«A Última Sessão» deseja a todos os seus leitores um excelente 2012 e com grandes filmes como este. («O Grande Salto», dos Irmãos Coen)
sábado, 31 de dezembro de 2011
sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
Os melhores do ano (estreias)
Na semana passada revelei aqui uma lista dos melhores filmes, recentes ou nem por isso, que tive de oportunidade de ver pela primeira vez este ano. Hoje é a vez de desvendar a lista dos filmes estreados em sala, independentemente do ano, que mais gostei de ver. Faltaram ver alguns 'obrigatórios' («48», «Banksy - Pinta a Parede», «Pequenas Mentiras Entre Amigos», «Eu Vi o Diabo», «Um Dia», «O Barão», «Fora de Jogo», «Isto Não é um Filme», «Histórias de Xangai», «Temos Papa», «Uma Separação», «A Toupeira» e «Diário a Rum», foram os filmes que mais pena tive de não ter visto em sala), que decerto poderiam ter um lugar nesta lista que, como qualquer uma, não é absoluta. É apenas uma lista pessoal e não tem como objectivo ser consensual. Ei-la então:
1 - Um Ano Mais, de Mike Leigh
2 - Os Gatos Persas, de Bahman Ghobadi
3 - O Código Base, de Duncan Jones
4 - Autobiografia de Nicolae Ceausescu, de Andrei Ujica
5 - Submarino, de Richard Ayoade
6 - Tournée - Em Digressão, de Mathieu Amalric
7 - Exército Vermelho Unido, de Kôji Wakamatsu
8 - Inquietos, de Gus Van Sant
9 - Road to Nowhere - Sem Destino, de Monte Hellman
10 - Essential Killing - Matar Para Viver, de Jerzy Skolimowski
11 - Poesia, de Lee Chang-dong
12 - Assim é o Amor, de Mike Mills
13 - Rubber - Pneu, de Quentin Dupieux
14 - Meia Noite Em Paris, de Woody Allen
15 - O Atalho, de Kelly Reichardt
16 - A Minha Alegria, de Sergei Loznitsa
17 - Sangue do Meu Sangue, de João Canijo
18 - O Hospício, de John Carpenter
19 - Mel, de Semih Kaplanoglu
20 - América, de João Nuno Pinto
1 - Um Ano Mais, de Mike Leigh
2 - Os Gatos Persas, de Bahman Ghobadi
3 - O Código Base, de Duncan Jones
4 - Autobiografia de Nicolae Ceausescu, de Andrei Ujica
5 - Submarino, de Richard Ayoade
6 - Tournée - Em Digressão, de Mathieu Amalric
7 - Exército Vermelho Unido, de Kôji Wakamatsu
8 - Inquietos, de Gus Van Sant
9 - Road to Nowhere - Sem Destino, de Monte Hellman
10 - Essential Killing - Matar Para Viver, de Jerzy Skolimowski
11 - Poesia, de Lee Chang-dong
12 - Assim é o Amor, de Mike Mills
13 - Rubber - Pneu, de Quentin Dupieux
14 - Meia Noite Em Paris, de Woody Allen
15 - O Atalho, de Kelly Reichardt
16 - A Minha Alegria, de Sergei Loznitsa
17 - Sangue do Meu Sangue, de João Canijo
18 - O Hospício, de John Carpenter
19 - Mel, de Semih Kaplanoglu
20 - América, de João Nuno Pinto
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Em Cartaz: Semana 29/12/2011
Apollo 18, Missão Proibida, de Gonzalo López-Gallego
Bruna Surfistinha - O Doce Veneno do Escorpião, de Marcus Baldini
O Rebelde Salvador, de Marc Forster
Enterrado, de Rodrigo Cortés
O Deus da Carnificina, de Roman Polanski
Justiça, de Roger Donaldson
Bruna Surfistinha - O Doce Veneno do Escorpião, de Marcus Baldini
O Rebelde Salvador, de Marc Forster
Enterrado, de Rodrigo Cortés
O Deus da Carnificina, de Roman Polanski
Justiça, de Roger Donaldson
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
E a história repete-se...
Filme português mais visto leva 20 mil ao cinema
"Nos tempos que correm é uma notícia maravilhosa", diz João Canijo sobre os 20 mil espectadores que foram ver Sangue do Meu Sangue , aludindo ao facto de o número de entradas estar em queda. "No futuro não sabemos se vamos fazer filmes."
"Nos tempos que correm é uma notícia maravilhosa", diz João Canijo sobre os 20 mil espectadores que foram ver Sangue do Meu Sangue , aludindo ao facto de o número de entradas estar em queda. "No futuro não sabemos se vamos fazer filmes."
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Sedutora Tentação, de Edward Norton (2000)
No final dos anos 1990 e início dos anos 2000 Edward Norton chegou a ser considerado por muitos como um dos melhores actores da sua geração. Apesar de nos últimos anos ter escolhido papéis de menos relevo, é inegável o talento que colocou num bom punhado de interpretações naquela altura. Voltando a essa época, foi no ano 2000 que Edward Norton assinou aquele que é, até à data, o seu único filme enquanto realizador. E o resultado não é o melhor, apesar de uma boa premissa inicial.
«Sedutora Tentação» é a história de dois melhores amigos, um padre (Edward Norton) e outro rabino (Ben Stiller), que vão ter de controlar os sentimentos de amizade e amor quando uma amiga de infância dos dois (Jenna Elfman), com quem formavam um trio inseparável, regressa a Nova Iorque vários anos depois. O problema é que os dois acabam por se apaixonar ao mesmo tempo por Anna e os problemas surgem quando se apercebem disso. Se o rabino Jake aproveita para andar com Anna, mas sem assumir abertamente a relação com receio das reacções da comunidade e do próprio amigo, o padre Brian esconde o sentimento e torna-se o melhor amigo e confidente de Anna, pensando que ela também gosta dele.
É no meio destes desencontros que Edward Norton conta a história de «Sedutora Tentação», um filme que falha como comédia romântica, pois os gags simplesmente não funcionam, e como filme um pouco mais sério, que podia aproveitar e explorar melhor as questões da religião que envolvem as duas personagens principais, mas nunca consegue. As próprias interpretações dos actores por vezes parecem pouco à vontade em algumas cenas. A experiência talvez tenha servido de lição ao actor para não voltar a sentar-se na cadeira de realizador.
Nota: 2/5
Site do filme no IMDB
«Sedutora Tentação» é a história de dois melhores amigos, um padre (Edward Norton) e outro rabino (Ben Stiller), que vão ter de controlar os sentimentos de amizade e amor quando uma amiga de infância dos dois (Jenna Elfman), com quem formavam um trio inseparável, regressa a Nova Iorque vários anos depois. O problema é que os dois acabam por se apaixonar ao mesmo tempo por Anna e os problemas surgem quando se apercebem disso. Se o rabino Jake aproveita para andar com Anna, mas sem assumir abertamente a relação com receio das reacções da comunidade e do próprio amigo, o padre Brian esconde o sentimento e torna-se o melhor amigo e confidente de Anna, pensando que ela também gosta dele.
É no meio destes desencontros que Edward Norton conta a história de «Sedutora Tentação», um filme que falha como comédia romântica, pois os gags simplesmente não funcionam, e como filme um pouco mais sério, que podia aproveitar e explorar melhor as questões da religião que envolvem as duas personagens principais, mas nunca consegue. As próprias interpretações dos actores por vezes parecem pouco à vontade em algumas cenas. A experiência talvez tenha servido de lição ao actor para não voltar a sentar-se na cadeira de realizador.
Nota: 2/5
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Jenna Elfman
domingo, 25 de dezembro de 2011
Top Wes Anderson
Nunca tive grande hábito de criar tops de realizadores. A verdade é que são poucos os cineastas que tenha visto a obra completa. Mas, como tudo na vida, há sempre uma primeira vez para tudo. E o primeiro top de um realizador aqui no «A Última Sessão» vai ser dedicado a um dos meus realizadores preferidos da actualidade e muito provavelmente de sempre. Eis o meu top de Wes Anderson.
Os Tenembaus - Uma Comédia Genial
Gostam Todos da Mesma
The Darjeeling Limited
O Fantástico Senhor Raposo
Roda Livre
sábado, 24 de dezembro de 2011
Aonde É Que Pára a Polícia, de David Zucker (1988)
Este não é propriamente um filme para a temporada natalícia, se é que existem filmes adequados para diferentes épocas do ano. Fruto da imaginação da tripla ZAZ (David Zucker, Jim Abrahams e Jerry Zucker), «Aonde É Que Pára a Polícia» foi a primeira de três adaptações cinematográficas de uma série de televisão do início dos anos 1980 chamada «Police Squad», uma sátira às séries e filmes policiais da altura, que apesar de ter tido algum sucesso apenas teve direito a seis episódios. O que a ajudou a tornar uma daquelas séries de culto.
Tudo em «Aonde É Que Pára a Polícia», do primeiro ao último frame, é puro non sense. Desde a luta inicial, onde o protagonista Frank Drebin (Leslie Nielsen) desanca em todos os ditadores e mais algum que estão reunidos para planear um ataque aos EUA, até à cena final onde o pobre Nordberg (O.J. Simpson) volta a ser o saco de pancada favorito do filme. E é isso que faz deste filme uma daquelas comédias que nos faz rir com as coisas mais parvas possíveis e imaginárias e com grandes tiradas. Não é que esta possa ser considerada a melhor comédia de sempre, mas se estivermos com espírito para tal, garante grandes gargalhadas. O que até foi o caso, noutras alturas talvez achasse isto uma idiotice pegada.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
Tudo em «Aonde É Que Pára a Polícia», do primeiro ao último frame, é puro non sense. Desde a luta inicial, onde o protagonista Frank Drebin (Leslie Nielsen) desanca em todos os ditadores e mais algum que estão reunidos para planear um ataque aos EUA, até à cena final onde o pobre Nordberg (O.J. Simpson) volta a ser o saco de pancada favorito do filme. E é isso que faz deste filme uma daquelas comédias que nos faz rir com as coisas mais parvas possíveis e imaginárias e com grandes tiradas. Não é que esta possa ser considerada a melhor comédia de sempre, mas se estivermos com espírito para tal, garante grandes gargalhadas. O que até foi o caso, noutras alturas talvez achasse isto uma idiotice pegada.
Nota: 4/5
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Jim Abrahams,
Leslie Nielsen,
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Os Melhores filmes vistos em 2011
Esta é a primeira de duas listas dedicadas aos filmes que mais gostei de ver em 2011. Começo com a lista dos filmes mais antigos (ou nem por isso) que vi pela primeira vez em 2011 e que mais gostei. Para a semana será divulgada a lista com os filmes estreados ao longo dos últimos meses e que considerei ser os melhores. Espero que gostem de ambas. Neste caso, é uma boa oportunidade para conhecerem aqueles que não conhecem.
(Nota: esta lista não tem ordem específica de preferência, os filmes são listados por ordem de visionamento)
1 - Os Filhos da Noite, de Nicholas Ray
2 - A Quadrilha Selvagem, de Sam Peckimpah
3 - O Samurai, de Jean-Pierre Melville
4 - Juventude Inquieta, de Francis Ford Coppola
5 - Johnny Guitar, de Nicholas Ray
6 - Mónica e o Desejo, de Ingmar Bergman
7 - Sorrisos de uma Noite de Verão, de Ingmar Bergman
8 - Intriga Internacional, de Alfred Hitchcok
9 - O Denunciante, de John Ford
10 - Fantasia Lusitana, de João Canijo
11 - A Bela de Dia, de Luis Buñuel
12 - O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene
13 - A Fonte da Virgem, de Ingmar Bergman
14 - Laura, de Otto Preminger
15 - Rio Bravo, de Howard Hawks
16 - Antes do Amanhecer, de Richard Linklater
17 - A Noite de Iguana, de John Huston
18 - O Dinheiro, de Marcel L'Herbier
19 - O Desconhecido do Norte Expresso, de Alfred Hitchcock
20 - Finisterrae, de Sergio Caballero
21 - Gravitty Was Everywhere Back Then, de Brent Green
22 - Neds, de Peter Mullan
23 - Noites de Singapura, de Peter Bogdanovich
24 - A.I. Inteligência Artificial, de Steven Spielberg
25 - Os Rapazes da Geral, de Marcel Carné
26 - O Gigante, de George Stevens
27 - O Fantasma do Paraíso, de Brian de Palma
28 - Uma Noite na Ópera, de Sam Wood
29 - Dia de Férias, de Dino Risi
30 - La France, de Serge Bozon
31 - Tempos Modernos, de Charles Chaplin
32 - The Boss of it All, de Lars Von Trier
33 - Há Festa na Aldeia, de Jacques Tati
34 - As Férias do Senhor Hullot, de Jacques Tati
35 - O Comboio das 3:10, de Delmer Davies
36 - Trilogia O Padrinho, de Francis Ford Coppola
37 - O Dia da Saia, de Jean-Paul Lilienfeld
38 - A Lista de Schindler, de Steven Spielberg
39 - Forty Guns, de Samuel Fuller
40 - A Verdade e o Medo, de Fritz Lang
41 - Genealogias de um Crime, de Raul Ruiz
42 - Cidade nas Trevas, de Fritz Lang
43 - O Segredo da Juventude, de René Clair
44 - As Bonecas da Califórnia, de Robert Aldrich
45 - Uma Mulher Sob Influência, de John Cassavettes
46 - O Nascimento de uma Nação, de David W. Griffith
47 - As Sete Ocasiões de Pamplinas, de Buster Keaton
48 - Lola, de Jacques Demy
49 - Le Nom des Gens, de Michel Leclerc
50 - Frankenstein, de James Whale
51 - Os Amantes da Ponte Nova, de Leos Carax
52 - O Fantástico Senhor Raposo, de Wes Anderson
53 - Em Plena Selva, de Tod Browning
54 - Alphaville, de Jean-Luc Godard
55 - Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, de Vincente Minneli
56 - Jovem e Inocente, de Alfred Hitchcock
57 - Namorico, de Max Ophuls
58 - Trilogia 3 Cores de Krzysztof Kieslowski
(Nota: esta lista não tem ordem específica de preferência, os filmes são listados por ordem de visionamento)
1 - Os Filhos da Noite, de Nicholas Ray
2 - A Quadrilha Selvagem, de Sam Peckimpah
3 - O Samurai, de Jean-Pierre Melville
4 - Juventude Inquieta, de Francis Ford Coppola
5 - Johnny Guitar, de Nicholas Ray
6 - Mónica e o Desejo, de Ingmar Bergman
7 - Sorrisos de uma Noite de Verão, de Ingmar Bergman
8 - Intriga Internacional, de Alfred Hitchcok
9 - O Denunciante, de John Ford
10 - Fantasia Lusitana, de João Canijo
11 - A Bela de Dia, de Luis Buñuel
12 - O Gabinete do Dr. Caligari, de Robert Wiene
13 - A Fonte da Virgem, de Ingmar Bergman
14 - Laura, de Otto Preminger
15 - Rio Bravo, de Howard Hawks
16 - Antes do Amanhecer, de Richard Linklater
17 - A Noite de Iguana, de John Huston
18 - O Dinheiro, de Marcel L'Herbier
19 - O Desconhecido do Norte Expresso, de Alfred Hitchcock
20 - Finisterrae, de Sergio Caballero
21 - Gravitty Was Everywhere Back Then, de Brent Green
22 - Neds, de Peter Mullan
23 - Noites de Singapura, de Peter Bogdanovich
24 - A.I. Inteligência Artificial, de Steven Spielberg
25 - Os Rapazes da Geral, de Marcel Carné
26 - O Gigante, de George Stevens
27 - O Fantasma do Paraíso, de Brian de Palma
28 - Uma Noite na Ópera, de Sam Wood
29 - Dia de Férias, de Dino Risi
30 - La France, de Serge Bozon
31 - Tempos Modernos, de Charles Chaplin
32 - The Boss of it All, de Lars Von Trier
33 - Há Festa na Aldeia, de Jacques Tati
34 - As Férias do Senhor Hullot, de Jacques Tati
35 - O Comboio das 3:10, de Delmer Davies
36 - Trilogia O Padrinho, de Francis Ford Coppola
37 - O Dia da Saia, de Jean-Paul Lilienfeld
38 - A Lista de Schindler, de Steven Spielberg
39 - Forty Guns, de Samuel Fuller
40 - A Verdade e o Medo, de Fritz Lang
41 - Genealogias de um Crime, de Raul Ruiz
42 - Cidade nas Trevas, de Fritz Lang
43 - O Segredo da Juventude, de René Clair
44 - As Bonecas da Califórnia, de Robert Aldrich
45 - Uma Mulher Sob Influência, de John Cassavettes
46 - O Nascimento de uma Nação, de David W. Griffith
47 - As Sete Ocasiões de Pamplinas, de Buster Keaton
48 - Lola, de Jacques Demy
49 - Le Nom des Gens, de Michel Leclerc
50 - Frankenstein, de James Whale
51 - Os Amantes da Ponte Nova, de Leos Carax
52 - O Fantástico Senhor Raposo, de Wes Anderson
53 - Em Plena Selva, de Tod Browning
54 - Alphaville, de Jean-Luc Godard
55 - Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse, de Vincente Minneli
56 - Jovem e Inocente, de Alfred Hitchcock
57 - Namorico, de Max Ophuls
58 - Trilogia 3 Cores de Krzysztof Kieslowski
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Em Cartaz: Semana 22/12/2012
Niko - Na Terra do Pai Natal, de Michael Hegner e Kari Juusonen
O Rei Leão 3D, de Roger Allers e Rob Minkoff
O Quebra-Corações, Pascal Chaumeil
O Miúdo da Bicicleta, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
O Diário a Rum, de Bruce Robinson
A Toupeira, de Tomas Alfredson
O Rei Leão 3D, de Roger Allers e Rob Minkoff
O Quebra-Corações, Pascal Chaumeil
O Miúdo da Bicicleta, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne
O Diário a Rum, de Bruce Robinson
A Toupeira, de Tomas Alfredson
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
Banda Sonora: Stuck in the Middle with you, de Stealers Wheel
«Stuck in the Middle with you», de Stealers Wheel - Banda Sonora de «Cães Danados», de Quentin Tarantino
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Em Cartaz: Semana 15/12/2011
Uma Separação, de Asghar Farhadi
Efeitos Secundários, de Paulo Rebelo
Alvin e os Esquilos 3: Naufragados, Mike Mitchell
Ano Novo, Vida Nova!, de Garry Marshall
Missão Impossível: Operação Fantasma, de Brad Bird
Efeitos Secundários, de Paulo Rebelo
Alvin e os Esquilos 3: Naufragados, Mike Mitchell
Ano Novo, Vida Nova!, de Garry Marshall
Missão Impossível: Operação Fantasma, de Brad Bird
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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Banda Sonora: A Real Hero, de College feat. Electric Youth
«A Real Hero», de College feat. Electric Youth - Banda Sonora de «Drive - Risco Duplo», de Nicolas Winding Refn
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Nicolas Winding Refn
sábado, 10 de dezembro de 2011
Drive - Risco Duplo, de Nicolas Winding Refn (2011)
Pelo que tenho lido nos últimos dias, este parece ser um daqueles filmes que irá gerar ódios e paixões. No meu caso, fico-me pelo meio termo, pois «Drive - Risco Duplo» é um filme que não aquece nem arrefece. Tal como já tinha acontecido quando vi a anterior obra de Nicolas Winding Refn (aqui). Vendo os dois filmes em pouco tempo encontramos alguns aspectos que fazem com que os dois sejam um pouco semelhantes: o excesso de violência estilizada, poucos diálogos, uma bela fotografia e uma grande banda sonora.
Em «Drive - Risco Duplo» muda um aspecto. A acção já não decorre na Idade Média, mas nos dias de hoje. No centro da acção encontramos um duplo de Hollywood e funcionário de oficina que participa como condutor em assaltos nas horas vagas. Tal como a personagem Um-Olho de «Valhalla Rising - Destino de Sangue», também neste caso a personagem principal não tem nome próprio. Esta dupla vida e o facto de ter travado conhecimento com a vizinha do lado, cujo marido está preso, vão mudar a vida do condutor, quando este aceita participar num assalto com o vizinho para que este possa saldar a dívida. Só que o assalto corre mal e o condutor engendra um plano de vingança para tentar descobrir o que se passou.
Um dos problemas de «Drive - Duplo Risco» (e sei que ao dizer isto corro o risco de entrar em contradição) é que tudo parece estar no lugar certo. Mas quando começamos a retirar as camadas, o filme parece um pouco vazio. Está bem filmado, não há dúvidas. Só a sequência inicial vale por muitos filmes de acção que por aí andam. Peca contudo ao insistir na tal estilização da violência, o que também já tinha acontecido no anterior filme de Nicolas Winding Refn. E aqui fico-me apenas pela cena do elevador (podia falar de mais uns quantos, mas iria estragar as surpresas a quem gosta deste tipo de cenas), filmada em câmara lenta. Recurso, aliás, bastante utilizado no filme e que às vezes se torna um pouco irritante.
A estética e a banda sonora muito anos 1980 adequam-se perfeitamente à história, que consegue fugir precisamente ao tal filme de acção mais convencional. E isso é também um dos pontos fortes. Já as actuações, tirando o protagonista Ryan Gosling, que prova uma vez mais a sua versatilidade (este papel não poderia ser mais diferente do que vimos nos recentes «Nos Idos de Março» e «Amor, Estúpido e Louco»), ficam um pouco aquém do esperado. A dupla de mafiosos então, interpretada por Albert Brooks e Ron Perlman, parece ser bastante forçada. Fazendo um trocadilho com o filme, quase que podíamos dizer que foi ali enfiada a martelo. Mesmo que as duas personagens não sejam melhores amigos, falta ali qualquer coisa para aquela relação entre mafiosos funcionar.
Não quero com isto dizer que «Drive - Risco Duplo» seja um mau filme. Nada disso. É um daqueles filmes que se vê bem e até enche o olho. Quem gosta de Cinema, sobretudo quem não quer ver mais um daqueles filmes de acção chapa 4, não sai defraudado da sessão. O problema é mesmo quando começamos a pensar um pouco mais a sério nele, por vezes mesmo durante o visionamento, e parece um pouco vazio. Mesmo sendo um dos filmes obrigatórios do ano, não consigo perceber tanto alarido. Nem a favor, nem contra. Talvez o meu problema tenha sido o facto de ter entrado na sessão com as expectativas demasiado elevadas.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
Site do filme no IMDB
Em «Drive - Risco Duplo» muda um aspecto. A acção já não decorre na Idade Média, mas nos dias de hoje. No centro da acção encontramos um duplo de Hollywood e funcionário de oficina que participa como condutor em assaltos nas horas vagas. Tal como a personagem Um-Olho de «Valhalla Rising - Destino de Sangue», também neste caso a personagem principal não tem nome próprio. Esta dupla vida e o facto de ter travado conhecimento com a vizinha do lado, cujo marido está preso, vão mudar a vida do condutor, quando este aceita participar num assalto com o vizinho para que este possa saldar a dívida. Só que o assalto corre mal e o condutor engendra um plano de vingança para tentar descobrir o que se passou.
Um dos problemas de «Drive - Duplo Risco» (e sei que ao dizer isto corro o risco de entrar em contradição) é que tudo parece estar no lugar certo. Mas quando começamos a retirar as camadas, o filme parece um pouco vazio. Está bem filmado, não há dúvidas. Só a sequência inicial vale por muitos filmes de acção que por aí andam. Peca contudo ao insistir na tal estilização da violência, o que também já tinha acontecido no anterior filme de Nicolas Winding Refn. E aqui fico-me apenas pela cena do elevador (podia falar de mais uns quantos, mas iria estragar as surpresas a quem gosta deste tipo de cenas), filmada em câmara lenta. Recurso, aliás, bastante utilizado no filme e que às vezes se torna um pouco irritante.
A estética e a banda sonora muito anos 1980 adequam-se perfeitamente à história, que consegue fugir precisamente ao tal filme de acção mais convencional. E isso é também um dos pontos fortes. Já as actuações, tirando o protagonista Ryan Gosling, que prova uma vez mais a sua versatilidade (este papel não poderia ser mais diferente do que vimos nos recentes «Nos Idos de Março» e «Amor, Estúpido e Louco»), ficam um pouco aquém do esperado. A dupla de mafiosos então, interpretada por Albert Brooks e Ron Perlman, parece ser bastante forçada. Fazendo um trocadilho com o filme, quase que podíamos dizer que foi ali enfiada a martelo. Mesmo que as duas personagens não sejam melhores amigos, falta ali qualquer coisa para aquela relação entre mafiosos funcionar.
Não quero com isto dizer que «Drive - Risco Duplo» seja um mau filme. Nada disso. É um daqueles filmes que se vê bem e até enche o olho. Quem gosta de Cinema, sobretudo quem não quer ver mais um daqueles filmes de acção chapa 4, não sai defraudado da sessão. O problema é mesmo quando começamos a pensar um pouco mais a sério nele, por vezes mesmo durante o visionamento, e parece um pouco vazio. Mesmo sendo um dos filmes obrigatórios do ano, não consigo perceber tanto alarido. Nem a favor, nem contra. Talvez o meu problema tenha sido o facto de ter entrado na sessão com as expectativas demasiado elevadas.
Nota: 3/5
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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011
Cães Danados, de Quentin Tarantino (1992)
Se Quentin Tarantino é um dos realizadores mais aclamados nos dias de hoje, tal deve-se sobretudo a «Pulp Fiction», filme que lhe abriu as portas da Sétima Arte em 1994 quando conquistou a Palma de Ouro em Cannes e três nomeações para os Óscares (Melhor Filme, Realizador e Argumento Original, assinado a meias com Roger Avary), das quais ganharia uma estatueta. Mas foi dois anos antes que o ex-empregado de um videoclube que afirma nunca ter estudado Cinema (assim reza a lenda) começou a dar nas vistas no Festival de Sundance, a Meca do cinema independente, onde apresentou «Cães Danados».
Tudo o que vemos nesta obra de estreia (oficialmente, pois há quem diga que Tarantino fez um outro filme nos anos 1980 mas que é hoje renegado por ele próprio) vamos encontrar mais tarde na restante obra do realizador. Em primeiro lugar temos uma homenagem a um género específico. Neste caso trata-se de um policial de série B que retrata o rescaldo de um assalto a uma joalharia que corre mal, pois um dos elementos do grupo de assaltantes traiu o golpe avisando a polícia. Outro dos aspectos reconhecíveis na filmografia de Tarantino são os diálogos, escritos de forma imaculada e quase perfeitos. Logo o primeiro, quando os assaltantes falam sobre «Like a Virgin», de Madonna, indicia mais um dos amores de Tarantino: as grandes bandas sonoras de autores meio perdidos no tempo, mas que ficam no ouvido. É também através destes diálogos que o realizador homenageia os seus ídolos. Para os mais atentos, em «Cães Danados» encontramos um diálogo sobre Pam Grier, actriz que mais tarde foi escolhida para interpretar «Jackie Brown».
A forma como a história é contada, através de inúmeros flashbacks que servem para apresentar as personagens, é outra das imagens de marca do realizador, que irá ser aprofundada mais tarde nos filmes seguintes. Por fim, temos as personagens sui generis e os actores escolhidos para as interpretar. Neste primeiro filme ainda não temos grandes estrelas, mas encontramos nomes com algum estatuto: Harvey Keitel, Chris Penn, Michael Madsen, Steve Buscemi ou Tim Roth, por exemplo. «Cães Danados» não é um filme perfeito, mas está lá perto. Foi a primeira grande homenagem que Tarantino fez a um certo tipo de Cinema que o realizador gosta e que continuaria a fazer ao longo da sua carreira quando abordou filmes Blaxploitation («Jackie Brown»), filmes de ninjas (o díptico «Kill Bill»), grindhouse («À Prova de Morte») ou um certo tipo de western spaghetti adaptado à II Guerra Mundial («Sacanas Sem Lei»). E este é um daqueles filmes que quase pode ser visto como uma declaração de interesses de um realizador estreante, que resolve mostrar as cartas e ao que vai logo na primeira obra.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
Tudo o que vemos nesta obra de estreia (oficialmente, pois há quem diga que Tarantino fez um outro filme nos anos 1980 mas que é hoje renegado por ele próprio) vamos encontrar mais tarde na restante obra do realizador. Em primeiro lugar temos uma homenagem a um género específico. Neste caso trata-se de um policial de série B que retrata o rescaldo de um assalto a uma joalharia que corre mal, pois um dos elementos do grupo de assaltantes traiu o golpe avisando a polícia. Outro dos aspectos reconhecíveis na filmografia de Tarantino são os diálogos, escritos de forma imaculada e quase perfeitos. Logo o primeiro, quando os assaltantes falam sobre «Like a Virgin», de Madonna, indicia mais um dos amores de Tarantino: as grandes bandas sonoras de autores meio perdidos no tempo, mas que ficam no ouvido. É também através destes diálogos que o realizador homenageia os seus ídolos. Para os mais atentos, em «Cães Danados» encontramos um diálogo sobre Pam Grier, actriz que mais tarde foi escolhida para interpretar «Jackie Brown».
A forma como a história é contada, através de inúmeros flashbacks que servem para apresentar as personagens, é outra das imagens de marca do realizador, que irá ser aprofundada mais tarde nos filmes seguintes. Por fim, temos as personagens sui generis e os actores escolhidos para as interpretar. Neste primeiro filme ainda não temos grandes estrelas, mas encontramos nomes com algum estatuto: Harvey Keitel, Chris Penn, Michael Madsen, Steve Buscemi ou Tim Roth, por exemplo. «Cães Danados» não é um filme perfeito, mas está lá perto. Foi a primeira grande homenagem que Tarantino fez a um certo tipo de Cinema que o realizador gosta e que continuaria a fazer ao longo da sua carreira quando abordou filmes Blaxploitation («Jackie Brown»), filmes de ninjas (o díptico «Kill Bill»), grindhouse («À Prova de Morte») ou um certo tipo de western spaghetti adaptado à II Guerra Mundial («Sacanas Sem Lei»). E este é um daqueles filmes que quase pode ser visto como uma declaração de interesses de um realizador estreante, que resolve mostrar as cartas e ao que vai logo na primeira obra.
Nota: 4/5
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Michael Madsen,
Pam Grier,
Quentin Tarantino,
Roger Avary,
Steve Buscemi,
Tim Roth
Em Cartaz: Semana 08/12/2012
Uma Casa Para o Natal, de Hjelm til Jul
Transgressão, de Joel Schumacher
Os Olhos da Guerra, de Danis Tanovic
O Menino Nicolau, de Laurent Tirard
Drive - Risco Duplo, de Nicolas Winding Refn
Happy Feet 2, de George Miller
Transgressão, de Joel Schumacher
Os Olhos da Guerra, de Danis Tanovic
O Menino Nicolau, de Laurent Tirard
Drive - Risco Duplo, de Nicolas Winding Refn
Happy Feet 2, de George Miller
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Trilogia 3 Cores, de Krzysztof Kieslowski (1993-1994)
Há obras que têm de ser vistas em conjunto, mesmo quando são feitas por episódios. É esse o caso de «Azul», «Branco» e «Vermelho», a chamada trilogia 3 Cores realizada por Krzysztof Kieslowski no início dos anos 1990 e que acabariam por ser os últimos filmes do realizador polaco. A trilogia partiu, simplificando um pouco esta parte, de uma premissa simples: fazer três filmes dedicados a um tema correspondente às três cores da bandeira de França. Os filmes foram precisamente Azul (Liberdade), Branco (Igualdade) e Vermelho (Fraternidade), que apesar de poderem ser vistos de forma independente, devem ser vistos de seguida pois têm alguns pontos de contacto, pequenos pormenores é certo, mas que acabam por se juntar todos no último filme «Vermelho».
E se a ideia inicial parece ser algo de muito complicado, o resultado acaba por ser um conjunto de filmes tão simples, como belos, cada um à sua maneira específica. Começa com «Azul», a história de Julie (Juliette Binoche, muito bem, como é hábito), a esposa de um famoso compositor que perde o marido e o filho logo no início do filme. Depois de um período em que não sabe como reagir à morte dos seus familiares, o regresso à normalidade, desta vez sozinha, e a descoberta de alguns factos do passado do marido, fazem-na renascer, de uma certa forma.
No episódio do meio, «Branco», a história centra-se em Karol Karol (Zbigniew Zamachowski), um polaco que regressa à Polónia depois de se divorciar da esposa Dominique (Julie Delpy). Completamente de rastos Karol engendra um plano para enriquecer, imitando os pequenos criminosos locais e com a ajuda do companheiro que o ajudou a regressar a casa. No final descobrimos o verdadeiro objectivo de Karol e aquele plano final do filme é qualquer coisa para nos deixar arrebatados.
Tudo termina em «Vermelho», dos três filmes o que tem aspectos um pouco mais bizarros, se assim se pode dizer, mas sem contudo deixar de ser um grande filme. Tudo devido à relação que surge entre Valentine (Irène Jacob), uma jovem modelo que vive uma relação à distância por telefone, e um juiz reformado (Jean-Louis Trintignant) que vive perto de si. Os dois conhecem-se quando a jovem atropela a cadela do juiz e ao ir a casa do ancião descobre que ele escuta as conversas das pessoas. De início fica irritada com aquela atitude, mas à medida que os dois se vão conhecendo a relação evolui e ambos percebem as razões que os levam a ter determinadas atitudes.
Escolher dos três filmes qual é o melhor ou mesmo o preferido é bastante complicado, pois cada uma das cores tem as suas peculiaridades e todos os três filmes foram feitos de forma diferente, mas ao mesmo tempo complementar. Não há uma forma idêntica de filmar, as histórias podem até ter uma base comum (as relações entre as pessoas) e um tema específico, mas todos estão feitos de forma a conseguir uma daquelas obras que funcionam como um somatório das partes. Um dos aspectos que mais se nota na diferenciação entre os três filmes, além da forma de filmar em si, é a fotografia, que difere um pouco entre cada um dos episódios. E, para concluir, a Trilogia 3 Cores de Krzysztof Kieslowski é uma das obras fundamentais do Cinema europeu dos anos 1990.
Nota: 4/5
E se a ideia inicial parece ser algo de muito complicado, o resultado acaba por ser um conjunto de filmes tão simples, como belos, cada um à sua maneira específica. Começa com «Azul», a história de Julie (Juliette Binoche, muito bem, como é hábito), a esposa de um famoso compositor que perde o marido e o filho logo no início do filme. Depois de um período em que não sabe como reagir à morte dos seus familiares, o regresso à normalidade, desta vez sozinha, e a descoberta de alguns factos do passado do marido, fazem-na renascer, de uma certa forma.
No episódio do meio, «Branco», a história centra-se em Karol Karol (Zbigniew Zamachowski), um polaco que regressa à Polónia depois de se divorciar da esposa Dominique (Julie Delpy). Completamente de rastos Karol engendra um plano para enriquecer, imitando os pequenos criminosos locais e com a ajuda do companheiro que o ajudou a regressar a casa. No final descobrimos o verdadeiro objectivo de Karol e aquele plano final do filme é qualquer coisa para nos deixar arrebatados.
Tudo termina em «Vermelho», dos três filmes o que tem aspectos um pouco mais bizarros, se assim se pode dizer, mas sem contudo deixar de ser um grande filme. Tudo devido à relação que surge entre Valentine (Irène Jacob), uma jovem modelo que vive uma relação à distância por telefone, e um juiz reformado (Jean-Louis Trintignant) que vive perto de si. Os dois conhecem-se quando a jovem atropela a cadela do juiz e ao ir a casa do ancião descobre que ele escuta as conversas das pessoas. De início fica irritada com aquela atitude, mas à medida que os dois se vão conhecendo a relação evolui e ambos percebem as razões que os levam a ter determinadas atitudes.
Escolher dos três filmes qual é o melhor ou mesmo o preferido é bastante complicado, pois cada uma das cores tem as suas peculiaridades e todos os três filmes foram feitos de forma diferente, mas ao mesmo tempo complementar. Não há uma forma idêntica de filmar, as histórias podem até ter uma base comum (as relações entre as pessoas) e um tema específico, mas todos estão feitos de forma a conseguir uma daquelas obras que funcionam como um somatório das partes. Um dos aspectos que mais se nota na diferenciação entre os três filmes, além da forma de filmar em si, é a fotografia, que difere um pouco entre cada um dos episódios. E, para concluir, a Trilogia 3 Cores de Krzysztof Kieslowski é uma das obras fundamentais do Cinema europeu dos anos 1990.
Nota: 4/5
sábado, 3 de dezembro de 2011
Melancolia, de Lars Von Trier (2011)
Lars Von Trier é um realizador ambíguo e como poucos é capaz de gerar ódios e amores como quem muda de camisa. Basta ver a recente polémica do Festival de Cannes quando apresentou precisamente «Melancolia». Polémicas à parte, goste-se ou não do enfant terrible dinamarquês, o que é certo é que estamos perante um dos grandes filmes deste final de ano. Uma vez mais não é um filme de digestão fácil aquele que Von Trier nos apresenta, esta história de duas irmãs que se aproximam quando o mundo está perto do fim.
Dividido em duas partes, com o nome de cada uma das irmãs (Justine: Kirsten Dunst; Claire: Charlotte Gainsbourg), «Melancolia» começa por relatar o dia de casamento de Justine que acaba da pior forma possível, quando durante o copo de água a noiva se apercebe que se calhar não tem estômago para uma vida a dois. As pressões são tantas e vêm de tantos lados que Justine acaba por colapsar e entra em depressão, deixando partir todos os que gostavam dela. Esta primeira parte é toda de Dunst, que consegue ter uma das suas melhores interpretações.
Na segunda parte, Justine é convidada por Claire para passar uns dias em sua casa para recuperar do estado depressivo em que se encontra. Este período coincide com a aproximação do planeta Melancolia, que está em rota de colisão com a Terra e caso isso aconteça será o fim do mundo. Desta vez Justine é relegada para segundo plano e o filme passa a centrar-se em Claire, que não consegue lidar com a possibilidade do fim do mundo, apesar de o seu marido, um cientista com conhecimentos de astronomia, a tentar convencer que não se passa nada.
«Melancolia» não é um grande filme devido à história, que é simples: a relação entre duas irmãs antes do fim do mundo. O novo Von Trier é um grande filme devido à forma como consegue captar a essência e os sentimentos das personagens num período complexo. E tem uma fotografia belíssima que aproveita os cenários, a acção decorre praticamente sempre no castelo do marido de Claire, para nos levar para aquele ambiente. O único aspecto negativo para mim, mas isso é mais a nível de gosto pessoal, é uma certa forma como a primeira parte é filmada: muita câmara à mão que por vezes nos deixa um pouco tontos com tantas mudanças bruscas de direcção. Fora isso, «Melancolia» é mesmo um dos melhores filmes que estrearam nos últimos tempos e vai muito em linha com o que Von Trier já tinha feito no anterior «Anticristo».
Nota: 4/5
Site oficial do filme
Site do filme no IMDB
Dividido em duas partes, com o nome de cada uma das irmãs (Justine: Kirsten Dunst; Claire: Charlotte Gainsbourg), «Melancolia» começa por relatar o dia de casamento de Justine que acaba da pior forma possível, quando durante o copo de água a noiva se apercebe que se calhar não tem estômago para uma vida a dois. As pressões são tantas e vêm de tantos lados que Justine acaba por colapsar e entra em depressão, deixando partir todos os que gostavam dela. Esta primeira parte é toda de Dunst, que consegue ter uma das suas melhores interpretações.
Na segunda parte, Justine é convidada por Claire para passar uns dias em sua casa para recuperar do estado depressivo em que se encontra. Este período coincide com a aproximação do planeta Melancolia, que está em rota de colisão com a Terra e caso isso aconteça será o fim do mundo. Desta vez Justine é relegada para segundo plano e o filme passa a centrar-se em Claire, que não consegue lidar com a possibilidade do fim do mundo, apesar de o seu marido, um cientista com conhecimentos de astronomia, a tentar convencer que não se passa nada.
«Melancolia» não é um grande filme devido à história, que é simples: a relação entre duas irmãs antes do fim do mundo. O novo Von Trier é um grande filme devido à forma como consegue captar a essência e os sentimentos das personagens num período complexo. E tem uma fotografia belíssima que aproveita os cenários, a acção decorre praticamente sempre no castelo do marido de Claire, para nos levar para aquele ambiente. O único aspecto negativo para mim, mas isso é mais a nível de gosto pessoal, é uma certa forma como a primeira parte é filmada: muita câmara à mão que por vezes nos deixa um pouco tontos com tantas mudanças bruscas de direcção. Fora isso, «Melancolia» é mesmo um dos melhores filmes que estrearam nos últimos tempos e vai muito em linha com o que Von Trier já tinha feito no anterior «Anticristo».
Nota: 4/5
Site oficial do filme
Site do filme no IMDB
Etiquetas:
Charlotte Gainsbourg,
Crítica,
Kirsten Dunst,
Lars Von Trier
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011
Inadaptado, de Spike Jonze (2002)
Em 1999 a dupla Spike Jonze e Charlie Kaufman juntou esforços, o primeiro enquanto realizador e o segundo como argumentista, para nos dar um genial filme chamado «Queres Ser John Malkovich?». O filme acabou também por marcar a estreia de ambos na Sétima Arte. Três anos depois regressaram ao trabalho e o resultado não poderia ter sido melhor. «Inadaptado» conta a história de um argumentista, o próprio Kaufman, interpretado por Nicholas Cage, no rescaldo de «Queres Ser John Malkovich?» com dificuldade em escrever um novo argumento, devido a um bloqueio criativo. O tema do novo argumento, uma história sobre um caçador de orquídeas, não ajuda muito e a pressão em cima de Kaufman, que vem de todos os lados, desde o estúdio que não vê resultados ao gémeo Donald que tem mais sucesso do que Charlie apesar de não levar as coisas tão a sério, apenas pioram a situação.
«Inadaptado» é um daqueles grandes filmes, um dos melhores da última década, que nos faz pensar e puxar pela cabeça, tal como o anterior filme desta dupla já tinha feito bastante bem. E o filme não é mais do que um jogo entre o Kaufman e o espectador, algo que o argumentista é especialista (basta ver a sua estreia na realização «Sinédoque, Nova Iorque», também bastante recomendável, ou os argumentos que escreveu para Michel Gondry), criando labirintos e narrativas cruzadas que às tantas não conseguimos destrinçar se aquele bloqueio existiu de facto ou não. O que é certo é que perto do final a história avança por caminhos que poderiam ter sido escritos por Donald Kaufman, personagem que não existe na realidade a não ser no filme. Isto apesar de o filme ser assinado por Charlie e Donald Kaufman, em mais um jogo de espelhos magnífico.
A cereja no topo do bolo é mesmo a interpretação de Nicholas Cage, no papel dos dois gémeos, que nos faz lembrar que o sobrinho de Copppola quando quer até consegue ser um bom actor. Pena que esta faceta nos últimos anos esteja cada vez mais desaparecida. Junto de Cage encontramos ainda uma genial dupla (Meryl Streep e Chris Cooper) que uma vez mais está à altura do que lhes é pedido, e que ajudam «Inadaptado» a ser não só um dos grandes filmes da primeira década do século XX, como um daqueles filmes que dá gosto ver e rever, pois descobrimos sempre algo de novo.
Nota: 5/5
Site do filme no IMDB
«Inadaptado» é um daqueles grandes filmes, um dos melhores da última década, que nos faz pensar e puxar pela cabeça, tal como o anterior filme desta dupla já tinha feito bastante bem. E o filme não é mais do que um jogo entre o Kaufman e o espectador, algo que o argumentista é especialista (basta ver a sua estreia na realização «Sinédoque, Nova Iorque», também bastante recomendável, ou os argumentos que escreveu para Michel Gondry), criando labirintos e narrativas cruzadas que às tantas não conseguimos destrinçar se aquele bloqueio existiu de facto ou não. O que é certo é que perto do final a história avança por caminhos que poderiam ter sido escritos por Donald Kaufman, personagem que não existe na realidade a não ser no filme. Isto apesar de o filme ser assinado por Charlie e Donald Kaufman, em mais um jogo de espelhos magnífico.
A cereja no topo do bolo é mesmo a interpretação de Nicholas Cage, no papel dos dois gémeos, que nos faz lembrar que o sobrinho de Copppola quando quer até consegue ser um bom actor. Pena que esta faceta nos últimos anos esteja cada vez mais desaparecida. Junto de Cage encontramos ainda uma genial dupla (Meryl Streep e Chris Cooper) que uma vez mais está à altura do que lhes é pedido, e que ajudam «Inadaptado» a ser não só um dos grandes filmes da primeira década do século XX, como um daqueles filmes que dá gosto ver e rever, pois descobrimos sempre algo de novo.
Nota: 5/5
Site do filme no IMDB
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Chris Cooper,
Crítica,
Meryl Streep,
Michel Gondry,
Nicholas Cage,
Spike Jonze
Em Cartaz: Semana 01/12/2011
Anónimo, de Roland Emmerich
A Dívida, de John Madden
O Gato das Botas, de Chris Miller
Melancolia, de Lars von Trier
A Dívida, de John Madden
O Gato das Botas, de Chris Miller
Melancolia, de Lars von Trier
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Chris Miller,
Em Cartaz,
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Lars Von Trier,
Roland Emmerich
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