«Chelsea Hotel» é uma declaração de amor de Abel Ferrara ao ícone nova-iorquino que dá pelo nome de Chelsea Hotel. Por lá passaram e viveram durante grandes nomes das artes do século XX, mas também inúmeros desconhecidos que elevaram o edifício ao estatuto que tem hoje. Abel Ferrara, que também terá passado lá algumas temporadas, como dá a entender durante o filme, decidiu fazer este documentário quando se soube que o hotel tinha sido vendido e os novos donos queriam acabar com o edifício tal como era conhecido e despejaram os últimos inquilinos que ainda lá viviam.
Tal como referi acima, o filme é uma perfeita declaração de amor ao Chelsea Hotel, mas pouco mais do que isso. Vamos acompanhando Abel Ferrara enquanto entrevista os últimos e alguns antigos inquilinos, que contam as suas histórias de excessos, drogas, fantasmas e sexo nos vários andares. Os muitos 'fucks' que vai dizendo mais parecem os de um miúdo que acaba de descobrir um novo brinquedo. Tem boas histórias contadas pelos protagonistas, como as entrevistas ao realizador Milos Forman ou ao antigo gerente Stanley Bard, que para uns era um santo e para outros um sovina, a presença de 'personagens' em estado pouco credível (note-se o sujeito que conta a história de Sid Vicious e Nancy, um dos poucos segmentos ficcionados. Sid e Nancy são interpretados por dois actores, mas o narrador, se assim se pode dizer, era um dos habitantes do prédio) e algumas imagens de arquivo.
Uma justa homenagem a um ícone de Nova Iorque, de um tempo que já não existe mas que marcou uma certa imagem da Big Apple durante a segunda metade do século XX e que acabou por morrer com o 11 de Setembro (episódio também abordado), quando a segurança passou a ser prioritária na cidade que nunca dorme. Mas merecia um bocadinho mais. Para ficar a conhecer um bocado melhor a história do Chelsea Hotel, o site do filme é muito bom e recomenda-se.
Nota: 3/5
Site oficial do filme
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