Em 1976 já Sean Connery tinha deixado de parte o smoking de James Bond há cinco anos, apesar de ter regressado em 1983 à personagem que lhe deu fama. Foi nesse ano que o actor escocês também encarnou uma outra personagem britânica mítica: Robin Hood. Em «A Flecha e a Rosa» Richard Lester conta-nos a história de Robin do ponto de vista da sua relação amorosa com Lady Marian, papel que coube a Audrey Hepburn interpretar.
Há neste filme algumas características que fogem um pouco ao imaginário mais popular de Robin Hood, algo que tenho reparado ao ver as várias versões do herói da floresta de Sherwood que chegaram à Sétima Arte. Todas as que tenho visto contam uma história de certa forma diferente. Neste caso, as 'novidades' são um Robin Hood mais envelhecido, com os problemas da idade a virem ao de cima, e uma Marian que se tornou freira depois de ver partir o seu amado para as Cruzadas. Por exemplo, e comparando apenas com o exemplo mais recente a chegar às salas, o Robin de Ridley Scott, Marian é a esposa de um antigo companheiro de armas do herói que faleceu em batalha.
Mas ao centrar o argumento nesta relação entre o par, Richard Lester deixa um pouco de parte a acção, que é o que se espera mais de uma aventura de Robin dos Bosques. Acaba por ser esta falha, apenas presente no início, quando as tropas de Ricardo Coração de Leão cercam um castelo em França, e no final, quando se dá o duelo com o Xerife de Nottingham, que deixa os adeptos das cenas de espadachim de certa forma desiludidos.
E o final, demasiado meloso no meu entender (e basta ver o trailer abaixo para o constatar), acaba por estragar o que poderia ser uma adaptação das aventuras de Robin Hood mais simpática. Mas não deixa de ser mais uma versão que o Cinema fez de um herói medieval.
Nota: 2/5
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