Por esta altura Christopher Nolan anda entretido de volta do terceiro e derradeiro capítulo de uma trilogia dedicada a Batman. Nada como voltar atrás no tempo e recuperar um dos filmes de culto da década passada, que deu praticamente a conhecer o nome do realizador. Realizado em 2000 «Memento» foi a segunda longa metragem de Nolan e teve logo direito a duas nomeações para os Óscares: Melhor Argumento Original e Melhor Montagem. São precisamente estes os dois grandes destaques do filme, a par de uma excelente interpretação de Guy Pearce, pois se não fosse a forma como o filme foi editado, talvez o efeito final não fosse o mesmo.
«Memento» conta-nos a história de Leonard Shelby (Guy Pearce) um homem que sofre de uma estranha doença que faz com que não tenha memória de curto prazo. Ou seja, lembra-se de tudo o que lhe aconteceu no passado, até um determinado incidente ter ocorrido na sua vida (a violação e morte da sua esposa), mas a sua memória não consegue fixar o que fez há apenas uns minutos atrás. A lembrança da tragédia faz com que Leonard queira procurar o assassino para vingar a morte da esposa e recorre a um método sui generis: para se lembrar do que tem de fazer tatua o corpo com notas que o ajudam na investigação. A partir daqui, contar mais pormenores da história, é contar demasiado e estragar a surpresa.
E as surpresas são muitas neste filme, apesar de não serem assim tantas como seria de esperar. Como referi lá mais acima, o grande trunfo de «Memento» está na forma como foi editado, que nos dá a sensação de sermos quase o pobre Leonard Shelby à procura das memórias perdidas. De resto a história em si, se fosse contada de forma tradicional, acabaria por ser de certa forma um pouco banal. Vale também pela excelente interpretação de Guy Pearce, bem acompanhado de Joe Pantoliano.
Nota: 4/5
Site do filme no IMDB
Fúria Sangrenta & A Fortaleza dos Imortais
Há 10 horas
Grande montagem e um argumento inteligente. Gosto bastante deste filme, o Nolan surpreende sempre, apesar de eu achar que os seus filmes perdem grande parte do impacto à segunda visualização. Abraço
ResponderEliminarhttp://onarradorsubjectivo.blogspot.com/
É precisamente por não ter o mesmo impacto que a história é contada de forma diferente. Imagina o Psycho contado ao contrário também não funcionava tão bem :P
ResponderEliminarE eu nem achei o final do Psycho surpreendente.
É dos meus favoritos dele a par com The Dark Knight. É interessante e gosto das questões que levanta no final (início?)
Narrador, sim esses dois aspectos são o melhor do filme. Nunca tive a oportunidade de rever filmes do Nolan, apenas o primeiro Batman, mas acho que gostei tanto como da primeira vez que o vi.
ResponderEliminarLoot, por acaso a edição em DVD q tenho aqui tem a versão do filme por ordem cronológica. Um dia mais tarde vou tentar ver para ver o efeito. Mas óbvio que não terá o mesmo impacto. É um bocado como o Irreversível.
(atenção malta que não viu o filme e quer continuar a ler este comentário, vem aí spoiler. Depois não digam que não vos avisei)
Essas questões de que falas não se colocam porque basicamente o Leonard passou-se da marmita.
O Psycho é dos meus filmes favoritos :)
[SPOILERS]
ResponderEliminarA questão que falo é a de: "será que nos conhecemos assim tão bem como pensamos"?
Achamos sempre que vamos agir de determinada forma numa determinada situação e quando acontece...bem talvez não seja assim... :P
[spoilers]
ResponderEliminarO problema é que ele não se lembra das coisas e também não sabe bem se o que lhe dizem é verdade ou não, por isso duvida do outro. Agora já estou confuso, tenho de ver o filme de novo :D
sim tens razão. Mas ele sempre acha que quando encontrar o assassino da mulher termina a sua missao. Mas sem missão ele não é nada e então...
ResponderEliminarFiquei surpreendida com pontuação que lhe deste por teres dito, se a minha fraca memória não me falha, que não gostaste assim tanto...
ResponderEliminarMas é um filme que tenho muito em conta e que mostra um Nolan já a enveredar pelo mundo do "movie-twist" e com uma montagem e fotografia invejável. E não esqueçamos o argumento...
cumprimentos,
cinemaschallenge.blogspot.com
Tens boa memória, de facto ;) Mas o facto de não ter gostado assim tanto do filme (não mudou a minha vida, era mais ou menos essa a questão que se punha na altura) não quer dizer que não o ache um bom filme. E é, só não o achei assim tão bom.
ResponderEliminarCumprimentos