Já aqui o disse em algumas ocasiões que nem sempre é boa ideia voltarmos aos filmes com os quais já fomos felizes quando os vimos pela primeira vez. Se há filmes que consigo ver dúzias de vezes sem cansar, há outros que acabam por desiludir quando os revejo, o que não significa necessariamente que sejam maus de todo. Voltou a acontecer com «24 Hour Party People», um dos filmes que me lembro de ter visto no velhinho Quarteto quando estreou e até gostei, mas agora me parece um objecto um tanto estranho.
Não que esta história da Factory e da mítica Madchester, que começou numa fase embrionária ainda no final dos anos 1970 e atingiu o auge durante a década seguinte, contada por Tony Wilson (grande interpretação de Steve Coogan) num estilo de documentário ficcionado seja um filme de se deitar fora. Para quem gosta de música e daquela época é um delírio ter um outro olhar, por vezes até mais cómico, sobre bandas como Joy Division, New Order ou Happy Mondays. E a quantidade de histórias retratadas é tanta que é difícil escolher um ou outro exemplo. Sobretudo na parte dedicada aos últimos.
Talvez um dos problemas de «24 Hour Party People» seja estar tão centrado naquelas três bandas, quando a Madchester teve tantos outros protagonistas. Mas ao mesmo tempo é o próprio Wilson (personagem do filme) que explica que é esse o objectivo do filme, contar a história da Factory Records e como esta etiqueta mudou de vez o panorama musical e cultural da antiga cidade operária em 1976, depois de um célebre concerto dos Sex Pistols onde estiveram presentes cerca de 40 pessoas, algumas das quais acabaram por formar as bandas que deram fama a Manchester. Fora isso, ao segundo visionamento «24 Hour Party People» pareceu-me mais uma homenagem mais ou menos bem conseguida ao universo e visão de Tony Wilson, que também tem um pequeno cameo (são vários os cameos, bastante identificados, das pessoas reais que fizeram a história daquela época), e de uma época que marcou definitivamente a música do Reino Unido. Mas para quem gosta, pode aguardar uma banda sonora de luxo.
Nota: 3/5
Site do filme no IMDB
Fúria Sangrenta & A Fortaleza dos Imortais
Há 9 horas
Este filme parece interessante mas algo inconsistente, como quase tudo o que Winterbottom faz, mas mesmo assim tenho curiosidade em vê-lo, gostei de saber a tua opinião e claro que uma boa banda sonora conta sempre :D Cumprimentos
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É um bocado isso, desta vez pareceu-me um pouco desequilibrado de facto. O tema é bastante interessante, sobretudo para quem gosta de música. E a banda sonora só podia ser muito boa.
ResponderEliminarCumprimentos
Era só pa avisar que a crítica tem um erro é 4 em vez de 3 no final :P
ResponderEliminar:) mais um que me desiludiu ao segundo visionamento. Tem cenas bem conseguidas, mas outras...ao menos fica aquele grande som da Madchester, isso não lhe podem tirar.
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