
Aos olhos ocidentais «Tulpan» parece uma comédia, mas é um daqueles filmes sérios de uma humanidade gigantesca. Todas as personagens representam pessoas que vivem em condições bastante diferentes das nossas para conseguirem sobreviver. E todas têm gosto em viver, apesar das dificuldades. Algo que nós, nos nossos mundos apressados, nem sempre nos podemos gabar. Não sendo um daqueles filmes que marcam, «Tulpan» faz lembrar um pouco os filmes de Kusturica, apenas para citar um nome mais conhecido. Tem episódios caricatos, como aquele em que um amigo de Asa (uma das personagens mais mirabolantes de «Tulpan», que considera pornografia arte e passa a vida no seu tractor a ouvir «Rivers of Babylon», dos Boney M. como se fosse a melhor música do mundo) tenta comparar as orelhas do jovem com as do Príncipe Carlos ou a cena da visita do veterinário, mas também alguns sérios, como quando Asa conta o seu sonho a Tulpan, numa das mais belas cenas do filme.
Mas «Tulpan» acaba por falhar porque tem um argumento de certa forma fraco. A história em si é uma boa premissa, mas avança aos soluços e os episódios parece que não têm grande fluidez. A própria maneira de filmar de Sergei Dvortsevoy está bastante agarrada ao documentário. Basta ver a cena em que Asa ajuda uma ovelha a dar à luz. As cenas da natureza também são muito belas e espelham bem a aridez das estepes do Cazaquistão. A estreia de Sergei Dvortsevoy na ficção pode ser quase visto como a outra face de «Borat».
Nota: 3/5
Site do filme no IMDB
Sem comentários:
Enviar um comentário