De vez em quando surgem filmes que, por uma espécie de conjugação mística dos astros (se é que essa coisa existe), parece que nasceram para ser perfeitos. E quando começamos a ver um filme e nos apaixonamos por ele quando apenas passou pouco mais de um minuto desde que começou, sabemos que estamos perante um daqueles filmes que nunca mais nos vamos esquecer. Ou pelo menos durante algum tempo. É esse o caso de «(500) Dias com Summer», a longa de estreia de Marc Webb, um filme indie sobre a relação entre Tom (Joseph Gordon-Levitt), um jovem que acredita no amor eterno mas que não tem grande sorte neste campo, e Summer (Zooey Deschanel), uma jovem que não acredita nas relações amorosas e por quem Tom se apaixona e com quem acaba por ter uma relação que é um meio termo entre namoro e amizade.
Esta relação um pouco confusa deixa Tom meio abananado com tanta mudança e sentimentos contraditórios, que vamos conhecendo aos poucos, através de uma montagem bem conseguida que vai alternando entre os momentos iniciais da relação e os momentos finais, sem nunca nos deixar perdidos pelo meio. Joseph Gordon-Levitt tem aqui (mais) uma grande interpretação, provando ser um dos jovens actores com maior talento (e ao mesmo tempo menos reconhecido, parece-me) na Hollywood actual.
«(500) Dias com Summer» consegue assim ser um filme tão simples sobre um tema tão sério, que nos deixa a pensar como é que às vezes se complicam certas coisas. É ao mesmo tempo mais um daqueles exemplos descarados de como é possível não ter chegado às salas portuguesas. Com uma banda sonora de excepção para os adeptos das sonoridades mais alternativas, não fosse o par conhecedor e fã de grandes bandas, esta é talvez uma das melhores comédias românticas do universo indie dos últimos anos. Depois disto, será curioso ver o que fará Marc Webb no seu próximo filme, que por estranho que pareça depois desta estreia, é «O Fantástico Homem-Aranha», a nova versão das aventuras do Homem-Aranha.
Nota: 5/5
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Fúria Sangrenta & A Fortaleza dos Imortais
Há 10 horas
Fui eu que te recomendei e como tal tinha de deixar aqui umas palavrinhas. Acho que o filme não é assim tão "grandioso" como o caracterizas. Tenho de lhe dar uma segunda oportunidade (prometi a mim mesma, mas mesmo assim não acho por aí além. A Dechanel também é bastante mediana, fica-se muito pela carinha laroca, como actriz. O JGL é muito bom e é actualmente a par de poucos um dos actores que mais prazer me dá ver na tela grande. Inclusive tem um projecto de cariz igualmente indie chamado Hit Record (depois dá uma olhadela).
ResponderEliminarQuanto ao filme, acho que o tema é juvenil e ao mesmo tempo intemporal, vai das crenças de cada um como pessoa...Na verdade acho que a gaja é um pouco bitch na história e não uma incompreendida, apesar de a história de muitas vezes as pessoas estarem com outras para passar tempo não ser algo assim tão incomum. Acho que é o medo da solidão que leva muitas pessoas a passar 500 dias assim, seja para um lado ou para outro. Ás vezes sabe bem, outras é uma desilusão como foi pra personagem masculina inicialmente... Mas a verdade é que de algum modo o verdadeiro amor existe, pelo que o filme nos mostra que a Summer conseguiu o encontrar e do nada fez tudo o que antes era tabu e impensável. Há quase uma dupla moral, por que a personagem masculina percebeu que nem todos os "amores" são o "verdadeiro amor" e que até chegar lá terá de viver muito e ser paciente. É assim que encaro a história e percebo teu fascínio por ela porque já vi quase tudo o que é indie e é dos meus "géneros" preferidos no cinema. Muito reflexivo e light ao mesmo tempo.
cumprimentos,
cinemaschallenge.blogspot.com
Bem, que tratado. Sabes que os comentários são sempre bem-vindos :) Vamos por pontos, então:
ResponderEliminarEu já tinha vontade de ver este filme, aconteceu teres sido tu a arranjá-lo.
Pode não ser assim tão grandioso, mas tem tudo no sítio certo, o que bastou para eu ter gostado: uma boa história, uma boa interpretação da personagem principal (concordo que a Zooey podia estar melhor e sim, tenho de ir ver o Hit Record, mea culpa que já devia ter lá ido) e uma banda sonora deliciosa para quem gosta deste tipo de sonoridades.
Não creio que seja um tema tão juvenil quanto isso. É apenas uma história de duas pessoas que se apaixonam numa determinada fase das suas vidas. E como todas as pessoas no mundo, têm ideias diferentes em relação ao Amor, que não é um sentimento daqueles que seja igual para toda a gente. (será que há sentimentos iguais para todos?) E nesse aspecto, cada um que vê o filme tem a opinião sobre as personagens consoante a forma de ver o mundo. Mas isso é daquelas coisas que acontece com praticamente todos os filmes, temos ideias em relação às personagens de acordo com a nossa visão do mundo. Eu posso gostar das acções de determinada personagem e tu não, por exemplo.
Cumprimentos :)
Adorei-o no vigilante. Até ver esse filme, para mim , era apenas o puto do 3º Calhau.
ResponderEliminarEu acho que ele é um grande actor, já desde o saudoso 3º Calhau. Tem feito sobretudo filmes independentes, alguns muito bons. E ultimamente tem entrado nos filmes do Nolan, não sei se o tens apanhado. Entrou no Inception e vai entrar no novo Batman. Confesso que o Vigilante não gostei muito.
ResponderEliminarCumprimentos