A par do mafioso Costello, o excelente papel que interpretou em «The Departed - Entre Inimigos», de Martin Scorsese, Warren Schimdt foi uma das melhores criações de Jack Nicholson na primeira década deste século. Warren Schmidt é o protagonista de «As Confissões de Schmidt», o quarto filme de Alexander Payne, um realizador norte-americano com poucos mas bons filmes no currículo, onde se destaca ainda «Sideways». Depois de «Election», também bastante recomendável, foi com «As Confissões de Schmidt» que Payne cimentou a sua carreira que parece um pouco parada. Mas deverá voltar em breve, com um filme com estreia prevista para este ano e outro para 2012, se tudo correr como previsto.
Mas vamos ao que interessa e falar de Warren Schmidt, uma daquelas personagens que sozinhas fazem um filme inteiro. E quando são interpretadas por actores como Jack Nicholson, como só eles o sabem fazer (e foi este o caso), o resultado só pode ser bom. Warren Schmidt é um homem de 66 anos que acaba de se reformar, depois de uma vida inteira a trabalhar numa seguradora. Poucos dias depois da reforma e sem grandes planos para fazer, a sua esposa morre. Com uma filha prestes a casar, com um noivo que não é bem visto pelo futuro sogro, e com ainda menos planos, Schmidt faz-se à estrada e começa a questionar-se e a ver a vida sob outro prisma, ao mesmo tempo que troca correspondência com um órfão africano, que acaba por ser o seu confidente à distância.
O que poderia ser um filme lamechas, e tem tantas oportunidades para seguir por aí, acaba por ser um dos grandes filmes dos últimos anos. E continua a ser, num segundo visionamento. A personagem de Nicholson é sarcástica ao expoente máximo e isso nota-se na forma como reage aos outros. Mas as voltas que o destino dá em vez de o deitarem a baixo apenas servem de alento para ele rever a sua vida e olhar em frente. E aquele final não podia ser melhor para alguém que tem pouca esperança de que daí para a frente nada vai ser como dantes.
Jack Nicholson está simplesmente brilhante, num filme em que praticamente está presente em todas as cenas. Destaque ainda para duas boas secundárias: Hope Davis e Kathy Bates, esta última com direito a nomeação ao Óscar de Melhor Actriz Secundária, apesar de pouco estar presente no filme. Alexander Payne consegue aqui uma excelente comédia dramática, com uma belíssima banda sonora, que iria abrir caminho e dar já um cheirinho para o seu filme seguinte: «Sideways».
Nota:5/5
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