(crítica com spoilers)
Abordar um tema como o cancro não é fácil. Curiosamente estrearam recentemente dois filmes com esta temática: «Inquietos», de Gus van Sant, e «50/50», de Jonathan Levine. Se o primeiro tem um teor mais dramático (não posso abordá-lo demasiado por ainda não o ter visto, algo que deverá estar para breve), o segundo é uma comédia dramática sobre a luta pela vida de um jovem de 27 anos que descobre ter um cancro bastante raro e cujas hipóteses de sobrevivência são 50/50.
Protagonizado por Joseph Gordon-Levitt, com uma interpretação à altura do que nos tem vindo a habituar, o terceiro filme de Jonathan Levine vai um bocado no caminho do anterior «Wackness - À Deriva», ao ser um daqueles filmes indie feel good com uma boa história que acaba por se perder no caminho. «50/50» falha sobretudo por ter demasiados clichés que o tornam bastante previsível e infelizmente não traz muito de novo. Já sabemos por quem a personagem principal se vai apaixonar, que os seus companheiros de quimioterapia mais velhos são levados da breca, etc., etc.
A interpretação de Gordon-Levitt está fabulosa, como já referi dentro do registo normal deste grande actor que tem conseguido gerir uma boa carreira entre o cinema independente e um cinema mais popular, e a presença de Seth Rogen como melhor amigo de Adam (Joseph Gordon-Levitt) foi uma boa escolha, pois nota-se mesmo uma grande empatia entre os dois actores. E não nos podemos esquecer que a presença de Rogen é sempre garantia de bons momentos divertidos, que balançam com os períodos mais complicados da vida de Adam. O esforço de ambos merecia ter sido mais bem recompensado, num filme que acaba por não ser mais do que um feel good movie com muito potencial perdido. E Jonathan Levine volta a não convencer-me, apesar de ter o mérito de ter conseguido não cair num tom mais lamechas que o tipo de filme que «50/50» é facilmente poderia ter.
Nota: 3/5
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