É difícil escrever sobre um filme como «O Padrinho». Sendo uma das obras-primas da História do Cinema, é complicado escolher por onde começar. Baseado no livro homónimo de Mario Puzo, que escreveu o argumento a meias com Francis Ford Coppola, este é o primeiro filme de uma trilogia dedicada à família Corleone, uma das cinco principais famílias mafiosas de Nova Iorque, liderada por Don Vito Corleone (Marlon Brando). Neste primeiro capítulo assistimos ao final do reinado de Don Vito, um homem para quem a honra está acima de tudo e que fecha negócios com propostas (literalmente) irrecusáveis, e à ascensão do seu filho Michael Corleone (Al Pacino) ao cargo de Don, ou Padrinho.
Só aqui temos logo um dos trunfos de «O Padrinho»: o elenco. Além dos dois nomes já citados, que dispensam apresentações (Brando faria aqui uma das suas últimas grandes interpretações e Pacino uma dos seus primeiros grandes papéis), destaque para duas excelentes interpretações. A de Robert Duvall, que não surpreende no papel do consigliere Tom Haggen, pois é um dos melhores secundários de sempre, e a de James Caan. Este sim, surpreende, dado que daquilo que conheço da sua carreira, esta é de longe uma das suas melhores interpretações. Não é à toa que esta é a única vez que foi nomeado aos Óscares foi ao interpretar o papel de Sonny. E todos estes quatro actores foram nomeados, mais do que justamente, mas só Brando ganhou a estatueta, na célebre cerimónia em que se recusou a receber o Óscar. E os grandes nomes no elenco são tantos, que podia ficar aqui para sempre a falar neles.
O argumento é brilhante e a forma como está filmado, melhor ainda. A sequência inicial do casamento, com as constantes reuniões privadas, é apenas o começo, até à excelente cena quase final do baptizado, que numa bem conseguida montagem paralela mostra como se termina um conflito. Os exemplos ao longo do filme são mais que muitos. Francis Ford Coppola conseguiu neste filme atingir aquilo que muitos duram uma carreira até conseguir: uma obra-prima, que não perde fulgor passados quase 40 anos depois da sua estreia. Nem mesmo as quase três horas de duração do filme se notam e chegando ao fim estamos capazes de pedir nova doze de três horas, sobretudo sabendo que a história ainda estava a meio. Mas isso ficará para outro texto. Resta apenas focar a excelente banda sonora, assinada por Nino Rota, que ainda hoje é trauteada e reconhecida por qualquer cinéfilo que se preze, mesmo que nunca tenha visto qualquer tomo da trilogia.
Nota: 5/5
Site oficial do filme
Fúria Sangrenta & A Fortaleza dos Imortais
Há 9 horas
Uma das obras mais memoráveis da história do cinema. É indescritível o meu sentimento por este filme.
ResponderEliminarhttp://cinelupinha.blogspot.com/
Sem dúvida. O primeiro já o tinha visto várias vezes, mas nunca tinha visto a trilogia de seguida. Faltavam os dois últimos, que estou a ver agora. Tanto este como o segundo são excelentes. Resta ver o terceiro, que ainda hoje devo conseguir ver.
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