Este é capaz de ser um dos filmes menos conhecidos de Spike Lee. Pelo menos eu desconhecia a sua existência. Mas tive a sorte de me atravessar com ele durante sessão de zapping, essa excelente actividade televisiva. «Rapariga: Código 6» é a história de uma jovem negra (Theresa Randle), como não podia deixar de ser nesta primeira fase da carreira do nova-iorquino, que não consegue vingar como actriz e passa a vida em busca de trabalho. A sua sorte muda quando resolve candidatar-se a um posto numa linha erótica onde recebe o nome de Código 6.
Quando começa a ter algum sucesso, leia-se clientes que lhe ligam, e a ganhar algum dinheiro, deixa de perseguir os seus sonhos e embrenha-se demasiado no seu trabalho, perdendo pelo caminho alguns amigos. «Rapariga: Código 6» não é o melhor dos filmes de Spike Lee, mas é um filme simpático, onde se destaca a interpretação de Theresa Randle. O filme é todo dela. Mas a história, que acaba por ser um círculo, não se aguenta muito, mesmo com um bom elenco secundário, composto pelo próprio Lee, no papel do melhor amigo da jovem, Isaiah Washington, que interpreta o cleptomaníaco ex-marido da jovem e que tenta regressar aos seus braços. A título de curiosidade, logo a abrir encontramos Quentin Tarantino a fazer de realizador durante um casting que não acaba muito bem. Isto num filme realizado um ano antes de «Jackie Brown».
Esta é apenas uma das referências cinematográficas de «Rapariga: Código 6», que no fundo não deixa de ser um filme sobre a busca interior de uma candidata a actriz, que depois de tentar a sua sorte em Nova Iorque parte para a Califórnia, terra dos sonhos de Hollywood. Mas a aventura não terá grandes resultados, prevê-se com aquele filme. Para quem gosta, uma das melhores partes do filme acaba por ser também a banda sonora, assinada por Prince.
Nota: 3/5
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