Dentro de pouco mais de uma semana arranca uma nova edição do IndieLisboa. Ao longo dos últimos anos este foi um evento que me deu a mostrar cinematografias e obras que me marcaram, para o bem o para o mal, e foi uma montra para abrir os meus horizontes cinéfilos. Aproveito os próximos dias para fazer uma contagem decrescente e dar a conhecer alguns filmes que tive oportunidade de ver no festival e mais me marcaram. Alguns chegaram a ter estreia comercial, outros nem por isso e nunca mais ouvi falar. A 'viagem' começa pela primeira edição, em 2004. (nota: vão reparar que nos posts relativos às primeiras edições do festival há menos filmes em destaque do que as mais recentes. Não significa que não tenham passado pelas primeiras edições do festival mais filmes interessantes. Tal deve-se ao facto de apenas recentemente ter aproveitado para ver mais obras, devido a uma maior disponibilidade de tempo)
Depois de uma experiência bastante agradável no Cine-Estúdio 222, pelo menos para quem teve oportunidade de assistir aos excelentes ciclos que por lá passaram no início deste século, a associação Zero em Comportamento resolveu avançar para um festival de cinema independente. Nascia assim o IndieLisboa, cuja primeira edição teve lugar entre 24 de Setembro e 2 de Outubro. Organizada um pouco à pressa, a estreia do festival passou apenas pelo Cinema São Jorge. Nesse ano apenas tivemos direito a duas secções (Observatório e Competição) e um herói independente, nem mais, nem menos do que o 'Pai' dos festivais de cinema independente: Sundance.
Foi nesta edição que travei conhecimento com um dos meus realizadores favoritos (Johnnie To) e com obras de outras latitudes, como o uruguaio Whisky, de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll, que mais tarde se iria tornar num daqueles casos surreais que aparentemente só acontecem na distribuição de filmes em Portugal: teve estreia comercial em 2010, seis anos depois de ter sido lançado e com uma passagem pelo IndieLisboa. Outro dos grandes destaques nesta primeira edição foi o filme «The Fog of War: Eleven Lessons from the Life of Robert S. McNamara», uma grande lição de História que me permitiu conhecer um excelente realizador na área do documentário: Errol Morris.
«Breaking News», de Johnnie To - foi com este filme que travei conhecimento com a obra de Johnnie To, realizador que passou a ser presença frequente no IndieLisboa nas edições seguintes do festival e chegou a ser Herói Independente. Esta magnífica sequência inicial é assombrosa e ainda hoje, quando a revejo, não deixa de me surpreender. Incrivelmente, apesar da enorme quantidade de obras que realizou, é um cineasta que nunca teve direito a estreia comercial em Portugal, apesar de alguns dos seus filmes terem sido comprados.
«Whisky», de Juan Pablo Rebella e Pablo Stoll - Uma obra simples, através da qual comecei a olhar com outros olhos o Cinema que se faz na América Latina.
«The Fog of War: Eleven Lessons from the Life of Robert S. McNamara», de Errol Morris - São raros os documentários que me captam a atenção. Este é um deles. Realizado por Errol Morris, nome grande dentro do género, dá voz a uma das personalidades norte-americanas mais fascinantes do século XX, Robert S. McNamara, para nos dar uma enorme lição de História que nos ajuda a compreender alguns acontecimentos marcantes dos EUA no século passado. Uma daquelas obras obrigatórias para quem quer conhecer aquele período. Se procurarem, encontram-no inteiro no YouTube. E vale bem a pena
Fúria Sangrenta & A Fortaleza dos Imortais
Há 9 horas
Sem comentários:
Enviar um comentário