2 Amas de Gravata, de Walt Becker
As Vidas Privadas de Pipa Lee, de Rebecca Miller
Um Profeta, de Jacques Audiard
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Katharine Hepburn homenageada em selo
Os Serviços Postais dos EUA vão homenagear a actriz Katharine Hepburn com um selo de colecção, que será lançado no próximo ano. A vencedora de quatro Óscares e uma das figuras míticas de Hollywood, tendo participado em mais de 40 filmes, vai ser a cara de um dos selos especiais de 2010, ao lado de figuras como Gene Autry, um cantor e actor de westerns conhecido como o «Singing Cowboy», o artista Winslow Homer, Madre Teresa de Calcutá, o autor de cartoons Bill Mauldin ou as ligas de basebol de negros, que duraram entre os anos 1920 e 1960.
Os selos integram uma série especial emitida todos os anos pelos Correios norte-americanos, dedicados a personalidades, lugares e instituições. Este ano a série homenageou Abraham Lincoln, Bob Hope, Gary Cooper ou os primeiros programa de televisão, entre outros.
Os selos integram uma série especial emitida todos os anos pelos Correios norte-americanos, dedicados a personalidades, lugares e instituições. Este ano a série homenageou Abraham Lincoln, Bob Hope, Gary Cooper ou os primeiros programa de televisão, entre outros.
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terça-feira, 29 de dezembro de 2009
Spike Lee cria videoclip para Michael Jackson
O realizador Spike Lee, autor de «Infiltrado», «Verão Escaldante» ou «A Última Hora», criou um videoclip para a música «This is it» de Michael Jackson, lançada na sequência do cantor que chegou a ser considerado o Rei da Pop. Esta é nova parceria de Spike Lee com Michael Jackson, depois de ter realizado o video de «They Don't Care About Us», em 1996.
Para o novo videoclip o realizador nova-iorquino recorreu a imagens de arquivo do cantor, desde a sua infância ao lado dos Jackson Five até a fotografias alusivas às homenagens dos seus fãs na altura da morte de Michael Jackson, a 25 de Junho de 2009.
Para o novo videoclip o realizador nova-iorquino recorreu a imagens de arquivo do cantor, desde a sua infância ao lado dos Jackson Five até a fotografias alusivas às homenagens dos seus fãs na altura da morte de Michael Jackson, a 25 de Junho de 2009.
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Os melhores de 2009 (para mim)
Chegada a última semana do ano é tempo de olhar para trás e ver o que de melhor se viu nas salas de cinema portuguesas. Esta minha lista reúne aqueles que eu considero terem sido os melhores filmes estreados em Portugal ao longo das últimas semanas. Não é uma lista completa, pois infelizmente não tive oportunidade de ver todos os filmes que estrearam e talvez pudessem fazer parte desta lista. De fora estão também os filmes que foram directamente para DVD e os filmes que estreiam na próxima quinta-feira, que terão de entrar na colheita de 2010, caso este blogue sobreviva até lá. Sugestões e comentários aceitam-se.
1 - A Valsa com Bashir, de Ari Folman
2 - Tetro, de Francis Ford Coppola
3 - Moon - O Outro Lado da Lua, de Duncan Jones
4 - Up - Altamente, de Peter Docter
5 - Sacanas Sem Lei, de Quentin Tarantino
6 - Revolutionary Road, de Sam Mendes
7 - Sinédoque, Nova Iorque, de Charlie Kaufman
8 - Gran Torino, de Clint Eastwood
9 - Che - Guerrilha e Che - O Argentino, de Steven Soderbergh
10 - Andando, de Hirokazu Koreeda
11 - Os Limites do Controlo, de Jim Jarmush
12 - Duplo Amor, de James Gray
13 - O Casamento de Rachel, de Jonathan Demme
14 - Deixa-me Entrar, de Tomas Alfredson
15 - O Wrestler, de Darren Aronofsky
16 - O Visitante, de Thomas McCarthy
17 - Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas
18 - Ponyo à Beira-Mar, de Hayao Miyazaki
19 - Abraços Desfeitos, de Pedro Almodóvar
20 - Um Conto de Natal, de Arnaud Desplechin
1 - A Valsa com Bashir, de Ari Folman
2 - Tetro, de Francis Ford Coppola
3 - Moon - O Outro Lado da Lua, de Duncan Jones
4 - Up - Altamente, de Peter Docter
5 - Sacanas Sem Lei, de Quentin Tarantino
6 - Revolutionary Road, de Sam Mendes
7 - Sinédoque, Nova Iorque, de Charlie Kaufman
8 - Gran Torino, de Clint Eastwood
9 - Che - Guerrilha e Che - O Argentino, de Steven Soderbergh
10 - Andando, de Hirokazu Koreeda
11 - Os Limites do Controlo, de Jim Jarmush
12 - Duplo Amor, de James Gray
13 - O Casamento de Rachel, de Jonathan Demme
14 - Deixa-me Entrar, de Tomas Alfredson
15 - O Wrestler, de Darren Aronofsky
16 - O Visitante, de Thomas McCarthy
17 - Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas
18 - Ponyo à Beira-Mar, de Hayao Miyazaki
19 - Abraços Desfeitos, de Pedro Almodóvar
20 - Um Conto de Natal, de Arnaud Desplechin
Banda Sonora: Scumbag Blues, de Them Crooked Vultures
Em tempo de balanço a banda sonora desta semana é de uma das bandas nascidas em 2009. Os Them Crooked Vultures são uma super banda composta por Josh Homme (Queens of The Stone Age), John Paul Jones (Led Zeppelin) e Dave Grohl (Nirvana e Foo Fighters) que lançaram o seu primeiro álbum recentemente e diz quem os viu ao vivo que são do melhor que o rock apresentou nos últimos tempos. Para ouvir atentamente e esperar que passem por terras lusas em 2010.
domingo, 27 de dezembro de 2009
Uns Belos Rapazes, de Riad Sattouf (2009)
Conhecido pela publicação de livros de banda desenhada, o francês Riad Sattouf resolveu este ano estrear-se na realização com «Uns Belos Rapazes», um filme sobre a adolescência e as descobertas do sexo. Para contar esta história encontramos Hervé, um jovem que atravessa esta peculiar etapa da sua vida e tenta arranjar uma namorada para fazer sexo.
E nesta senda pelo Santo Graal da adolescência somos apresentados a um conjunto de outras personagens que caracterizam bem a fase que o jovem atravessa. Desde o melhor amigo ao grupo de nerds com quem partilha as experiências, passando pela namorada e pela rapariga que se apaixona por ele e os rufiões da escola. A isto acrescente-se ainda os adultos, que são representados pelos professores e pela mãe de Hervé.
À partida este «Uns Belos Rapazes» não é muito diferente de um filme que já vimos há uns anos e que na altura foi bastante popular: «American Pie». Mas neste caso o cenário muda um pouco, pois os personagens são mais novos e um liceu e os jovens em França (e arrisco mesmo na Europa) penso que serão diferentes dos norte-americanos. Até pela própria banda sonora escolhida por Riad Sattouf, que mistura uma sonoridade electrónica a guitarras, muito ao sabor do que se ouve hoje em dia.
E a experiência vale a pena, apesar de não ser um grande filme vamos acompanhando estes jovens na sua senda com alguns episódios bem sacados: a masturbação às escondidas dos pais a ler o catálogo da La Redoute ou a descoberta de dois professores que andam juntos, por exemplo. No fundo «Uns Belos Rapazes» é um regresso à adolescência, sobretudo para quem como o jovem Hervé não fazia parte do grupo dos mais populares da escola e tinha problemas com o sexo oposto, numa idade em que tudo muda bastante depressa. Estou certo que alguns de nós já passámos por aquilo.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
E nesta senda pelo Santo Graal da adolescência somos apresentados a um conjunto de outras personagens que caracterizam bem a fase que o jovem atravessa. Desde o melhor amigo ao grupo de nerds com quem partilha as experiências, passando pela namorada e pela rapariga que se apaixona por ele e os rufiões da escola. A isto acrescente-se ainda os adultos, que são representados pelos professores e pela mãe de Hervé.
À partida este «Uns Belos Rapazes» não é muito diferente de um filme que já vimos há uns anos e que na altura foi bastante popular: «American Pie». Mas neste caso o cenário muda um pouco, pois os personagens são mais novos e um liceu e os jovens em França (e arrisco mesmo na Europa) penso que serão diferentes dos norte-americanos. Até pela própria banda sonora escolhida por Riad Sattouf, que mistura uma sonoridade electrónica a guitarras, muito ao sabor do que se ouve hoje em dia.
E a experiência vale a pena, apesar de não ser um grande filme vamos acompanhando estes jovens na sua senda com alguns episódios bem sacados: a masturbação às escondidas dos pais a ler o catálogo da La Redoute ou a descoberta de dois professores que andam juntos, por exemplo. No fundo «Uns Belos Rapazes» é um regresso à adolescência, sobretudo para quem como o jovem Hervé não fazia parte do grupo dos mais populares da escola e tinha problemas com o sexo oposto, numa idade em que tudo muda bastante depressa. Estou certo que alguns de nós já passámos por aquilo.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
sábado, 26 de dezembro de 2009
Sherlock Holmes, de Guy Ritchie (2009)
Guy Ritchie tem, na minha opinião, um defeito de alguns realizadores: os seus filmes são bastante parecidos e por vezes cansa estar sempre a ver a mesma coisa. Não é que neste caso canse. Os filmes do realizador britânico, que ganhou fama com os dois muito recomendáveis «Um Mal Nunca Vem Só» e «Snatch - Porcos e Diamantes», têm a dose certa de entretenimento e são bem filmados.
Para este ano a proposta foi uma revisitação do imaginário de Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) e o seu companheiro Watson (Jude Law), de uma forma bastante original. Por isso esqueçamos a imagem mais conhecida do detective criado por Sir Arthur Conan Doyle. O Sherlock Holmes de Guy Ritchie é alcoólico, entra em lutas ilegais nos lugares mais escuros de Londres e tem sempre resposta para todos, com muita ironia à mistura. Já o seu fiel companheiro Doutor Watson não está mais longe do conhecido: é viciado no jogo.
Isso não impede a dupla de ser bastante requisitada para resolver mistérios, por vezes a convite das próprias autoridades. E por falar em dupla, a interpretação dos actores que a compõe ficará como uma das grandes duplas do ano na Sétima Arte. Voltando à história, em «Sherlock Holmes» Guy Ritchie conta a investigação de uma conspiração que envolve uma sociedade secreta com inspiração nos poderes ocultos que vai ser desvendada pelos dois detectives que vivem em Baker Street. Pelo meio acompanhamos a saída de casa de Doutor Watson, que se vai casar, e o reencontro de Sherlock com uma antiga amante (Rachel McAdams), uma vigarista que segundo Watson foi a única pessoa a enganar o seu amigo.
Outra das diferenças em relação a outras encarnações de Sherlock Holmes é o lado mais negro da personagem. Já aqui referi o alcoolismo e o abuso na ironia, mas é nas lutas e perseguições que mais surge a marca de Ritchie. Filmadas ora em câmara lenta, ora em sequências mais rápidas, há um pormenor que está bastante conseguido. Aproveitando as capacidades de dedução do detective, em algumas destas cenas a acção pára e entramos na cabeça de Sherlock Holmes que analisa o que acontece quando se prepara para atacar um adversário. Um pormenor bastante engraçado.
Com este «Sherlock Holmes» Guy Ritchie volta a mostrar cartas e prova que é um realizador que apesar de não ser dos melhores do mundo consegue ser original na abordagem que faz aos seus filmes. E Robert Downey Jr. apresenta uma interpretação muito boa depois de já este ano ter arrancado uma excelente presença em «O Solista».
«Sherlock Holmes» será sem dúvida um dos bons filmes a reter deste final do ano e prepara-se já uma sequela como deixa antever o final do filme, ao apresentar o arqui-inimigo de Sherlock, o Professor Moriarty. Se a receita se mantiver, o sucesso e o entretenimento estará garantido.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
Para este ano a proposta foi uma revisitação do imaginário de Sherlock Holmes (Robert Downey Jr.) e o seu companheiro Watson (Jude Law), de uma forma bastante original. Por isso esqueçamos a imagem mais conhecida do detective criado por Sir Arthur Conan Doyle. O Sherlock Holmes de Guy Ritchie é alcoólico, entra em lutas ilegais nos lugares mais escuros de Londres e tem sempre resposta para todos, com muita ironia à mistura. Já o seu fiel companheiro Doutor Watson não está mais longe do conhecido: é viciado no jogo.
Isso não impede a dupla de ser bastante requisitada para resolver mistérios, por vezes a convite das próprias autoridades. E por falar em dupla, a interpretação dos actores que a compõe ficará como uma das grandes duplas do ano na Sétima Arte. Voltando à história, em «Sherlock Holmes» Guy Ritchie conta a investigação de uma conspiração que envolve uma sociedade secreta com inspiração nos poderes ocultos que vai ser desvendada pelos dois detectives que vivem em Baker Street. Pelo meio acompanhamos a saída de casa de Doutor Watson, que se vai casar, e o reencontro de Sherlock com uma antiga amante (Rachel McAdams), uma vigarista que segundo Watson foi a única pessoa a enganar o seu amigo.
Outra das diferenças em relação a outras encarnações de Sherlock Holmes é o lado mais negro da personagem. Já aqui referi o alcoolismo e o abuso na ironia, mas é nas lutas e perseguições que mais surge a marca de Ritchie. Filmadas ora em câmara lenta, ora em sequências mais rápidas, há um pormenor que está bastante conseguido. Aproveitando as capacidades de dedução do detective, em algumas destas cenas a acção pára e entramos na cabeça de Sherlock Holmes que analisa o que acontece quando se prepara para atacar um adversário. Um pormenor bastante engraçado.
Com este «Sherlock Holmes» Guy Ritchie volta a mostrar cartas e prova que é um realizador que apesar de não ser dos melhores do mundo consegue ser original na abordagem que faz aos seus filmes. E Robert Downey Jr. apresenta uma interpretação muito boa depois de já este ano ter arrancado uma excelente presença em «O Solista».
«Sherlock Holmes» será sem dúvida um dos bons filmes a reter deste final do ano e prepara-se já uma sequela como deixa antever o final do filme, ao apresentar o arqui-inimigo de Sherlock, o Professor Moriarty. Se a receita se mantiver, o sucesso e o entretenimento estará garantido.
Nota: 3/5
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Quanto Mais Quente Melhor, de Billy Wilder (1959)
«Quanto Mais Quente Melhor» é um filme que está no imaginário de muita gente, sobretudo dos fãs de Marilyn Monroe, pois é nesta obra de Billy Wilder realizada em 1959 que a actriz canta o famoso «I Want To Be Love By You». Tal como em vários filmes de Wilder, este é uma comédia que relata a história de dois músicos na falência que a caminho de um trabalho têm o azar de parar no sítio errado à hora errada, e acabam por assistir ao um massacre perpetuado por um grupo de mafiosos.
Ambientado no final dos anos 1920, em plena Lei Seca, «Quanto Mais Quente Melhor» acompanha a fuga destes dois músicos (Jack Lemmon e Tony Curtis) para a Florida onde se fazem passar por mulheres para não serem reconhecidos pelos seus perseguidores. E para se disfarçarem nada melhor do que ingressar numa banda composta só por mulheres. É nesta banda que travam conhecimento com Sugar Kane Kowalczyk (Marilyn Monroe), uma música da banda que faz o papel da loura burra (aparentemente), e que acaba por levar os dois músicos a apaixonarem-se.
Estamos assim perante uma comédia de enganos, em que todos se enganam uns aos outros: a dupla foragida engana os mafiosos e as companheiras de banda e os mafiosos enganam a polícia (geniais os diálogos trocados entre o líder do gangue, Spats Colombo (George Raft), e o polícia que o persegue, Detective Mulligan (Pat O'Brien). Pelo meio Marilyn acaba por se apaixonar por um falso milionário que é nem mais nem menos Tony Curtis. Já Jack Lemmon, que tem aqui um dos seus melhores papéis, uma prova que era um dos grandes actores norte-americanos, acaba por ficar com a fava, ficando noivo de um velho milionário (Joe E. Brown). A frase final, dita por este milionário resume bem o filme: «ninguém é perfeito» pois Marilyn apaixona-se a sério mas não por um milionário, como queria, e Lemmon que era o que menos confusões queria acaba noivo do milionário, completamente apaixonado pelo músico que julga ser uma mulher, mesmo quando ele lhe diz que é um homem. É a esta frase que surge a resposta com que termina «Quanto Mais Quente Melhor».
Para quem gostar, aí fica a famosa cena em que Marilyn Monroe canta «I Want To Be Loved By You».
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
Ambientado no final dos anos 1920, em plena Lei Seca, «Quanto Mais Quente Melhor» acompanha a fuga destes dois músicos (Jack Lemmon e Tony Curtis) para a Florida onde se fazem passar por mulheres para não serem reconhecidos pelos seus perseguidores. E para se disfarçarem nada melhor do que ingressar numa banda composta só por mulheres. É nesta banda que travam conhecimento com Sugar Kane Kowalczyk (Marilyn Monroe), uma música da banda que faz o papel da loura burra (aparentemente), e que acaba por levar os dois músicos a apaixonarem-se.
Estamos assim perante uma comédia de enganos, em que todos se enganam uns aos outros: a dupla foragida engana os mafiosos e as companheiras de banda e os mafiosos enganam a polícia (geniais os diálogos trocados entre o líder do gangue, Spats Colombo (George Raft), e o polícia que o persegue, Detective Mulligan (Pat O'Brien). Pelo meio Marilyn acaba por se apaixonar por um falso milionário que é nem mais nem menos Tony Curtis. Já Jack Lemmon, que tem aqui um dos seus melhores papéis, uma prova que era um dos grandes actores norte-americanos, acaba por ficar com a fava, ficando noivo de um velho milionário (Joe E. Brown). A frase final, dita por este milionário resume bem o filme: «ninguém é perfeito» pois Marilyn apaixona-se a sério mas não por um milionário, como queria, e Lemmon que era o que menos confusões queria acaba noivo do milionário, completamente apaixonado pelo músico que julga ser uma mulher, mesmo quando ele lhe diz que é um homem. É a esta frase que surge a resposta com que termina «Quanto Mais Quente Melhor».
Para quem gostar, aí fica a famosa cena em que Marilyn Monroe canta «I Want To Be Loved By You».
Nota: 4/5
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quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Pedro Costa alvo de retrospectiva na Cinemateca Francesa
A Cinemateca Francesa vai organizar em Janeiro de 2010 uma retrospectiva dedicada ao realizador Pedro Costa. O arranque do ciclo terá lugar a 11 de Janeiro com a antestreia de «Ne Change Rien», a mais recente obra do realizador português, sobre a actriz e cantora Jeanne Balibar. A retrospectiva da obra de Pedro Costa, que começa a ser um dos cineastas portugueses mais falados no estrangeiro, vai decorrer até 24 de Janeiro e percorrerá todos os nove filmes de Pedro Costa, de «O Sangue» até à curta-metragem «A Caça ao Coelho com Pau», de 2007, com passagem por «Ossos», «No Quarto de Vanda», «Juventude em Marcha», «Onde Jaz o Teu Sorriso?» e «6 Bagatelas», estes dois realizados em colaboração com a dupla Danièle Huillet e Jean-Marie Straub.
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Oliveira entre os melhores para os Cahiers du Cinema
A revista Cahiers do Cinema colocou o mais recente filme de Manoel de Oliveira, «Singularidades de uma Rapariga Loura», na lista dos 10 melhores filmes de 2009.
Para a publicação francesa o top 10 de 2009 na Sétima Arte foi:
1. Les Herbes folles , de Alain Resnais
2. Vincere , de Marco Bellochio
3. Sacanas Sem Lei , de Quentin Tarantino
4. Gran Torino , de Clint Eastwood
5. Singularidades de uma Rapariga Loura , de Manoel de Oliveira
6. Tetro , de Francis Ford Coppola
7. Estado de Guerra, de Kathryn Bigelow
8. Le Roi de l’évasion , de Alain Guiraudie
9. Tokyo Sonata , de Kiyoshi Kurosawa
10. Hadewijch , de Bruno Dumont
Para a publicação francesa o top 10 de 2009 na Sétima Arte foi:
1. Les Herbes folles , de Alain Resnais
2. Vincere , de Marco Bellochio
3. Sacanas Sem Lei , de Quentin Tarantino
4. Gran Torino , de Clint Eastwood
5. Singularidades de uma Rapariga Loura , de Manoel de Oliveira
6. Tetro , de Francis Ford Coppola
7. Estado de Guerra, de Kathryn Bigelow
8. Le Roi de l’évasion , de Alain Guiraudie
9. Tokyo Sonata , de Kiyoshi Kurosawa
10. Hadewijch , de Bruno Dumont
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
Festival de Veneza atribui Leão de Ouro de carreira a John Woo
John Woo, um dos realizadores chineses mais conhecidos internacionalmente, vai receber um Leão de Ouro de carreira na próxima edição do Festival de Veneza. Aos 63 anos, o cineasta, autor de filmes como «A Outra Face», um excelente filme de acção com Nicolas Cage e John Travolta, ou «Operação Flecha Quebrada», vê a sua obra reconhecida em grande.
A carreira de John Woo começou nos míticos estúdios Shaw Brothers, onde ainda nos anos 1960 co-realizou quatro obras antes de se estrear a solo em 1974. Em 1986 veio o sucesso internacional ao realizar «A Better Tomorrow», onde surge um outro nome grande daquelas paisagens: o actor Chow Yun-Fat.
A sua estreia internacional ocorreu em 1993 a convite de Jean-Claude Van Damme para realizar «Hard Target». Três anos mais tarde estreia o já citado «Operação Flecha Quebrada» e um ano a seguir «A Outra Face».
Talvez mais popular seja o seu filme seguinte, realizado em 2000: o segundo episódio da série Missão Impossível. O prémio será atribuído ao cineasta na próxima edição do Festival de Veneza, que decorre entre 1 e 11 de Setembro de 2010. Recorde-se que o galardoado com este prémio na última edição do certame foi John Lasseter e a sua produtora Disney-Pixar.
A carreira de John Woo começou nos míticos estúdios Shaw Brothers, onde ainda nos anos 1960 co-realizou quatro obras antes de se estrear a solo em 1974. Em 1986 veio o sucesso internacional ao realizar «A Better Tomorrow», onde surge um outro nome grande daquelas paisagens: o actor Chow Yun-Fat.
A sua estreia internacional ocorreu em 1993 a convite de Jean-Claude Van Damme para realizar «Hard Target». Três anos mais tarde estreia o já citado «Operação Flecha Quebrada» e um ano a seguir «A Outra Face».
Talvez mais popular seja o seu filme seguinte, realizado em 2000: o segundo episódio da série Missão Impossível. O prémio será atribuído ao cineasta na próxima edição do Festival de Veneza, que decorre entre 1 e 11 de Setembro de 2010. Recorde-se que o galardoado com este prémio na última edição do certame foi John Lasseter e a sua produtora Disney-Pixar.
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Novo filme de Wes Anderson directo para vídeo
Acabo de saber, via Take, que o mais recente filme de Wes Anderson, um dos mais originais realizadores que surgiu nos últimos tempos, vai direitinho para DVD em Portugal, sem passar por sala nem que seja uma mísera semana. Uma péssima notícia para quem gosta do cinema do realizador de «Royal Tanembaum» ou «Life Aquatic with Steve Zissou». É por estas e por outras que eu me questiono para onde irá a distribuição por terras lusas, quando chegam às salas coisas inenarráveis e o que é bom temos de ver em casa. Espero que a informação não se venha a confirmar.
Fica o consolo de visitar o site de «Fantastic Mr. Fox», uma animação baseada numa obra de Roald Dahl, autor de «Charlie e a Fábrica de Chocolate», que inclusive está na lista dos pré-nomeados para os Óscares de melhor animação,neste link.
Fica o consolo de visitar o site de «Fantastic Mr. Fox», uma animação baseada numa obra de Roald Dahl, autor de «Charlie e a Fábrica de Chocolate», que inclusive está na lista dos pré-nomeados para os Óscares de melhor animação,neste link.
Banda Sonora: Must Be Santa, Bob Dylan
domingo, 20 de dezembro de 2009
Um Crime Real, de Clint Eastwood (1999)
Já tinha visto o Clint Eastwood pistoleiro solitário e polícia sem regras. Fiquei hoje a conhecer a faceta do actor como jornalista em «Um Crime Real». Realizado em 1999 pelo próprio Clint Eastwood não é um dos melhores filmes da fase recente da obra do realizador, mas é uma boa fita.
Em «Um Crime Real» Clint realiza e interpreta a história de um jornalista caído em desgraça, ex-alcoólico e mulherengo que por acaso tem de continuar o trabalho de uma jovem colega, falecida no dia anterior a ir entrevistar um negro que se encontra no corredor da morte(Isaiah Washington), no próprio dia da execução. Mas à medida que vai analisando o caso e desatando alguns nós, o jornalista Steve Everett descobre que há muitos buracos no processo e contra tudo e contra todos tenta chegar à verdade, independentemente dos custos pessoais. No fundo Steve tenta também recuperar a carreira e a família.
É a investigação e as descobertas de Steve Everett que se encontram no centro da trama. Paralelamente temos o próprio condenado e a sua relação com a família, completamente oposta à situação do jornalista, que logo na primeira cena aparece a trair a esposa, precisamente com a colega que acaba por falecer.
Além destas personagens, a história toca alguns pontos um bocado fortes para os EUA, começando nas relações entre as raças e acabando no tema da pena de morte. No primeiro caso vemos como o processo parece ter tudo contra o suspeito de raça negra, acusado de assassinato: a vítima é uma jovem branca grávida de seis meses que lhe devia dinheiro e as únicas duas testemunhas do incidente são dois brancos.
No que diz respeito à pena de morte, Eastwood mostra-nos um retrato algo sombrio do corredor da morte. Não só todas as cenas em que surgem os guardas prisionais encarregues de guardar o condenado parecem ser motivos de gozo, com diálogos jocosos, como o próprio director da prisão parece ter um certo gosto em levar os seus condenados à cela da morte. Mas isso foi a impressão que me deixou.
A nível da interpretação, gostei bastante do papel de James Woods, como chefe de redacção. Apesar de não ser dos melhores que tem no currículo, está à altura. Quanto a Clint Eastwood, confesso que como actor não é dos meus preferidos, gosto mais da sua faceta de realizador. Neste caso continua a ser uma personagem bastante seca e que puxa da ironia como Dirty Harry puxava da sua Magnum.
Nota: 3/5
Site do filme no IMDB
Em «Um Crime Real» Clint realiza e interpreta a história de um jornalista caído em desgraça, ex-alcoólico e mulherengo que por acaso tem de continuar o trabalho de uma jovem colega, falecida no dia anterior a ir entrevistar um negro que se encontra no corredor da morte(Isaiah Washington), no próprio dia da execução. Mas à medida que vai analisando o caso e desatando alguns nós, o jornalista Steve Everett descobre que há muitos buracos no processo e contra tudo e contra todos tenta chegar à verdade, independentemente dos custos pessoais. No fundo Steve tenta também recuperar a carreira e a família.
É a investigação e as descobertas de Steve Everett que se encontram no centro da trama. Paralelamente temos o próprio condenado e a sua relação com a família, completamente oposta à situação do jornalista, que logo na primeira cena aparece a trair a esposa, precisamente com a colega que acaba por falecer.
Além destas personagens, a história toca alguns pontos um bocado fortes para os EUA, começando nas relações entre as raças e acabando no tema da pena de morte. No primeiro caso vemos como o processo parece ter tudo contra o suspeito de raça negra, acusado de assassinato: a vítima é uma jovem branca grávida de seis meses que lhe devia dinheiro e as únicas duas testemunhas do incidente são dois brancos.
No que diz respeito à pena de morte, Eastwood mostra-nos um retrato algo sombrio do corredor da morte. Não só todas as cenas em que surgem os guardas prisionais encarregues de guardar o condenado parecem ser motivos de gozo, com diálogos jocosos, como o próprio director da prisão parece ter um certo gosto em levar os seus condenados à cela da morte. Mas isso foi a impressão que me deixou.
A nível da interpretação, gostei bastante do papel de James Woods, como chefe de redacção. Apesar de não ser dos melhores que tem no currículo, está à altura. Quanto a Clint Eastwood, confesso que como actor não é dos meus preferidos, gosto mais da sua faceta de realizador. Neste caso continua a ser uma personagem bastante seca e que puxa da ironia como Dirty Harry puxava da sua Magnum.
Nota: 3/5
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Obituário: Brittany Murphy (1977-2009)
Mais uma morte a assombrar os últimos dias em Hollywood. Desta vez foi a actriz Brittany Murphy, que foi encontrada morta em casa durante a manhã. A actriz de 8 Mile terá sido vítima de ataque cardíaco e já chegou ao hospital morta, revelam os Media norte-americanos. Depois da trágica morte de Heath Ledger no início de 2008, mais uma jovem estrela morre. De acordo com o site IMDB Brittany Murphy tinha três projectos em pós-produção («Abandoned», de Michael Feifer, «Something Wicked», de Darin Scott e «The Expendables», de Sylvester Stallone) e tinha «Shrinking Charlotte», de René Eram, em pré-produção.
Aluga-se Esta Arma, de Frank Tuttle (1942)
Um ano depois de «Relíquia Macabra», o primeiro filme de John Huston e um dos mais representativos do género Noir, foi realizado este «Aluga-se Esta Arma», por Frank Tuttle, nome que já vinha do período mudo do cinema e acabou a sua carreira em 1959. Apesar de não ser tão conhecido como o primeiro, este é um bom filme que faz justiça ao género, com a particularidade de não se centrar num detective privado, que geralmente era a personagem central deste tipo de filmes.
Em «Aluga-se Esta Arma» temos um assassino profissional de nome Phillip Raven (Alan Ladd) que procura vingança por ter sido enganado pelo seu último contratante, que lhe paga com notas numeradas. Mais tarde ficamos a saber que o seu assassinato fazia parte de uma conspiração para vender armamento aos japoneses. Tudo em nome do lucro. Durante a sua busca pelo burlão, a polícia surge no seu encalço e para azar seu, trava conhecimento com a noiva de um dos agentes que o persegue, interpretada por Veronica Lake, num excelente papel de uma mágica que trabalha num clube nocturno, controlado precisamente pelo homem que pagou a Raven para matar uma pessoa.
Com uma realização bem conseguida, o argumento, baseado numa obra de Graham Greene, é muito bom com espaço para as personagens serem não só sinistras como ambíguas. Basta ver as piadas que travam entre si, cheias de ironia. E as cenas de acção, com várias perseguições e tiroteios em ambientes escuros, seja numa fábrica ou numa estação de comboios, fazem este «Aluga-se Esta Arma» um bom filme para quem gosta do género Noir.
Nota: 4/5
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Em «Aluga-se Esta Arma» temos um assassino profissional de nome Phillip Raven (Alan Ladd) que procura vingança por ter sido enganado pelo seu último contratante, que lhe paga com notas numeradas. Mais tarde ficamos a saber que o seu assassinato fazia parte de uma conspiração para vender armamento aos japoneses. Tudo em nome do lucro. Durante a sua busca pelo burlão, a polícia surge no seu encalço e para azar seu, trava conhecimento com a noiva de um dos agentes que o persegue, interpretada por Veronica Lake, num excelente papel de uma mágica que trabalha num clube nocturno, controlado precisamente pelo homem que pagou a Raven para matar uma pessoa.
Com uma realização bem conseguida, o argumento, baseado numa obra de Graham Greene, é muito bom com espaço para as personagens serem não só sinistras como ambíguas. Basta ver as piadas que travam entre si, cheias de ironia. E as cenas de acção, com várias perseguições e tiroteios em ambientes escuros, seja numa fábrica ou numa estação de comboios, fazem este «Aluga-se Esta Arma» um bom filme para quem gosta do género Noir.
Nota: 4/5
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sábado, 19 de dezembro de 2009
A Parada dos Monstros, de Tod Browning (1932)
«A Parada de Monstros» é um dos mais célebres e estranhos filmes da década de 1930. Realizado por Tod Browning, um cineasta com um certo gosto pelo bizarro como já tinha provado anteriormente com «Unholly Trinity», «A Parada de Monstros» («Freaks» no original e talvez o nome pelo qual é mais conhecido) esta é uma história de vingança passada num circo de seres humanos ditos anormais (anões, mulheres com barba, gagos ou homens sem braços e sem pernas).
É no meio destas 'criaturas' bizarras e monstros, como são chamados, que uma das artistas 'normais' resolve enganar e roubar um anão que se apaixonou por ela. Tudo começa quando a trapezista Cleópatra (os nomes também são bastante artísticos) se apercebe que um dos seus companheiros circenses, um anão, lhe faz bastantes favores e assim que descobre que ele tem uma fortuna decide casar-se com ele para o matar de seguida para receber a herança. O plano corre bem, apesar dos avisos à vítima da burla, até que a marosca é descoberta e é desencadeada a vingança que acaba por transformar Cleópatra num dos monstros de circo.
Com «A Parada de Monstros» Tod Browning resolve humanizar estes seres humanos que por razões da natureza não tiveram a sorte das pessoas normais. E consegue cumprir o objectivo, criando uma história onde sentimos compaixão pelas personagens. Se de início nos parecem seres medonhos, aos poucos vamos engraçando com as suas piadas e a maneira como interagem mesmo com as suas dificuldades.
Ao contrário do já citado «Unholly Trinity», em que três seres bizarros são representados como criminosos, as personagens deste filme têm bom coração, apenas mostrando o seu lado sombrio quando são desafiados ou maltratados. Que é o que acontece à artista que tenta enganar um deles. E o resultado é a sua transformação em atracção de circo, depois de ter sido considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo. Mas essa beleza não estava dentro de Cleópatra e acabou por tomar o seu veneno.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
É no meio destas 'criaturas' bizarras e monstros, como são chamados, que uma das artistas 'normais' resolve enganar e roubar um anão que se apaixonou por ela. Tudo começa quando a trapezista Cleópatra (os nomes também são bastante artísticos) se apercebe que um dos seus companheiros circenses, um anão, lhe faz bastantes favores e assim que descobre que ele tem uma fortuna decide casar-se com ele para o matar de seguida para receber a herança. O plano corre bem, apesar dos avisos à vítima da burla, até que a marosca é descoberta e é desencadeada a vingança que acaba por transformar Cleópatra num dos monstros de circo.
Com «A Parada de Monstros» Tod Browning resolve humanizar estes seres humanos que por razões da natureza não tiveram a sorte das pessoas normais. E consegue cumprir o objectivo, criando uma história onde sentimos compaixão pelas personagens. Se de início nos parecem seres medonhos, aos poucos vamos engraçando com as suas piadas e a maneira como interagem mesmo com as suas dificuldades.
Ao contrário do já citado «Unholly Trinity», em que três seres bizarros são representados como criminosos, as personagens deste filme têm bom coração, apenas mostrando o seu lado sombrio quando são desafiados ou maltratados. Que é o que acontece à artista que tenta enganar um deles. E o resultado é a sua transformação em atracção de circo, depois de ter sido considerada uma das mulheres mais bonitas do mundo. Mas essa beleza não estava dentro de Cleópatra e acabou por tomar o seu veneno.
Nota: 4/5
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Obituário: Jennifer Jones (1919-2009) e Dan O'Bannon (1946-2009)
Semana negra em Hollywood. Depois da morte de Jennifer Jones, vencedora do Óscar para Melhor Actriz em 1942 pelo seu papel em The Song of Bernadette, de Henry King, chega a notícia do falecimento de Dan O'Bannon, argumentista que se estreou ao lado de John Carpenter em «Dark Star», que também protagoniza, e que foi responsável pelo argumento do primeiro filme da série Alien e de Desafio Total, de Paul Verhoeven a partir de um livro de Philip K. Dick. Ao longo da sua carreira escreveu ainda vários argumentos sempre dentro do género da ficção cientifica e do fantástico.
Para quem não conhece «Dark Star», o filme que foi o primeiro realizado por John Carpenter, fica aqui uma genial e delirante cena em que um astronauta hippie que integra a tripulação da nave espacial que dá nome ao título do filme tem uma discussão filosófica com uma bomba, para evitar a sua detonação.
Para quem não conhece «Dark Star», o filme que foi o primeiro realizado por John Carpenter, fica aqui uma genial e delirante cena em que um astronauta hippie que integra a tripulação da nave espacial que dá nome ao título do filme tem uma discussão filosófica com uma bomba, para evitar a sua detonação.
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Filmes sobre tecnologias para esquecer, segundo a CNN
Na semana em que se estreia «Avatar», o regresso de James Cameron à ficção científica com um espectáculo de efeitos especiais, a CNN lembrou-se de fazer uma lista dos piores filmes relacionados com o tema das tecnologias. Para a estação de tv norte-americana este é um género onde os grandes estúdios tendem a falhar.
A lista foi feita com a ajuda de dois críticos de cinema e o autor de um filme com o curioso título de «Hollywood Science: Movies, Science and the end of the World», qualquer coisa como Ciência de Hollywood: filmes, ciência e o fim do Mundo em português.
A encabeçar o top 9 está «Antitrust», um filme de 2001 realizado por Peter Howitt e com Ryan Phillippe e Tim Robbins no elenco. O filme conta a história de um jovem hacker que é contratado por uma grande empresa cujo patrão quer desenvolver um sistema de comunicações para transformar o mundo. Ao que tudo indica a inclusão na lista resulta do facto de representar a empresa como algo maléfico.
Segue-se «Feardotcom», realizado em 2002 por William Malone com Stephen Rea a interpretar um médico sádico que tortura mulheres em directo num site. O argumento centra-se na morte de quatro pessoas que visitaram o site e apareceram mortas 48 depois.
Em terceiro lugar surge «Hackers», que em Portugal teve o título de «Piratas Cibernéticos, e ficou para história como um dos primeiros filmes protagonizados por Angelina Jolie, rezam os críticos. Penso que há uns tempos atrás este filme de 1995 era presença assídua na programação do canal Hollywood.
Continuando a lista encontramos «Dia da Independência», o filme em que Roland Emmerich começou a testar o seu gosto pela destruição dos EUA. Quem não se lembra das gigantescas naves a sobrevoar várias cidades norte-americanas com os seus raios azuis? Foi também este filme que consolidou a fama de Will Smith, um ano depois de ter entrado em «Bad Boys».
Em 1995 foi realizado o filme seguinte. «Johnny Mnemonic» («O Fugitivo do Futuro», em Portugal), de Robert Longo. Muito antes de encarnar Neo em «Matrix», Keanu Reeves apareceu na tela como um correio humano com capacidade de armazenar 80 GB de informação no cérebro. Pelo meio tinha de se cruzar com Takeshi Kitano, Dolph Lundgreen, Ice-T e Henry Rollins. Já o vi há algum tempo, mas penso que também aqui a personagem de Keanu era visto como um salvador. Ou seria o golfinho? Confesso que já não me recordo.
Em sexto lugar surge uma adaptação de um conto de Stephen King: «The Lawnmaker Man» («Realidade Virtual - A Cobaia», em português), por Brett Leonard em 1992 e segundo os autores da lista um dos primeiros filmes a abordar a temática da realidade virtual. No elenco encontramos Pierce Brosnan, antes da fase James Bond, que interpreta um cientista que resolve fazer experiências com um jardineiro com problemas mentais.
Segue-se «The Net» («A Rede»), de Irwin Winkler, com Sandra Bullock a fazer de especialista em informática que tem o azar de receber uma disquete (estávamos em 1995, ainda não haviam pens nem coisas parecidas) que contém segredos de uma conspiração criminosa. Para a apanhar um grupo de gente mal intencionada apaga a identidade de Sandra Bullock que passa o filme todo a fugir.
De 2001 é o filme que se segue: «Swordfish» («Operação Swordfish»), de Dominic Sena. Com uma boa dupla de actores (John Travolta a fazer de criminoso e Hugh Jackman de hacker que já teve melhores dias) que tentam roubar dinheiro de uma conta controlada pelo governo dos EUA.
Para finalizar esta lista um filme dos anos 1980. Trata-se de «Weird Science» («Que Loucura de Mulher», excelente tradução para português, sem dúvida), realizado em 1985 pelo recentemente falecido John Hughes, que conta a história de dois nerds que tentam criar através de experiências no computador a mulher perfeita, que no filme é Kelly LeBrock.
A lista foi feita com a ajuda de dois críticos de cinema e o autor de um filme com o curioso título de «Hollywood Science: Movies, Science and the end of the World», qualquer coisa como Ciência de Hollywood: filmes, ciência e o fim do Mundo em português.
A encabeçar o top 9 está «Antitrust», um filme de 2001 realizado por Peter Howitt e com Ryan Phillippe e Tim Robbins no elenco. O filme conta a história de um jovem hacker que é contratado por uma grande empresa cujo patrão quer desenvolver um sistema de comunicações para transformar o mundo. Ao que tudo indica a inclusão na lista resulta do facto de representar a empresa como algo maléfico.
Segue-se «Feardotcom», realizado em 2002 por William Malone com Stephen Rea a interpretar um médico sádico que tortura mulheres em directo num site. O argumento centra-se na morte de quatro pessoas que visitaram o site e apareceram mortas 48 depois.
Em terceiro lugar surge «Hackers», que em Portugal teve o título de «Piratas Cibernéticos, e ficou para história como um dos primeiros filmes protagonizados por Angelina Jolie, rezam os críticos. Penso que há uns tempos atrás este filme de 1995 era presença assídua na programação do canal Hollywood.
Continuando a lista encontramos «Dia da Independência», o filme em que Roland Emmerich começou a testar o seu gosto pela destruição dos EUA. Quem não se lembra das gigantescas naves a sobrevoar várias cidades norte-americanas com os seus raios azuis? Foi também este filme que consolidou a fama de Will Smith, um ano depois de ter entrado em «Bad Boys».
Em 1995 foi realizado o filme seguinte. «Johnny Mnemonic» («O Fugitivo do Futuro», em Portugal), de Robert Longo. Muito antes de encarnar Neo em «Matrix», Keanu Reeves apareceu na tela como um correio humano com capacidade de armazenar 80 GB de informação no cérebro. Pelo meio tinha de se cruzar com Takeshi Kitano, Dolph Lundgreen, Ice-T e Henry Rollins. Já o vi há algum tempo, mas penso que também aqui a personagem de Keanu era visto como um salvador. Ou seria o golfinho? Confesso que já não me recordo.
Em sexto lugar surge uma adaptação de um conto de Stephen King: «The Lawnmaker Man» («Realidade Virtual - A Cobaia», em português), por Brett Leonard em 1992 e segundo os autores da lista um dos primeiros filmes a abordar a temática da realidade virtual. No elenco encontramos Pierce Brosnan, antes da fase James Bond, que interpreta um cientista que resolve fazer experiências com um jardineiro com problemas mentais.
Segue-se «The Net» («A Rede»), de Irwin Winkler, com Sandra Bullock a fazer de especialista em informática que tem o azar de receber uma disquete (estávamos em 1995, ainda não haviam pens nem coisas parecidas) que contém segredos de uma conspiração criminosa. Para a apanhar um grupo de gente mal intencionada apaga a identidade de Sandra Bullock que passa o filme todo a fugir.
De 2001 é o filme que se segue: «Swordfish» («Operação Swordfish»), de Dominic Sena. Com uma boa dupla de actores (John Travolta a fazer de criminoso e Hugh Jackman de hacker que já teve melhores dias) que tentam roubar dinheiro de uma conta controlada pelo governo dos EUA.
Para finalizar esta lista um filme dos anos 1980. Trata-se de «Weird Science» («Que Loucura de Mulher», excelente tradução para português, sem dúvida), realizado em 1985 pelo recentemente falecido John Hughes, que conta a história de dois nerds que tentam criar através de experiências no computador a mulher perfeita, que no filme é Kelly LeBrock.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009
Avatar, de James Cameron (2009)
Como referi no último post, tive oportunidade de ver «Avatar», aquele que é sem sombra de dúvidas um dos filmes mais aguardados do ano. E de facto o filme é muito bom do ponto de vista técnico e dos efeitos especiais. James Cameron conseguiu levar o espectador ao planeta Pandora, que está no centro da acção, tal como há uns anos Peter Jackson nos levou à Terra Média de Tolkien. Só por esta razão já vale a pena investir para ir ver o filme, de preferência numa sala com projecção 3D.
Mas infelizmente, os efeitos especiais não são tudo num filme. E «Avatar» peca por não ser tão forte no argumento como é na vertente técnica. É pena, porque o regresso de James Cameron merecia melhor. Talvez o facto de não ter optado por uma grande figura no papel principal (Sam Worthington) não ajude muito. Mas mesmo os secundários de luxo, como Sigourney Weaver, Giovanni Ribisi ou Michelle Rodriguez, para focar os mais conhecidos, não estão ao seu melhor nível. Mas gostei da presença de Sigourney Weaver.
Em «Avatar» James Cameron conta-nos a história de Jake Sully, um marine paraplégico que decide participar numa missão anteriormente desempenhada pelo seu irmão, um cientista que morreu no planeta Pandora. É em Pandora que se desenrola a acção do filme, durante a missão de Jake Sully (Sam Worthington)no programa Avatar, que permite aos humanos serem uma criatura com genes humanos e da tribo Navi, corpo esse que foi criado para poderem respirar o ar do planeta.
Paralelamente a esta missão de descoberta da vida de Pandora e dos Navi, uma grande empresa está no planeta com o objectivo de explorar um minério bastante valioso no planeta Terra. O problema acontece quando descobrem que uma grande fonte desse minério está debaixo de uma aldeia dos Navi e decidem encontrá-la a todo o custo, recorrendo a força militar. Pelo meio Jake é aliciado, na sua condição de Avatar, a tornar-se amigo dos indígenas para um outro fim que não a simples investigação dos seus hábitos: afastar a população Navi em troca de umas pernas novas.
E não vale a pena contar mais para não estragar a história, que de facto merecia ser melhor. Algumas pessoas que também já viram o filme e com quem já falei dizem-me que de facto o importante de «Avatar» são mesmo os efeitos especiais. Eu nestes aspectos ainda sou tradicionalista, gosto de uma verdadeira história. E a nível de efeitos podemos comparar este filme à trilogia do «Senhor dos Anéis», que considero estar bem mais conseguida precisamente por ter uma grande história por detrás.
De qualquer maneira, recomendo muito ver este filme a quem gosta de cinema. Sobretudo para os adeptos dos filmes de acção e efeitos especiais não irão de certo ficar defraudados.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
Mas infelizmente, os efeitos especiais não são tudo num filme. E «Avatar» peca por não ser tão forte no argumento como é na vertente técnica. É pena, porque o regresso de James Cameron merecia melhor. Talvez o facto de não ter optado por uma grande figura no papel principal (Sam Worthington) não ajude muito. Mas mesmo os secundários de luxo, como Sigourney Weaver, Giovanni Ribisi ou Michelle Rodriguez, para focar os mais conhecidos, não estão ao seu melhor nível. Mas gostei da presença de Sigourney Weaver.
Em «Avatar» James Cameron conta-nos a história de Jake Sully, um marine paraplégico que decide participar numa missão anteriormente desempenhada pelo seu irmão, um cientista que morreu no planeta Pandora. É em Pandora que se desenrola a acção do filme, durante a missão de Jake Sully (Sam Worthington)no programa Avatar, que permite aos humanos serem uma criatura com genes humanos e da tribo Navi, corpo esse que foi criado para poderem respirar o ar do planeta.
Paralelamente a esta missão de descoberta da vida de Pandora e dos Navi, uma grande empresa está no planeta com o objectivo de explorar um minério bastante valioso no planeta Terra. O problema acontece quando descobrem que uma grande fonte desse minério está debaixo de uma aldeia dos Navi e decidem encontrá-la a todo o custo, recorrendo a força militar. Pelo meio Jake é aliciado, na sua condição de Avatar, a tornar-se amigo dos indígenas para um outro fim que não a simples investigação dos seus hábitos: afastar a população Navi em troca de umas pernas novas.
E não vale a pena contar mais para não estragar a história, que de facto merecia ser melhor. Algumas pessoas que também já viram o filme e com quem já falei dizem-me que de facto o importante de «Avatar» são mesmo os efeitos especiais. Eu nestes aspectos ainda sou tradicionalista, gosto de uma verdadeira história. E a nível de efeitos podemos comparar este filme à trilogia do «Senhor dos Anéis», que considero estar bem mais conseguida precisamente por ter uma grande história por detrás.
De qualquer maneira, recomendo muito ver este filme a quem gosta de cinema. Sobretudo para os adeptos dos filmes de acção e efeitos especiais não irão de certo ficar defraudados.
Nota: 3/5
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Avatar: uma pequena desilusão
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Banda Sonora: Funny How Time Slips Away, Homer Simpson and Linda Ronstadt
Antes de American Dad e de Family Guy, uma outra família animada tomou conta das televisões de todo o mundo: os Simpsons. Faz esta semana 20 anos, mais concretamente no dia 17 de Dezembro, que a família amarela de Springfield se estreou no pequeno ecrã. Desde então tem sido considerada uma das melhores séries de sempre, graças às suas personagens completamente avariadas, mas que no fundo todos reconhecemos em alguém. E já para não falar nas dezenas de cameos de celebridades de carne e osso que têm feito as delicias dos fãs ao longo destas duas décadas.
Para comemorar o 20º aniversário de Homer, Marge, Bart, Lisa e da pequena Maggie proponho uma visita ao Yellow Album, nome que faz alusão ao White Album dos Beatles e com uma capa a imitar o Sargent Peppers, álbum com músicas cantadas pelos Simpsons lançado em 1998.
Para comemorar o 20º aniversário de Homer, Marge, Bart, Lisa e da pequena Maggie proponho uma visita ao Yellow Album, nome que faz alusão ao White Album dos Beatles e com uma capa a imitar o Sargent Peppers, álbum com músicas cantadas pelos Simpsons lançado em 1998.
domingo, 13 de dezembro de 2009
Michael Haneke e «O Laço Branco» dominam prémios do cinema europeu
O filme «O Laço Branco», de Michael Haneke, foi o grande vencedor da 22ª edição dos Prémios do Cinema Europeu, ao vencer três galardões: Melhor Filme Europeu, Melhor Realizador e Melhor Argumentistas. Com esta chuva de prémios «O Laço Branco» consagra-se como um dos grandes filmes do ano, depois de ter conquistado a Palma de Ouro em Cannes. Por cá a estreia da mais recente obra de Michael Haneke está prevista apenas para o início de 2010.
Na cerimónia de entrega dos prémios, realizada ontem em Berlim, foram ainda distinguidos os actores Tahar Rahim e Kate Winslet, por «Um Profeta» e «O Leitor» respectivamente. Recorde-se que Kate Winslet já tinha conquistado o Óscar de Melhor Actriz pelo mesmo papel.
Os restantes premiados foram:
CARLO DI PALMA EUROPEAN CINEMATOGRAPHER AWARD 2009
Anthony Dod Mantle por «Anticristo» e «Quem Quer Ser Bilionário»;
EUROPEAN FILM ACADEMY PRIX D’EXCELLENCE 2009
Brigitte Taillandier, Francis Wargnier, Jean-Paul Hurier e Marc Doisne pelo Som de «Um Profeta»;
EUROPEAN COMPOSER 2009
Alberto Iglesias por «Abraços Desfeitos»;
EUROPEAN DISCOVERY 2009
«Katalyn Varga», Roménia/Reino Unido/Hungria
Argumento e Realização de Peter Strickland
Produzido por Tudor Giurgiu, Oana Giurgiu & Peter Strickland;
EUROPEAN FILM ACADEMY ANIMATED FEATURE FILM 2009
«Mia et le Migou», França/Itália
Realizado por Jacques-Rémy Girerd, co-realizado por Nora Twomey;
EUROPEAN FILM ACADEMY SHORT FILM 2009
«Poste Restante», por Marcel Lozinski;
EUROPEAN FILM ACADEMY LIFETIME ACHIEVEMENT AWARD
Ken Loach;
EUROPEAN ACHIEVEMENT IN WORLD CINEMA
Isabelle Huppert;
EUROPEAN FILM ACADEMY DOCUMENTARY 2009 – Prix ARTE
«The Sound of Insects - Record of a Mummy», Suíça, de Peter Liechti;
EUROPEAN CO-PRODUCTION AWARD – Prix EURIMAGES
Diana Elbaum e Jani Thiltges;
EUROPEAN FILM ACADEMY CRITICS AWARD 2009 – Prix FIPRESCI
Andrzej Wajda por «Tatarak»;
PEOPLE’S CHOICE AWARD for Best European Film
«Quem Quer Ser Bilionário», Reino Unido
Realizado por Danny Boyle
Escrito por Simon Beaufoy
Produzido por Christian Colson.
Mais informações aqui.
Na cerimónia de entrega dos prémios, realizada ontem em Berlim, foram ainda distinguidos os actores Tahar Rahim e Kate Winslet, por «Um Profeta» e «O Leitor» respectivamente. Recorde-se que Kate Winslet já tinha conquistado o Óscar de Melhor Actriz pelo mesmo papel.
Os restantes premiados foram:
CARLO DI PALMA EUROPEAN CINEMATOGRAPHER AWARD 2009
Anthony Dod Mantle por «Anticristo» e «Quem Quer Ser Bilionário»;
EUROPEAN FILM ACADEMY PRIX D’EXCELLENCE 2009
Brigitte Taillandier, Francis Wargnier, Jean-Paul Hurier e Marc Doisne pelo Som de «Um Profeta»;
EUROPEAN COMPOSER 2009
Alberto Iglesias por «Abraços Desfeitos»;
EUROPEAN DISCOVERY 2009
«Katalyn Varga», Roménia/Reino Unido/Hungria
Argumento e Realização de Peter Strickland
Produzido por Tudor Giurgiu, Oana Giurgiu & Peter Strickland;
EUROPEAN FILM ACADEMY ANIMATED FEATURE FILM 2009
«Mia et le Migou», França/Itália
Realizado por Jacques-Rémy Girerd, co-realizado por Nora Twomey;
EUROPEAN FILM ACADEMY SHORT FILM 2009
«Poste Restante», por Marcel Lozinski;
EUROPEAN FILM ACADEMY LIFETIME ACHIEVEMENT AWARD
Ken Loach;
EUROPEAN ACHIEVEMENT IN WORLD CINEMA
Isabelle Huppert;
EUROPEAN FILM ACADEMY DOCUMENTARY 2009 – Prix ARTE
«The Sound of Insects - Record of a Mummy», Suíça, de Peter Liechti;
EUROPEAN CO-PRODUCTION AWARD – Prix EURIMAGES
Diana Elbaum e Jani Thiltges;
EUROPEAN FILM ACADEMY CRITICS AWARD 2009 – Prix FIPRESCI
Andrzej Wajda por «Tatarak»;
PEOPLE’S CHOICE AWARD for Best European Film
«Quem Quer Ser Bilionário», Reino Unido
Realizado por Danny Boyle
Escrito por Simon Beaufoy
Produzido por Christian Colson.
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Ágora, de Alejandro Ámenabar (2009)
Na sua mais recente obra, Alejandro Ámenabar leva-nos a conhecer a vida da filósofa Hypatia, tendo como pano de fundo o declínio do Império Romano e a ascensão do Cristianismo. É esta a proposta do realizador chileno em «Ágora». Na interpretação de Hypatia surge uma actriz que nos tem vindo a habituar a grandes papéis e desta vez não é excepção: Rachel Weisz. E só a presença da actriz já é quase suficiente para ver «Ágora».
Ambientado no final do século IV depois de Cristo, o filme relata um período bastante conturbado daquela que em tempos foi uma das cidades mais prósperas do Egipto: Alexandria. Mais concretamente a ascensão dos cristãos naquela região, que acabam por destruir tudo o que os sábios da altura e os anteriores tinham descoberto. Basta ver a cena em que uma revolta acaba em cerco da Biblioteca de Alexandria, nesta altura já não era o edifício original (destruído por um incêndio), que posteriormente fica vedada aos adoradores de deuses pagãos e aberta apenas aos cristãos. O resultado é que aquele 'templo' de sabedoria é transformado em estábulos sem respeito pelo que lá existiu e com grande parte dos seus documentos destruída.
Pelo meio temos a história da filósofa Hypatia, uma astrónoma que continuando o trabalho dos antigos pensadores gregos foi das primeiras a defender uma teoria heliocêntrica do universo, ao contrário do que se pensava na altura, quando a teoria vigente defendia que era a Terra o centro do universo e os planetas e o Sol giravam em seu torno. São as suas ideias fixas que vão acompanhando «Ágora» em segundo plano.
Ao mesmo tempo vamos assistindo ao desenvolvimento de três personagens que antes do domínio Cristão estiveram ligadas e apaixonadas pela filósofa. O escravo Davus (Max Minghella), que se junta aos cristãos e integra uma milícia que tudo faz para defender os princípios da fé, incluindo expulsar outros religiosos de Alexandria. Temos também dois antigos alunos de Hypatia, que acabam cada um por seguir o seu caminho: Orestes (Oscar Isaac), antigo adorador dos deuses pagãos convertido e actual Perfeito de Alexandria ao serviço dos romanos, e Ammonius (Ashraf Barhom), um cristão que se tornou bispo numa cidade próxima de Alexandria.
Mas se a interpretação de Rachel Weisz é bastante boa, actriz que é raro falhar, o mesmo não se pode dizer do restante elenco. Talvez o argumento não tenha sido tão pensado para as outras personagens e o filme acaba por perder um pouco, pois a história até consegue apresentar relativamente bem as convulsões da época e mostrar até onde pode ir o extremismo religioso. Não sei até que ponto Alejandro Ámenabar não terá apresentado este exemplo para comparar com o que se passa hoje em dia com o extremismo islâmico, pois não é de todo muito diferente, nomeadamente a forma como a mulher era tratada. E neste aspecto vemos como acaba Hypatia, antes e depois do domínio Cristão.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
Ambientado no final do século IV depois de Cristo, o filme relata um período bastante conturbado daquela que em tempos foi uma das cidades mais prósperas do Egipto: Alexandria. Mais concretamente a ascensão dos cristãos naquela região, que acabam por destruir tudo o que os sábios da altura e os anteriores tinham descoberto. Basta ver a cena em que uma revolta acaba em cerco da Biblioteca de Alexandria, nesta altura já não era o edifício original (destruído por um incêndio), que posteriormente fica vedada aos adoradores de deuses pagãos e aberta apenas aos cristãos. O resultado é que aquele 'templo' de sabedoria é transformado em estábulos sem respeito pelo que lá existiu e com grande parte dos seus documentos destruída.
Pelo meio temos a história da filósofa Hypatia, uma astrónoma que continuando o trabalho dos antigos pensadores gregos foi das primeiras a defender uma teoria heliocêntrica do universo, ao contrário do que se pensava na altura, quando a teoria vigente defendia que era a Terra o centro do universo e os planetas e o Sol giravam em seu torno. São as suas ideias fixas que vão acompanhando «Ágora» em segundo plano.
Ao mesmo tempo vamos assistindo ao desenvolvimento de três personagens que antes do domínio Cristão estiveram ligadas e apaixonadas pela filósofa. O escravo Davus (Max Minghella), que se junta aos cristãos e integra uma milícia que tudo faz para defender os princípios da fé, incluindo expulsar outros religiosos de Alexandria. Temos também dois antigos alunos de Hypatia, que acabam cada um por seguir o seu caminho: Orestes (Oscar Isaac), antigo adorador dos deuses pagãos convertido e actual Perfeito de Alexandria ao serviço dos romanos, e Ammonius (Ashraf Barhom), um cristão que se tornou bispo numa cidade próxima de Alexandria.
Mas se a interpretação de Rachel Weisz é bastante boa, actriz que é raro falhar, o mesmo não se pode dizer do restante elenco. Talvez o argumento não tenha sido tão pensado para as outras personagens e o filme acaba por perder um pouco, pois a história até consegue apresentar relativamente bem as convulsões da época e mostrar até onde pode ir o extremismo religioso. Não sei até que ponto Alejandro Ámenabar não terá apresentado este exemplo para comparar com o que se passa hoje em dia com o extremismo islâmico, pois não é de todo muito diferente, nomeadamente a forma como a mulher era tratada. E neste aspecto vemos como acaba Hypatia, antes e depois do domínio Cristão.
Nota: 3/5
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sábado, 12 de dezembro de 2009
Shadows, de John Cassavetes (1960)
Foi em 1960 que John Cassavetes se estreou na realização. Até à altura o cineasta apenas tinha entrado em alguns filmes e séries de televisão como actor. Mas foi como realizador que vingou na Sétima Arte.
A sua primeira obra foi «Shadows», um filme que veio de certa forma corromper os cânones da época, ao não apresentar um argumento. Segundo John Cassavetes, e como é explicado no início do filme, o argumento foi improvisado pelo realizador e actores ao longo das filmagens e o objectivo deste risco era provar que era possível fazer Cinema como se faz outra arte, improvisando. No caso o cineasta exemplifica com a música e a pintura.
Ao longo do filme vamo-nos apercebendo que a maior inspiração de «Shadows» é sem sombra de dúvida a música jazz. Não só pela sua magnifica presença na banda sonora, interpretada por Charles Mingus, como no próprio ambiente, visto que uma das personagens é um músico de jazz, que não está a passar a sua melhor fase, tendo de trabalhar a apresentar coristas e não a cantar.
Este músico (Hugh Hurd) é uma das personagens principais, a par de Lelia (a muito bela Lelia Goldoni) e Ben (Ben Carruthers), que no filme são três irmãos, um branco, um mulato e outro negro. É esta particularidade que vai servir de motor à narrativa, pois outro dos avisos que Cassavetes faz no início do filme é que o filme é sobre a juventude e as relações raciais. E na altura aquele era um tema bem quente nos EUA.
E esse choque está bem patente em alguns pormenores. Desde os trabalhos menores que são dados a Hugh, passando pelo ódio do namorado de Lelia (Tony Ray, filho de Nicholas Ray), a irmã branca do trio, quando descobre quem é o irmão da sua amada.
Mas tirando esse tema mais central e mais abrangente, penso que «Shadows» foi uma experiência bem conseguida por parte de John Cassavetes, apesar dos poucos meios ao seu dispor. A improvisação acabou por combinar bem com o ritmo jazz da banda sonora, apenas se nota uma ou outra falha e quebra nos diálogos de vez em quando. E a forma como Nova Iorque foi filmada neste filme também deixa uma excelente imagem da cidade que nunca dorme.
Uma óptima estreia, que representou para mim mais um cineasta a descobrir, pois ainda não tinha oportunidade de ver nenhuma obra deste realizador.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
A sua primeira obra foi «Shadows», um filme que veio de certa forma corromper os cânones da época, ao não apresentar um argumento. Segundo John Cassavetes, e como é explicado no início do filme, o argumento foi improvisado pelo realizador e actores ao longo das filmagens e o objectivo deste risco era provar que era possível fazer Cinema como se faz outra arte, improvisando. No caso o cineasta exemplifica com a música e a pintura.
Ao longo do filme vamo-nos apercebendo que a maior inspiração de «Shadows» é sem sombra de dúvida a música jazz. Não só pela sua magnifica presença na banda sonora, interpretada por Charles Mingus, como no próprio ambiente, visto que uma das personagens é um músico de jazz, que não está a passar a sua melhor fase, tendo de trabalhar a apresentar coristas e não a cantar.
Este músico (Hugh Hurd) é uma das personagens principais, a par de Lelia (a muito bela Lelia Goldoni) e Ben (Ben Carruthers), que no filme são três irmãos, um branco, um mulato e outro negro. É esta particularidade que vai servir de motor à narrativa, pois outro dos avisos que Cassavetes faz no início do filme é que o filme é sobre a juventude e as relações raciais. E na altura aquele era um tema bem quente nos EUA.
E esse choque está bem patente em alguns pormenores. Desde os trabalhos menores que são dados a Hugh, passando pelo ódio do namorado de Lelia (Tony Ray, filho de Nicholas Ray), a irmã branca do trio, quando descobre quem é o irmão da sua amada.
Mas tirando esse tema mais central e mais abrangente, penso que «Shadows» foi uma experiência bem conseguida por parte de John Cassavetes, apesar dos poucos meios ao seu dispor. A improvisação acabou por combinar bem com o ritmo jazz da banda sonora, apenas se nota uma ou outra falha e quebra nos diálogos de vez em quando. E a forma como Nova Iorque foi filmada neste filme também deixa uma excelente imagem da cidade que nunca dorme.
Uma óptima estreia, que representou para mim mais um cineasta a descobrir, pois ainda não tinha oportunidade de ver nenhuma obra deste realizador.
Nota: 4/5
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Lelia Goldoni
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Parabéns ao Mestre Oliveira
Manoel de Oliveira cumpre hoje 101 anos e continua a ser o realizador mais velho do mundo ainda em actividade. Não sou grande adepto da obra do Mestre portuense, sempre preferi o lisboeta João César Monteiro (regionalismos à parte), mas há que reconhecer o mérito de um dos grandes nomes do cinema mundial. E ainda para mais o facto de ser português.
No âmbito das comemorações do 101º aniversário de Manoel de Oliveira vai ser projectado o filme «Aniki-Bóbó» na Fundação de Serralves para alunos de duas escolas do Porto. Também a norte, mas em Vila do Conde, está a decorrer até Março no Centro de Memória de Vila do Conde, Casa Museu José Régio uma exposição dedicada à relação de trabalho e vida entre estes dois nomes grandes da cultura nacional.
E como parar é morrer, Manoel de Oliveira está a preparar-se para um novo filme a rodar no início de 2010 e que é um projecto antigo do cineasta: «O estranho caso de Angélica», produzido pela Filmes do Tejo. A mais recente obra do Mestre foi uma curta sobre os Painéis de São Vicente de Fora, a convite da Fundação de Serralves.
Longa vida a Manoel de Oliveira, pois a sua obra já faz parte do nosso património da Sétima Arte. Goste-se ou não.
No âmbito das comemorações do 101º aniversário de Manoel de Oliveira vai ser projectado o filme «Aniki-Bóbó» na Fundação de Serralves para alunos de duas escolas do Porto. Também a norte, mas em Vila do Conde, está a decorrer até Março no Centro de Memória de Vila do Conde, Casa Museu José Régio uma exposição dedicada à relação de trabalho e vida entre estes dois nomes grandes da cultura nacional.
E como parar é morrer, Manoel de Oliveira está a preparar-se para um novo filme a rodar no início de 2010 e que é um projecto antigo do cineasta: «O estranho caso de Angélica», produzido pela Filmes do Tejo. A mais recente obra do Mestre foi uma curta sobre os Painéis de São Vicente de Fora, a convite da Fundação de Serralves.
Longa vida a Manoel de Oliveira, pois a sua obra já faz parte do nosso património da Sétima Arte. Goste-se ou não.
Aniversário da Medeia Filmes
Estão marcadas para o próximo fim de semana as comemorações do 20º aniversário da Medeia Filmes, distribuidora do produtor Paulo Branco. No site da distribuidora eram prometidos pormenores sobre a iniciativa, mas pouco é adiantado em relação aos filmes que vão passar nos dias 19 e 20.
De acordo com o que se pode ler, vamos ter direito a filmes de Sylvester Stallone (os três primeiros Rocky e Paradise Alley), pornografia de Bruce LaBruce, uma sessão com vídeos do YouTube, Jacques Tati e curtas metragens portuguesas. Na mesma notícia a Medeia anuncia que a projecção de curtas passará a ter presença constante na programação destas salas», o que penso que é uma excelente notícia.
O evento vai decorrer nos dias 19 e 20 de Dezembro nos cinemas King, Monumental, Nimas e Cidade do Porto. Na página do Facebook da distribuidora estão também referidas as ante-estreias de «Cinzas e Sangue» de Fanny Ardant, «Cinerama» de Inês Oliveira, «Where The Wild Things Are» de Spike Jonze, «Um Profeta» de Jacques Audiard, «Vincere» de Marco Bellocchio, «O Laço Branco» de Michael Haneke, «Les Herbes Folles» de Alain Renais, «Soul Kitchen» de Fatih Akin e «Non Ma Fille, Tu N'Iras Pas Dancer» de Christophe Honoré.
De acordo com o que se pode ler, vamos ter direito a filmes de Sylvester Stallone (os três primeiros Rocky e Paradise Alley), pornografia de Bruce LaBruce, uma sessão com vídeos do YouTube, Jacques Tati e curtas metragens portuguesas. Na mesma notícia a Medeia anuncia que a projecção de curtas passará a ter presença constante na programação destas salas», o que penso que é uma excelente notícia.
O evento vai decorrer nos dias 19 e 20 de Dezembro nos cinemas King, Monumental, Nimas e Cidade do Porto. Na página do Facebook da distribuidora estão também referidas as ante-estreias de «Cinzas e Sangue» de Fanny Ardant, «Cinerama» de Inês Oliveira, «Where The Wild Things Are» de Spike Jonze, «Um Profeta» de Jacques Audiard, «Vincere» de Marco Bellocchio, «O Laço Branco» de Michael Haneke, «Les Herbes Folles» de Alain Renais, «Soul Kitchen» de Fatih Akin e «Non Ma Fille, Tu N'Iras Pas Dancer» de Christophe Honoré.
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Em Cartaz: Semana 10/12/2009
Afterschool - Depois das Aulas, de Antonio Campos
Artur e a Vingança de Maltazard, de Luc Besson
Ágora, de Alejandro Amenábar
Bem-vindo a Zombieland, de Ruben Fleischer
Uns Belos Rapazes, de Riad Sattouf
Artur e a Vingança de Maltazard, de Luc Besson
Ágora, de Alejandro Amenábar
Bem-vindo a Zombieland, de Ruben Fleischer
Uns Belos Rapazes, de Riad Sattouf
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Curso História (s) do Cinema
A Associação Arte Projectada vai organizar em 2010, de 9 de Janeiro e 27 de Março o curso História (s) do Cinema, em parceria com a Associação Cultural Projecto Terra. Com aulas aos Sábados, das 10h30 às 12h30, o curso vai ter lugar na Rua Guilherme Gomes Fernandes nº1, em Sintra, e irá focar temas como a História do Cinema (dos brinquedos ópticos ao cinematógrafo), Imagem (introdução à linguagem cinematográfica), Produção (fases e funções inerentes à produção de um filme), Teoria (principais correntes estéticas do cinema) e Outras Histórias (a indústria, o star system e o poder do cinema).
De acordo com a organização, o objectivo do curso é «desenvolver o interesse pela História do Cinema, e incentivar à pesquisa de obras de grande qualidade, fora dos circuitos comerciais.
Mais informações sobre a iniciativa aqui ou nos contactos:
projectoterra.geral@gmail.com
932623131
De acordo com a organização, o objectivo do curso é «desenvolver o interesse pela História do Cinema, e incentivar à pesquisa de obras de grande qualidade, fora dos circuitos comerciais.
Mais informações sobre a iniciativa aqui ou nos contactos:
projectoterra.geral@gmail.com
932623131
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Maria João Seixas é a nova directora da Cinemateca
Maria João Seixas vai ser a próxima directora da Cinemateca Portuguesa, devendo iniciar funções a partir de Janeiro de 2010. A informação é avançada pela jornal Público que adianta que o anúncio oficial deverá ser feito no final desta semana pelo Ministério da Cultura.
A jornalista nascida em Moçambique vem assim substituir oficialmente João Bénard da Costa, o antigo director da instituição que faleceu no passado mês de Maio. Pedro Mexia, o actual director interino da Cinemateca escolhido por Bénard da Costa, vai continuar ligado ao Museu do Cinema como subdirector, cargo que desempenhava até ao afastamento por doença do anterior director.
Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa, Maria João Seixas sempre esteve ligada à cultura, tendo na década de 1970 colaborado com a RTP como autora e apresentadora de programas dentro desta área.
No capítulo do cinema a jornalista colaborou na escrita de alguns argumentos do realizador Fernando Lopes, com quem esteve casada, foi co-autora do filme «Lissabon, Wuppertal, Lisboa» sobre a coreógrafa Pina Bausch e colaborou num documentário recente sobre Luísa Todi produzido pela Midas Filmes para a RTP2.
A jornalista nascida em Moçambique vem assim substituir oficialmente João Bénard da Costa, o antigo director da instituição que faleceu no passado mês de Maio. Pedro Mexia, o actual director interino da Cinemateca escolhido por Bénard da Costa, vai continuar ligado ao Museu do Cinema como subdirector, cargo que desempenhava até ao afastamento por doença do anterior director.
Licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras de Lisboa, Maria João Seixas sempre esteve ligada à cultura, tendo na década de 1970 colaborado com a RTP como autora e apresentadora de programas dentro desta área.
No capítulo do cinema a jornalista colaborou na escrita de alguns argumentos do realizador Fernando Lopes, com quem esteve casada, foi co-autora do filme «Lissabon, Wuppertal, Lisboa» sobre a coreógrafa Pina Bausch e colaborou num documentário recente sobre Luísa Todi produzido pela Midas Filmes para a RTP2.
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Capitalismo: Uma História de Amor, de Michael Moore (2009)
Michael Moore está de volta com os seus documentários de guerrilha. Depois das armas, da Administração Bush, do sistema de saúde dos EUA o alvo escolhido foi o Capitalismo. Partindo da crise de mercados nascida no final do Verão de 2008, Michael Moore resolveu ir questionar quem lhe convém (como sempre, apesar de quem devia responder às suas perguntas raramente oferece o peito às balas) para tentar descobrir o que aconteceu nos últimos anos ao dinheiro dos EUA.
E como é hábito nos filmes do realizador do Michigan, os tiros vão sendo disparados em todas as direcções para que o seu alvo seja considerado o demónio. Nem que para isso seja preciso invocar Jesus Cristo ou padres e bispos para explicar que o Capitalismo é perverso. Como por exemplo quando Michael Moore monta imagens de um filme sobre a vida de Jesus para lhe colocar na boca mensagens em favor do Capitalismo. Genial a cena em que um homem à beira da morte pede ajuda a Jesus Cristo e este lhe diz que não pode fazer nada pelo que deve do passado.
Mas desta vez penso que Michael Moore consegue ter um trabalho melhor do que no anterior «Sicko». Apesar de continuar a dar apenas só um lado da questão (por exemplo, quando vai para a porta do Congresso apenas fala com membros dos democratas - também não sabemos se tentou ouvir ou não os republicanos), em «Capitalismo: Uma História de Amor», o realizador pareceu-me menos arrogante do que no anterior.
E uma vez mais encontramos histórias que nos deixam completamente de boca aberta. Se em «Bowling For Columbine» fiquei pasmado porque um dos jovens entrevistados estava chateado porque não era o primeiro mais perigoso da turma (mesmo tendo um bidão de napalm no quintal), desta vez ficamos a saber que algumas empresas norte-americanas fazem seguros de vida aos seus funcionários para receberem dinheiro. Em alguns casos milhões de dólares, sem que as famílias saibam.
Penso que nesta altura em que se vivem tempos demasiado complexos esta 'história de amor' vem mostrar um pouco como funciona o capitalismo sem regras. Concorde-se ou não com as ideias e métodos de Michael Moore, é sempre bom descobrir aspectos bastante sérios do mundo actual de uma forma irónica e de certa forma divertida. O problema é que estas coisas acontecem na realidade.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
E como é hábito nos filmes do realizador do Michigan, os tiros vão sendo disparados em todas as direcções para que o seu alvo seja considerado o demónio. Nem que para isso seja preciso invocar Jesus Cristo ou padres e bispos para explicar que o Capitalismo é perverso. Como por exemplo quando Michael Moore monta imagens de um filme sobre a vida de Jesus para lhe colocar na boca mensagens em favor do Capitalismo. Genial a cena em que um homem à beira da morte pede ajuda a Jesus Cristo e este lhe diz que não pode fazer nada pelo que deve do passado.
Mas desta vez penso que Michael Moore consegue ter um trabalho melhor do que no anterior «Sicko». Apesar de continuar a dar apenas só um lado da questão (por exemplo, quando vai para a porta do Congresso apenas fala com membros dos democratas - também não sabemos se tentou ouvir ou não os republicanos), em «Capitalismo: Uma História de Amor», o realizador pareceu-me menos arrogante do que no anterior.
E uma vez mais encontramos histórias que nos deixam completamente de boca aberta. Se em «Bowling For Columbine» fiquei pasmado porque um dos jovens entrevistados estava chateado porque não era o primeiro mais perigoso da turma (mesmo tendo um bidão de napalm no quintal), desta vez ficamos a saber que algumas empresas norte-americanas fazem seguros de vida aos seus funcionários para receberem dinheiro. Em alguns casos milhões de dólares, sem que as famílias saibam.
Penso que nesta altura em que se vivem tempos demasiado complexos esta 'história de amor' vem mostrar um pouco como funciona o capitalismo sem regras. Concorde-se ou não com as ideias e métodos de Michael Moore, é sempre bom descobrir aspectos bastante sérios do mundo actual de uma forma irónica e de certa forma divertida. O problema é que estas coisas acontecem na realidade.
Nota: 4/5
Site oficial do filme
Tom Waits será um Hobbit?
É esta a pergunta que surge no The Guardian. Segundo refere o diário britânico, o cantor norte-americano poderá vir a interpretar um papel na adaptação de «Hobbit», uma obra em duas partes que está a ser preparada por Guillermo del Toro, cujas filmagens arrancam no início do próximo ano.
Caso se confirme a presença de Tom Waits no elenco da prequela da trilogia «O Senhor dos Anéis», esta tornar-se-á a mais recente participação do cantor na Sétima Arte, depois de ter entrado em filmes de Terry Gilliam, Robert Altman ou Jim Jarmusch, recorda o The Guardian.
Caso se confirme a presença de Tom Waits no elenco da prequela da trilogia «O Senhor dos Anéis», esta tornar-se-á a mais recente participação do cantor na Sétima Arte, depois de ter entrado em filmes de Terry Gilliam, Robert Altman ou Jim Jarmusch, recorda o The Guardian.
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Steve McQueen filme vida de Fela Kuti
A Focus Features vai produzir um filme baseado na vida e obra do músico africano Fela Kuti, figura charneira do movimento afrobeat, género musical que mistura jazz, funk e música africana. Na cadeira do realizador vai estar Steve McQueen, o artista britânico que se estreou recentemente com «Fome», obra sobre as greves de fome dos prisioneiros do IRA nos anos 1970.
De acordo com a Variety o filme terá como título «Fela» e vai narrar a vida de Fela Kuti como músico e activista. O argumento vai ser escrito em parceria com Biyi Bandele a partir do livro «Fela: The Life and Times of an African Musical Icon», de Michael Veal.
Em declarações à publicação um executivo da Focus revelou que o filme não terá qualquer relação com um musical que está em cena na Broadway dedicado a Fela Kuti. Para James Schamus, «o espectáculo da Broadway é puro entretenimento, mas a visão de Steve e de Biyi é muito cinemática e distinta. Fela era uma figura revolucionária na cultura mundial e o Steve é um artista que teve uma visão forte sobre a política e o mundo antes de ter feito o seu primeiro filme».
De acordo com a Variety o filme terá como título «Fela» e vai narrar a vida de Fela Kuti como músico e activista. O argumento vai ser escrito em parceria com Biyi Bandele a partir do livro «Fela: The Life and Times of an African Musical Icon», de Michael Veal.
Em declarações à publicação um executivo da Focus revelou que o filme não terá qualquer relação com um musical que está em cena na Broadway dedicado a Fela Kuti. Para James Schamus, «o espectáculo da Broadway é puro entretenimento, mas a visão de Steve e de Biyi é muito cinemática e distinta. Fela era uma figura revolucionária na cultura mundial e o Steve é um artista que teve uma visão forte sobre a política e o mundo antes de ter feito o seu primeiro filme».
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Banda Sonora: Shadowplay, de Joy Division
A banda sonora da semana é «Shadowplay» dos Joy Division, a pretexto da projecção do filme «Control» na Cinemateca, no próximo dia 10 às 19h30, no âmbito da rubrica 'o que eu quero ver'.
A música escolhida é a mesma que surge no final do excelente filme, numa boa versão pelos The Killers, talvez a mais conhecida por quem tenha visto o filme e não conheça a carreira da banda. Realizado por Anton Corbijn, «Control» foi um dos melhores do ano passado e retrata a vida e obra de Ian Curtis, um dos grandes músicos e compositores do século passado, que infelizmente não conseguiu viver mais mas continua a influenciar diversas bandas actualmente.
No vídeo encontramos uma das suas aparições na televisão britânica. Que a lenda perdure e continuemos a ouvir o grande legado que os Joy Division nos deixaram.
A música escolhida é a mesma que surge no final do excelente filme, numa boa versão pelos The Killers, talvez a mais conhecida por quem tenha visto o filme e não conheça a carreira da banda. Realizado por Anton Corbijn, «Control» foi um dos melhores do ano passado e retrata a vida e obra de Ian Curtis, um dos grandes músicos e compositores do século passado, que infelizmente não conseguiu viver mais mas continua a influenciar diversas bandas actualmente.
No vídeo encontramos uma das suas aparições na televisão britânica. Que a lenda perdure e continuemos a ouvir o grande legado que os Joy Division nos deixaram.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Sundance anuncia filmes em competição
Foram anunciados os nomes dos filmes que serão apresentados na próxima edição do Festival de Cinema de Sundance, um dos maiores do mundo dedicados ao cinema independente e de onde têm saído todos os anos grandes surpresas. Em competição estão quatro categorias: melhor ficção dos EUA, melhor documentário dos EUA, melhor ficção internacional e melhor documentário internacional.
De acordo com a organização na edição de 2010 do evento vão ser projectados 112 filmes oriundos de 39 países, alguns dos quais terão estreia mundial em Sundance. Uma das curiosidades na secção de competição de ficção dos EUA é a presença de «Sympathy for Delicious», a estreia na realização do actor Mark Ruffalo, que também interpreta uma das personagens, ao lado de nomes como Orlando Bloom, Juliette Lewis ou Laura Linney.
Na secção de documentário internacional destaque para a presença de Ken Wardrop, o realizador irlandês que tem sido presença assídua no festival IndieLisboa, que apresenta o seu mais recente filme, «His & Hers», que passou na última edição do festival lisboeta. Nesta secção irá também passar «Secrets of the Tribe», um documentário de José Padilha, realizador brasileiro de «Tropa de Elite», sobre a situação das populações indígenas da região da Amazónia.
Na secção de ficção internacional há lugar para filmes dos quatro cantos do mundo, de países como Espanha («Yo, También», de Álvaro Pastor e Antonio Naharro), Índia («Peepli Live», de Anusha Rizvi), Iraque («Son of Babylon», de Mohamed Al Daradji) ou Bolívia («Zona Sur», de Juan Carlos Valdivia).
Mais informações sobre o festival aqui.
De acordo com a organização na edição de 2010 do evento vão ser projectados 112 filmes oriundos de 39 países, alguns dos quais terão estreia mundial em Sundance. Uma das curiosidades na secção de competição de ficção dos EUA é a presença de «Sympathy for Delicious», a estreia na realização do actor Mark Ruffalo, que também interpreta uma das personagens, ao lado de nomes como Orlando Bloom, Juliette Lewis ou Laura Linney.
Na secção de documentário internacional destaque para a presença de Ken Wardrop, o realizador irlandês que tem sido presença assídua no festival IndieLisboa, que apresenta o seu mais recente filme, «His & Hers», que passou na última edição do festival lisboeta. Nesta secção irá também passar «Secrets of the Tribe», um documentário de José Padilha, realizador brasileiro de «Tropa de Elite», sobre a situação das populações indígenas da região da Amazónia.
Na secção de ficção internacional há lugar para filmes dos quatro cantos do mundo, de países como Espanha («Yo, También», de Álvaro Pastor e Antonio Naharro), Índia («Peepli Live», de Anusha Rizvi), Iraque («Son of Babylon», de Mohamed Al Daradji) ou Bolívia («Zona Sur», de Juan Carlos Valdivia).
Mais informações sobre o festival aqui.
A Golpada, de George Roy Hill (1973)
«A Golpada», realizado em 1973, foi um dos grandes sucessos de bilheteira de George Roy Hill. Grande parte do sucesso desta fita resulta da junção de Paul Newman e Robert Redford quatro anos depois de terem formado dupla em «Dois Homens e Um Destino», assinado pelo mesmo cineasta.
Em «A Golpada» os dois mitos do cinema interpretam dois criminosos com um gosto especial pela organização de golpes para enganarem quem lhes atravessa pela frente. No centro do filme está Johnny Hooker (Robert Redford), um aprendiz que depois de ver morrer um veterano com quem fazia dupla pede ajuda a Henry Gondorff (Paul Newman) para se vingar do responsável pelo assassinato do seu companheiro, o mafioso Doyle Lonnegan (Robert Shaw).
O filme, ambientado em 1936 em plena Grande Depressão, mostra-nos o desenvolvimento do plano do golpe com o qual irão enganar Lonnegan, desde que Hooker chega a casa de Gondorff até à sua conclusão. Para tal George Roy Hill conseguiu recriar, com uma boa ajuda da fotografia, os ambientes mais mal afamados da Chicago dos anos 1930, apresentando um conjunto de pequenos criminosos que se juntam para se vingarem da morte de um dos seus, por sinal bastante popular pois todos querem participar na golpada. Bares, casas de apostas clandestinas situadas em becos escuros e polícias corruptos, está lá tudo.
«A Golpada» é um bom entretenimento e a dupla de bons actores que encabeçam o elenco faz a diferença. Daí não ser de estranhar a sua popularidade na altura. Neste caso penso que Robert Redford está melhor no papel de 'aprendiz de feiticeiro', até porque é a sua personagem que está no centro da acção, relegando para um segundo plano Paul Newman, que não deixa de ter aqui uma boa interpretação.
Já no final aquela bela reviravolta acaba por ficar sempre bem neste género de filmes.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
Em «A Golpada» os dois mitos do cinema interpretam dois criminosos com um gosto especial pela organização de golpes para enganarem quem lhes atravessa pela frente. No centro do filme está Johnny Hooker (Robert Redford), um aprendiz que depois de ver morrer um veterano com quem fazia dupla pede ajuda a Henry Gondorff (Paul Newman) para se vingar do responsável pelo assassinato do seu companheiro, o mafioso Doyle Lonnegan (Robert Shaw).
O filme, ambientado em 1936 em plena Grande Depressão, mostra-nos o desenvolvimento do plano do golpe com o qual irão enganar Lonnegan, desde que Hooker chega a casa de Gondorff até à sua conclusão. Para tal George Roy Hill conseguiu recriar, com uma boa ajuda da fotografia, os ambientes mais mal afamados da Chicago dos anos 1930, apresentando um conjunto de pequenos criminosos que se juntam para se vingarem da morte de um dos seus, por sinal bastante popular pois todos querem participar na golpada. Bares, casas de apostas clandestinas situadas em becos escuros e polícias corruptos, está lá tudo.
«A Golpada» é um bom entretenimento e a dupla de bons actores que encabeçam o elenco faz a diferença. Daí não ser de estranhar a sua popularidade na altura. Neste caso penso que Robert Redford está melhor no papel de 'aprendiz de feiticeiro', até porque é a sua personagem que está no centro da acção, relegando para um segundo plano Paul Newman, que não deixa de ter aqui uma boa interpretação.
Já no final aquela bela reviravolta acaba por ficar sempre bem neste género de filmes.
Nota: 4/5
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sábado, 5 de dezembro de 2009
Marie Antoinette, de Sofia Coppola (2006)
Temo que esta crítica provoque alguma polémica, mas julgo que isso é o que traz piada a estas coisas. Tudo porque para ser sincero não achei o filme «Marie Antoinette», de Sofia Coppola, nada de especial. Isto apesar de praticamente toda a gente que conheço o considerar um bom filme.
Só hoje é que tive oportunidade de o ver depois de várias tentativas falhadas. «Marie Antoinette» relata a vida de Maria Antonieta (Kirsten Dunst, num dos seus grandes papéis), personalidade que ficaria para a História como a última rainha de França por ser casada com Luís XVI (Jason Schwartzman). O filme centra-se apenas na estadia de Maria Antonieta na corte de Versalhes, um sítio estupidamente luxuoso para a situação em que se vivia no país à época e que culminou na Revolução Francesa.
Foi precisamente no verdadeiro palácio de Versalhes que grande parte do filme foi filmado (e bem, note-se) por Sofia Coppola, que resolveu tornar a história bastante original, acrescentando alguns toques de modernidade, com especial destaque na banda sonora por onde passam nomes como os New Order ou The Strokes. Também por lá se vê de fugida um par de All Stars (é preciso estar muito atento e quem não souber que ele está lá não o vê), mas essa cena a mim parece-me mais uma provocação.
Toda esta originalidade cai bem e a representação dos rituais da corte francesa, que Maria Antonieta a certa altura define mesmo como ridículos deixando as damas bastante chocadas, está muito bem conseguida. Desde à roupa, passando pela caracterização e os próprios cenários, tudo parece estar no sítio certo.
Mas fora isso, este «Marie Antoinette» parece um filme normal, na minha opinião sem contextualizar muito bem a situação histórica (apesar de esse talvez não ser o objectivo principal do filme). Confesso que também não sei como é que o filme poderia ser melhor. Talvez a vida de Maria Antonieta na corte de Versalhes não tivesse muito por onde pegar, a não ser mostrar como é chato para uma jovem vinda da Áustria com a missão de salvar dois reinos viver aprisionada no gigantesco palácio de Versalhes. Como às tantas questiona Luís XVI, para quê ir a Paris (onde as coisas não seriam tão cor de rosa) quando se tem tudo em Versalhes. A verdade é que ambas as cabeças acabaram por cair precisamente na cidade luz.
Para os fãs do filme, recomendo vivamente o site, está muito bem conseguido.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
Só hoje é que tive oportunidade de o ver depois de várias tentativas falhadas. «Marie Antoinette» relata a vida de Maria Antonieta (Kirsten Dunst, num dos seus grandes papéis), personalidade que ficaria para a História como a última rainha de França por ser casada com Luís XVI (Jason Schwartzman). O filme centra-se apenas na estadia de Maria Antonieta na corte de Versalhes, um sítio estupidamente luxuoso para a situação em que se vivia no país à época e que culminou na Revolução Francesa.
Foi precisamente no verdadeiro palácio de Versalhes que grande parte do filme foi filmado (e bem, note-se) por Sofia Coppola, que resolveu tornar a história bastante original, acrescentando alguns toques de modernidade, com especial destaque na banda sonora por onde passam nomes como os New Order ou The Strokes. Também por lá se vê de fugida um par de All Stars (é preciso estar muito atento e quem não souber que ele está lá não o vê), mas essa cena a mim parece-me mais uma provocação.
Toda esta originalidade cai bem e a representação dos rituais da corte francesa, que Maria Antonieta a certa altura define mesmo como ridículos deixando as damas bastante chocadas, está muito bem conseguida. Desde à roupa, passando pela caracterização e os próprios cenários, tudo parece estar no sítio certo.
Mas fora isso, este «Marie Antoinette» parece um filme normal, na minha opinião sem contextualizar muito bem a situação histórica (apesar de esse talvez não ser o objectivo principal do filme). Confesso que também não sei como é que o filme poderia ser melhor. Talvez a vida de Maria Antonieta na corte de Versalhes não tivesse muito por onde pegar, a não ser mostrar como é chato para uma jovem vinda da Áustria com a missão de salvar dois reinos viver aprisionada no gigantesco palácio de Versalhes. Como às tantas questiona Luís XVI, para quê ir a Paris (onde as coisas não seriam tão cor de rosa) quando se tem tudo em Versalhes. A verdade é que ambas as cabeças acabaram por cair precisamente na cidade luz.
Para os fãs do filme, recomendo vivamente o site, está muito bem conseguido.
Nota: 3/5
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sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Iguana, de Monte Hellman (1988)
A minha teoria confirma-se, em parte. Quando Monte Hellman se aventura por géneros cinematográficos mais originais assina boas obras. Quando opta por géneros mais tradicionais falha redondamente. Já tinha reparado quando vi «A Estrada Não Tem Fim» e confirmei hoje com este «Iguana», um filme marítimo que tenta passar por filme de piratas mas não consegue.
A iguana que dá título ao filme não é um réptil mas a alcunha do arpoeiro Oberlus (Everett McGill) que se dedica ao culto da magia negra e é maltratado pela tripulação do seu navio, que o deixam desfigurado depois de uma sessão de tortura, na sequência da qual foge para uma ilha deserta. Nesta ilha Iguana cria o seu reino e declara guerra à Humanidade pelo mal que lhe tem causado. E é nessa guerra que vai fazendo escravos todos os que têm o azar de ir parar à ilha, onde também cria as leis à sua medida.
Começa com um antigo companheiro de mar (um Michael Madsen a dar os primeiros passos no cinema, mas com uma prestação muito pobre) que se torna o seu lugar tenente mais tarde, depois são três náufragos e uma mulher que Iguana faz sua 'esposa' à força (Maru Valdivielso), violando-a sempre que pode, acabando por a engravidar. Esta gravidez terá um grande papel no final do filme.
Pelo meio Iguana rapta o seu antigo comandante (Fabio Testi) que tinha resolvido passar pela ilha na tentativa de o matar. Durante a sua estadia na ilha do Iguana tenta fugir, mas acaba por morrer numa luta com o seu rival. Luta essa que está bem longe dos clássicos espadachins.
Além dos belos cenários, cuja localização não é desvendada na ficha técnica mas calculo que sejam paisagens espanholas, visto que o filme é uma produção do nosso país vizinho, pouco se retira deste «Iguana». As personagens não têm grande profundidade e são algo caricaturais, o argumento muito pobre.
Mas é sempre curioso ver a presença de Michael Madsen, o mesmo que teve uma genial prestação como Mr. Blonde em «Cães Danados», de Quentin Tarantino. E a falar espanhol, pois a cópia que passou no ciclo da Cinemateca dedicado a Monte Hellman é dobrada em castelhano.
Nota: 1/5
Site do filme no IMDB
A iguana que dá título ao filme não é um réptil mas a alcunha do arpoeiro Oberlus (Everett McGill) que se dedica ao culto da magia negra e é maltratado pela tripulação do seu navio, que o deixam desfigurado depois de uma sessão de tortura, na sequência da qual foge para uma ilha deserta. Nesta ilha Iguana cria o seu reino e declara guerra à Humanidade pelo mal que lhe tem causado. E é nessa guerra que vai fazendo escravos todos os que têm o azar de ir parar à ilha, onde também cria as leis à sua medida.
Começa com um antigo companheiro de mar (um Michael Madsen a dar os primeiros passos no cinema, mas com uma prestação muito pobre) que se torna o seu lugar tenente mais tarde, depois são três náufragos e uma mulher que Iguana faz sua 'esposa' à força (Maru Valdivielso), violando-a sempre que pode, acabando por a engravidar. Esta gravidez terá um grande papel no final do filme.
Pelo meio Iguana rapta o seu antigo comandante (Fabio Testi) que tinha resolvido passar pela ilha na tentativa de o matar. Durante a sua estadia na ilha do Iguana tenta fugir, mas acaba por morrer numa luta com o seu rival. Luta essa que está bem longe dos clássicos espadachins.
Além dos belos cenários, cuja localização não é desvendada na ficha técnica mas calculo que sejam paisagens espanholas, visto que o filme é uma produção do nosso país vizinho, pouco se retira deste «Iguana». As personagens não têm grande profundidade e são algo caricaturais, o argumento muito pobre.
Mas é sempre curioso ver a presença de Michael Madsen, o mesmo que teve uma genial prestação como Mr. Blonde em «Cães Danados», de Quentin Tarantino. E a falar espanhol, pois a cópia que passou no ciclo da Cinemateca dedicado a Monte Hellman é dobrada em castelhano.
Nota: 1/5
Site do filme no IMDB
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Maru Valdivielso,
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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Zero em Comportamento traz Brillante Mendoza a Lisboa
A associação Zero em Comportamento vai organizar em Janeiro de 2010, entre os dias 20 e 23, uma retrospectiva dedicada ao realizador filipino Brillante Mendoza, que tem deixado algumas marcas nos grandes festivais de cinema por onde tem passado e permanece desconhecido em Portugal.
O ciclo dedicado ao cineasta das Filipinas engloba oito longas metragens e segundo a associação é «a mais completa até à data» deste realizador, que se estreou já depois dos seus 40 anos. Além da projecção de filmes de Brillante Mendoza a Zero em Comportamento vai trazer a Lisboa o realizador para apresentar as sessões e conduzir uma masterclass de acesso livre, com a ajuda do seu produtor Ferdinand Lapuz, sobre produção e realização de cinema independente nas Filipinas, destinada a estudantes de cinema e jovens profissionais da área.
Mais informações aqui.
O ciclo dedicado ao cineasta das Filipinas engloba oito longas metragens e segundo a associação é «a mais completa até à data» deste realizador, que se estreou já depois dos seus 40 anos. Além da projecção de filmes de Brillante Mendoza a Zero em Comportamento vai trazer a Lisboa o realizador para apresentar as sessões e conduzir uma masterclass de acesso livre, com a ajuda do seu produtor Ferdinand Lapuz, sobre produção e realização de cinema independente nas Filipinas, destinada a estudantes de cinema e jovens profissionais da área.
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Veneno de Cobra, de Michael Curtiz (1955)
Ao contrário do que pode parecer pelo título em português «Veneno de Cobra» («We're No Angels» no original) não é um filme sobre espécies animais exóticas. Exótico só mesmo o cenário desta comédia de Natal com um humor negro q.b. realizada por Michael Curtiz e que nos faz pensar que as comédias mais simples por vezes são as melhores.
Ambientado na célebre Ilha do Diabo, uma colónia penal de França que seria mais tarde o cenário de «Papillon», de Franklin J. Schaffner, «Veneno de Cobra» segue as desventuras de três criminosos e uma cobra que se evadiram da prisão na véspera de Natal e tentam regressar à pátria amada depois do exílio forçado. O problema é quando por acaso roubam uma carta que tem de ser entregue a um comerciante da colónia e começam a magicar um plano para obter algo em troca.
Esta tripla, interpretada por três grandes actores (Aldo Ray, Peter Ustinov e Humphrey Bogart, este último num registo a que estamos pouco habituados a ver), acaba por se deparar com uma família em apuros a braços com a chegada iminente de um primo, que lhes deu a oportunidade de gerirem o negócio na colónia. E quando o primo descobrir que nem tudo corre bem, temem o pior.
Mas antes da chegada do familiar, há tempo para uma ceia de Natal digna das melhores refeições natalícias, preparada pelos três criminosos e com muitas artimanhas à mistura. Até ao final de «Veneno de Cobra», vamos assistindo às artimanhas dos três criminosos aparentemente arrependidos com muitos diálogos com vários sentidos, o que faz brilhar esta comédia com espírito de Natal.
E recorrendo praticamente a um só cenário, a loja/casa da família Ducotel, esta comédia cumpre o seu papel, com boa disposição garantida, em grande parte pela conjugação da presença de três grandes actores que estão no centro do argumento, escrito por Ranald MacDougall com base numa peça de teatro original de Albert Husson.
Mais tarde em 1989 esta história foi revisitada outra vez por Neil Jordan, no filme «Ninguém é Santo», protagonizado por Robert De Niro, Sean Penn e Demi Moore.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
Ambientado na célebre Ilha do Diabo, uma colónia penal de França que seria mais tarde o cenário de «Papillon», de Franklin J. Schaffner, «Veneno de Cobra» segue as desventuras de três criminosos e uma cobra que se evadiram da prisão na véspera de Natal e tentam regressar à pátria amada depois do exílio forçado. O problema é quando por acaso roubam uma carta que tem de ser entregue a um comerciante da colónia e começam a magicar um plano para obter algo em troca.
Esta tripla, interpretada por três grandes actores (Aldo Ray, Peter Ustinov e Humphrey Bogart, este último num registo a que estamos pouco habituados a ver), acaba por se deparar com uma família em apuros a braços com a chegada iminente de um primo, que lhes deu a oportunidade de gerirem o negócio na colónia. E quando o primo descobrir que nem tudo corre bem, temem o pior.
Mas antes da chegada do familiar, há tempo para uma ceia de Natal digna das melhores refeições natalícias, preparada pelos três criminosos e com muitas artimanhas à mistura. Até ao final de «Veneno de Cobra», vamos assistindo às artimanhas dos três criminosos aparentemente arrependidos com muitos diálogos com vários sentidos, o que faz brilhar esta comédia com espírito de Natal.
E recorrendo praticamente a um só cenário, a loja/casa da família Ducotel, esta comédia cumpre o seu papel, com boa disposição garantida, em grande parte pela conjugação da presença de três grandes actores que estão no centro do argumento, escrito por Ranald MacDougall com base numa peça de teatro original de Albert Husson.
Mais tarde em 1989 esta história foi revisitada outra vez por Neil Jordan, no filme «Ninguém é Santo», protagonizado por Robert De Niro, Sean Penn e Demi Moore.
Nota: 4/5
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Crítica,
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Peter Ustinov
Em Cartaz: 03/12/2009
Actividade Paranormal, de Oren Peli
A Nova Vida do Senhor O'Horten, de Bent Hamer
Coco Chanel e Igor Stravinsky, de Jan Kounen
Planeta 51, de Jorge Blanco e Javier Abad
Terapia para Casais, de Peter Billingsley
Uma Aventura na Casa Assombrada, de Carlos Coelho da Silva
A Nova Vida do Senhor O'Horten, de Bent Hamer
Coco Chanel e Igor Stravinsky, de Jan Kounen
Planeta 51, de Jorge Blanco e Javier Abad
Terapia para Casais, de Peter Billingsley
Uma Aventura na Casa Assombrada, de Carlos Coelho da Silva
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