A segunda sessão competitiva de curtas-metragens do FESTin 2011 teve menos dois filmes do que a primeira. Desta vez as propostas vieram de Portugal, Moçambique e Brasil.
A primeira curta-metragem foi «Dona Custódia». Realizada pela brasileira Adriana de Andrade, a curta baseia-se num conto homónimo de Fernando Sabino, que conta a história da empregada doméstica de um escritor que aproveita uma das ausências do escritor para convidadas as suas amigas. Este acaba por regressar mais cedo e entra no jogo até que resolve pisar a linha. «Dona Custódia» é a única curta em tons de comédia desta sessão e deixa-nos com um sorriso nos lábios quando vemos a reacção das personagens a episódios tão caricatos. Nota: 4/5
Também do Brasil vem «Doce de Coco», de Allan Deberton. Aqui a história é diferente, pois centra-se numa jovem do interior do Brasil que engravida. O retrato das condições de vida difíceis de uma família que sobrevive a fazer doce de coco para vender está bem conseguido, com belas imagens captadas na região de Russas, mas nunca consegue ir mais longe. Nota: 3/5
«Dina», de Mickey Fonseca, vencedor do Prémio de Melhor Curta-Metragem de África no African Movie Academy Awards 2011, é a primeira proposta do festival vinda de Moçambique. Um filme bastante forte, feito com alguns meios, relata uma história de violência doméstica que acaba mal. Contada em flashback num tribunal, onde um dos personagens responde pela tragédia, «Dina» foi a melhor das duas curtas moçambicanas da sessão. Nota: 4/5
A única curta-metragem a representar Portugal nesta sessão foi «Verónica», de António Gonçalves e Ricardo Oliveira, e foi também uma das mais fracas do dia. Uma história confusa, passada num hotel à beira da estrada no Alentejo, onde duas mulheres chegam para passar uns dias de férias e acabam metidas no meio de um conflito entre traficantes de droga. Nunca se chega a perceber se o conflito entre os dois homens é devido à presença das mulheres ou apenas uma questão de marcação de território. O argumento pobre deita tudo a perder, num filme que até podia ir mais longe. Nota: 2/5
Também mais fraca foi «Por Uma Noite Apenas», do brasileiro Marcio Reolon, que relata a ida de um adolescente às prostitutas. Mas o objectivo de Ivan é apenas falar e não fazer sexo. O facto de o som não estar nas melhores condições prejudica o filme, pois a maior parte dos diálogos não se percebe. Numa curta onde a palavra é essencial para se perceber o que se passa, esta questão acaba por ser fatal. Nota: 2/5
A encerrar a sessão, mais uma curta moçambicana. «A Carta», de Michelle Mathison, relata uma vez mais um episódio de violência doméstica, desta feita num casal de classe média, onde o marido não deixa a esposa ir à procura de trabalho. Tal como «Dina», esta curta também conta com alguns meios, mas as fracas interpretações não permitem ir mais longe uma história já de si banal. Nota: 3/5
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