo aos poucos, através de uma montagem bem conseguida que vai alternando entre os momentos iniciais da relação e os momentos finais, sem nunca nos deixar perdidos pelo meio. Joseph Gordon-Levitt tem aqui (mais) uma grande interpretação, provando ser um dos jovens actores com maior talento (e ao mesmo tempo menos reconhecido, parece-me) na Hollywood actual.
«(500) Dias com Summer» consegue assim ser um filme tão simples sobre um tema tão sério, que nos deixa a pensar como é que às vezes se complicam certas coisas. É ao mesmo tempo mais um daqueles exemplos descarados de como é possível não ter chegado às salas portuguesas. Com uma banda sonora de excepção para os adeptos das sonoridades mais alternativas, não fosse o par conhecedor e fã de grandes bandas, esta é talvez uma das melhores comédias românticas do universo indie dos últimos anos. Depois disto, será curioso ver o que fará Marc Webb no seu próximo filme, que por estranho que pareça depois desta estreia, é «O Fantástico Homem-Aranha», a nova versão das aventuras do Homem-Aranha.
Nota: 5/5
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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Casino, de Martin Scorsese (1995)

Pelo meio temos a chegada de Nicky Santoro (Pesci), um dos melhores amigos de Sam, que inicialmente apenas tinha de tratar da segurança do casino, mas aos poucos quer também ter a sua influência e espaço em Las Vegas. E a bela Ginger McKenna (Sharon Stone, provavelmente num dos seus melhores papéis de sempre), uma batoteira com quem Sam se apaixona e casa, mas com alguns problemas para resolver. Praticamente sempre narrado pelos dois principais protagonistas, apesar de de vez em quando outras personagens também participarem na narração, «Casino» aguenta bem esta técnica, sobretudo graças à banda sonora. Se por vezes o recurso à voz off parece que tira força à acção que vamos assistindo (no fundo, nem sempre ouvimos o que dizem as personagens e nem é preciso), as excelentes escolhas musicais feitas por Scorsese (um verdadeiro regalo para os ouvidos de quem gosta de música) tratam disso. E a música é uma das partes tão importantes deste filme como a própria narração.
«Casino» podia ter ficado um pouco na sombra de «Tudo Bons Rapazes» e talvez na altura da estreia até tenha ficado, por ter repetido o tema e dois dos actores principais desse filme. Mas tal não se justifica. Vendo-o à distância e como filme independente que é, este é um daqueles filmes de Martin Scorsese onde uma boa história bem filmada é o que basta para tornar «Casino» um grande filme. E se juntarmos a isto grandes interpretações, onde os actores parece que são mesmo as personagens que encarnam (e voltando uma vez mais a De Niro, em que filme recente o vimos tão bem como neste filme, por exemplo?), «Casino» será talvez um dos filmes de Scorsese mais subvalorizados aquando da estreia, mas que o tempo irá dar-lhe o reconhecimento merecido.
Nota: 4/5
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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Banda Sonora: While My Guitar Gently Weeps, de George Harrison

«While My Guitar Gently Weeps», de George Harrison - Banda Sonora de «George Harrison: Living in the Material World», de Martin Scorsese
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domingo, 19 de fevereiro de 2012
George Harrison: Living in the Material World, de Martin Scorsese (2011)

Dividido em duas partes, na primeira acompanhamos a vida de Harrison no seio dos Fab Four, desde que foi convidado por Paul McCartney para entrar na banda até à separação do grupo. Numa segunda parte, Scorsese aborda o fim dos Beatles e a vida de George Harrison na sua carreira a solo e projectos onde esteve envolvido, assim como alguns aspectos da sua personalidade. Como não podia deixar de ser, a música está bastante presente em «George Harrison: Living in the Material World». Mas é o retrato de Harrison enquanto pessoa, para além do artista e músico, o que mais fascina neste documentário, onde ficamos a conhecer um pouco mais sobre aquele que foi o mais reservado dos quatro Beatles. Sobretudo por descobrirmos uma personalidade fantástica, que tinha uma forma muito particular de estar na vida e de conviver com os outros.
E é um belo retrato, contado por aqueles que conviveram de perto com Harrison, desde os dois companheiros de banda sobreviventes a pessoas das mais variadas áreas que se cruzaram com o autor de «While My Guitar Gently Weeps» e, como é o caso do antigo piloto de Fórmula 1 de Jackie Stewart, são capazes de admitir que mesmo não sendo os melhores amigos, sentiram a sua morte como a perda de alguém especial. A juntar a estes relatos temos várias imagens de arquivo do próprio George Harrison em discurso directo onde aborda alguns episódios. Um bom documento, obrigatório para os fãs dos Beatles e de Harrison, assim como para todos os que gostam de conhecer um pouco mais sobre a história da cultura popular.
Nota: 4/5
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sábado, 18 de fevereiro de 2012
La Escopeta Nacional, de Luis García Berlanga (1978)

Tudo começa com a chegada de um casal a uma quinta pertencente a um marquês para participar numa casa. E logo aí começam os jogos de aparências: nem o casal é legítimo, nem a caçada foi organizada pelo dono da propriedade. Foi precisamente o forasteiro, um 'honrado' industrial catalão, que pagou e organizou a caçada para travar conhecimento com a nata da sociedade e tentar vender um negócio seu a quem o possa ajudar, sendo o principal alvo um ministro que está presente no evento. Para tal Jaime Canivell (José Sazatornil) começa a fazer favores a torto e a direito para conseguir atrair sócios para o projecto. E quanto mais peripécias são relatadas, mais podres desta sociedade são destapados. Não há ninguém que que o nosso industrial não tente convencer, nem favor que não faça, inclusive mudar de ramo de actividade (o mais estranho possível).
Como disse no início deste texto, ninguém sai ileso deste filme, uma excelente sátira que bem podia ter sido realizada nos dias de hoje, tal é a actualidade da obra de Berlanga. Padres, marqueses, empresários, governantes...comem todos por tabela num filme onde, mais uma vez, é possível encontrar ecos do cinema buñueliano. E a moral final, que nos surge numa pequena legenda, é simplesmente deliciosa. Mais uma vez, na falta de um trailer oficial no YouTube, o vídeo abaixo mostra apenas uma pequena cena do filme.
Nota: 5/5
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Luis García Berlanga
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Em Cartaz: Semana 16/02/2012
O Último Vôo, Karim Dridi
Jack e Jill, de Dennis Dugan
Le Havre, de Aki Kaurismäki
A Invenção de Hugo, de Martin Scorsese
Jack e Jill, de Dennis Dugan
Le Havre, de Aki Kaurismäki
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Os Marretas, de James Bobin (2011)

E esta apresentação é feita da melhor forma. Walter, um grande fã dos Marretas, aproveita o convite do irmão Gary (Jason Segel), que vai de viagem a Los Angeles com a namorada Mary (Amy Adams) para celebrar o 10º aniversário de namoro, para visitar o mítico estúdio dos Marretas. Ao chegar lá descobre que um lugar em ruínas, prestes a ser comprado por um milionário (Chris Cooper) que apenas quer o terreno para explorar o petróleo ali existente. Walter decide então ir à procura do sapo Cocas para, em conjunto com a restante trupe dos Marretas, tentar salvar os estúdios.
«Os Marretas» vale mesmo pelas fantásticas personagens que nos garantem bons momentos de divertimento, um pouco diferentes do que se vê hoje em dia. Dispensáveis eram os momentos protagonizados apenas pelos actores de carne e osso (com a óbvia excepção dos diversos cameos, que nada influenciam o resto do filme), que de tão maus roçam a idiotice pura, sobretudo nas sequências musicais, com coreografias onde os sorrisos são tão falsos que por pouco não caem. E nestas cenas incluo esse triste momento na carreira de Chris Cooper onde o actor canta hip hop. Sim, é verdade. Fora isso, ver «Os Marretas» sem grandes preconceitos é capaz de se revelar uma experiência engraçada e bem disposta.
Nota: 4/5
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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
O Artista, de Michel Hazanavicius (2011)

Em «O Artista» Michel Hazanavicius leva-nos ao final dos anos 1920 para contar a história de George Valentin (Jean Dujardin), um galã do período do mundo cuja popularidade é ameaçada pela chegada do som à Sétima Arte. O que é visto por muitos como o futuro do Cinema, para George não é mais do que um falhanço, pois acredita que as pessoas vão ao cinema para ver os actores como ele e não para os ouvir falar. Em paralelo, o filme acompanha a ascensão de Peppy Miller (Bérénice Bejo), uma jovem mulher que começa como figurante num filme de George, empurrada pelo próprio, e acaba por se tornar uma das maiores estrelas do sonoro.
Além de uma história pouco original, «O Artista» falha em vários aspectos. Tem alguns bons pormenores, sobretudo a nível da banda sonora, mas pouco mais. Não servirá para trazer novos públicos para o mudo (e seria esse o objectivo do filme?), nem irá provocar um certo sentimento de nostalgia junto dos fãs deste período do cinema, pois não passa da rama.
Com muitas mais limitações os realizadores da altura fizeram um trabalho muito melhor, os exemplos de grandes filmes mudos são mais que muitos. E sobre este tema um senhor chamado Billy Wilder já tinha feito em 1950 uma das grandes obras-primas do cinema («O Crepúsculo dos Deuses»), que basta para remeter «O Artista» para não mais do que uma nota de rodapé na História do Cinema. Mesmo que, como não será de estranhar, venha a receber uma mão cheia de estatuetas douradas na próxima cerimónia dos Óscares.
Nota: 2/5
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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
domingo, 12 de fevereiro de 2012
O Homem das Estrelas, de John Carpenter (1984)

Mas se calhar até nem será assim tão estranho, se atentarmos a alguns pormenores, como a crítica a uma certa autoridade, patente em vários filmes de Carpenter. O homem das estrelas que dá título ao filme é um extra-terrestre (Jeff Bridges) que vem ter à Terra depois de o seu planeta ter recebido uma sonda espacial com mensagens terrestres em várias línguas e com algumas músicas que representam a nossa cultura. A premissa não é nada de especial, este tipo de sondas foram mesmo lançadas para o espaço e este foi o pretexto utilizado para o filme. À chegada à Terra o extra-terrestre assume a forma do falecido marido de Jenny Hayden (Karen Allen) e quando o governo dos EUA começa uma perseguição ao homem das estrelas, ela acaba por ajudá-lo a ir ter com os seus companheiros. Esta fuga vai decorrer ao longo de todo o filme.
Não sendo uma obra típica dentro do universo carpenteriano, e talvez muitos dos fãs do realizador não gostem tanto dele como de outras obras, «O Homem das Estrelas» é um belo filme sobre alguém inadaptado em fuga. A crítica ao comportamento das autoridades, que basicamente não sabem o que fazer perante algo estranho a não ser tentar destruí-lo, é um dos aspectos que podemos ver noutros filmes do cineasta. Mas ao contrário de «Veio do Outro Mundo», por exemplo, este ser alienígena não vem para causar nada de mal, antes em descoberta, tal como os humanos fizeram ao lançar a sonda, o que faz com que a decisão do exército seja ainda mais incompreensível.
Além de uma história de amor que acaba por nascer entre as duas personagens principais, «O Homem das Estrelas» conta com duas grandes interpretações, sobretudo a de Jeff Bridges, que lhe garantiu a terceira nomeação para os Óscares. Outro dos destaques do filme são os efeitos especiais, que curiosamente, quase 30 anos depois da estreia, parece que não envelheceram. Este é um daqueles filmes que poderá não agradar assim tanto aos fãs de Carpenter, mas de certeza que quem não gosta das principais obras do realizador é capaz de gostar.
Nota: 4/5
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