Corria o início da década de 1950 quando Federico Fellini se estreia nas lides da realização, ao fazer dupla com Alberto Lattuada em «Luzes de Variedades». E logo no seu primeiro filme, o autor de «8 e Meio» já apresenta algumas das características que serão a sua imagem de marca: personagens à margem da sociedade, grupos de artistas e uma jovem que sai da sua terra natal em busca do seu sonho.
Neste caso, temos a história de uma companhia de artistas de revista em paralelo com a de uma jovem (Carla Del Poggio) que os vê numa representação feita numa pequena terra e resolve fazer-se à estrada, porque afirma que é esse o seu sonho. E no currículo apresenta já grandes feitos, como ter conseguido dançar 70 horas (só não conseguiu mais porque os outros se cansaram) ou a vitória num concurso de Miss Praia. Ou seja, temos uma jovem ambiciosa, que ao longo do filme acaba por fazer tudo, sem olhar a meios, para ser uma estrela.
Nem que para isso tenha de fazer gato sapato de uma das vedetas da companhia, um brilhante Peppino de Fillippo, que acaba por se apaixonar por ela e fica cego com a paixão (ou ilusão), e colocar a companhia de pantanas, ao criar conflitos entre todos. Seja porque se torna a vedeta por acaso ou porque desfaz o noivado de Peppino, com a futura esposa de Fellini, Guillieta Masina.
Como tinha referido, são muitas as características do cinema de Fellini que já se encontram aqui. Temos uma Roma à noite, belíssima, com os seus habitantes marginais (é aqui que Peppino vai arranjar a sua futura companhia, composta por um vagabundo norte-americano cantor de Jazz, um cowboy saído do asilo, uma brasileira cigana, uma coreógrafa húngara e um maestro russo), os seus cabarets da época e personagens que se fazem à vida. Só ainda falta a fabulosa música de Nino Rotta, mas essa viria mais tarde, quando Fellini se estreou em nome próprio com «O Sheik Branco». Mas o ambiente e a magia já estava lá.
Nota: 5/5
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